9 Cidades da América Latina que só usam energias renováveis

Curiosidades
há 5 anos

Quando se fala sobre tecnologias voltadas ao respeito com o meio ambiente, boa parte das pessoas pensa nos exemplares países europeus. Porém, é bom saber que aqui na América Latina, também há iniciativas que vêm sendo implementadas para reduzir a dependência dos combustíveis fósseis, contribuindo, assim, na luta contra as mudanças climáticas. Sugerimos que você conheça quais são esses locais e confira o bônus que está ao fim do post, mostrando como é possível aproveitar a energia “verde” que vem do Sol.

A seguir, o Incrível.club apresenta nove cidades latino-americanas que estão dando exemplo a todo o mundo.

1. Olaroz Chico e La Ciénaga, Jujuy, Argentina

As localidades argentinas são duas dos nove povoados que farão a transição para energia solar entre 2019 e 2020 na provincia de Jujuy. Antes, elas eram abastecidas de eletricidade por plantas elétricas barulhentas e poluidoras, mas o programa Pueblos Solares está mudando essa realidade. Hoje, seus habitantes podem se servir de energia limpa.

As reservas de lítio existentes na região favoreceram a produção de baterias que permitem armazenar a energia do Sol gerada nas centrais fotovoltaicas das localidades, usando os recursos disponíveis em cada área para promover um desenvolvimento sustentável, garantindo eletricidade para os moradores 24 horas por dia.

2. Medelín, Colômbia

Antes tristemente conhecida pelo narcotráfico, Medelín tem conseguido mudar sua imagem para melhor ao apostar na mobilidade sustentável. A cidade tem como objetivo tornar-se um exemplo a ser seguido. Para tanto, adotou as seguintes medidas:

  • Investiu em frotas de ônibus e táxis elétricos, reduzindo consideravelmente as emissões poluentes.
  • Estimulou o uso da bicicleta, construindo 40 km de ciclovias.
  • Está criando as condições necessárias para que os cidadãos comecem a usar carros elétricos.

Além disso, é possível pagar para usar o Metrô de Medelín reciclando garrafas plásticas.

3. Quito, Equador

Quito não apenas conta com o mais preservado centro histórico da América Latina, mas também foi destaque no ranking do Carbon Disclosure Project (CDP) por ser uma das localidades onde o abastecimento elétrico por energias renováveis ultrapassa os 70%. Uma combinação de energia solar, um biodigestor e energia hidrelétrica mantém em funcionamento a cidade, que fica exatamente no “meio” do mundo — sendo a capital de um país que não por acaso tem o nome de “Equador”.

Outras iniciativas vêm sendo colocadas em prática durante os últimos anos para fazer de Quito um dos destinos turísticos mais visitados do continente.

  • Desde 2015, quase 400 mil árvores foram plantadas, ajudando a reduzir significativamente a pegada de carbono e a proteger a biodiversidade.
  • A reciclagem é estimulada: o serviço de coleta de resíduos atende 92% da população.
  • A eficiência energética é levada a sério por meio de lâmpadas LED espalhadas por toda a cidade.
  • Quito tem uma rede de monitoramento da qualidade do ar respirado pelos moradores.

4. Curitiba, Brasil

A capital do Paraná sempre foi conhecida como uma das metrópoles mais ecológicas do Brasil e adota conceitos sustentáveis desde seu processo de modernização, ocorrido há mais de 30 anos. A cidade já foi reconhecida como a mais ecológica da América Latina segundo o relatório Green City Index, da revista The Economist, e é uma das líderes, no Brasil, em número de edifícios com certificação LEED (Leadership in Energy & Environmental Design) do Green Building Council — Conselho de Edifícios Ecológicos.

  • Curitiba conta com uma rede interligada de transporte que faz com que muita gente nem precise de carro. Ademais, a cidade vem promovendo a aquisição de veículos elétricos na frota pública para reduzir a zero as emissões de gases poluentes, cumprindo com suas metas ambientais.
  • Fachadas e telhados verdes são obrigatórios em certos edifícios da cidade. Isso permite uma economia de energia e facilita a absorção de dióxido de carbono, o que favorece a qualidade do ar na região.
  • Diferentemente de outras grandes cidades, em Curitiba os prédios rodeiam a natureza. A capital conta com diversos parques, dedicados à preservação de espécies, ao alívio dos efeitos das mudanças climáticas e, é claro, à saúde e ao bem-estar dos moradores.
  • 7 entre cada 10 habitantes se deslocam de bicicleta, graças aos 120 km de ciclovias na cidade.
  • Curitiba recicla 70% de seus resíduos, e em áreas de baixa renda, é possível trocar lixo por bens e serviços.
  • A capital do Paraná vem obtendo consideráveis avanços em se tratando de energias renováveis, instalando painéis solares em residências e prédios públicos, assim como no estímulo a inovações que permitam à cidade atingir suas metas ambientais no menor tempo possível.

5. León de los Aldama, México

León, situado no Estado de Guanajuato, é uma das cinco cidades mais importantes do México, e uma das 100 mais verdes do mundo, com 76% de sua energia orginária de fontes renováveis. Para sermos mais exatos, 73,86% da energia usada na cidade é geotérmica (ou seja, obtida a partir do calor do interior da Terra, já que o México é um país com grande atividade vulcânica), enquanto 2,5% é solar.

Vale ressaltar ainda que León se destaca por sua elevada qualidade de vida e seus investimentos em transporte e oferta de água. Em 2011, a cidade foi reconhecida por seu sistema interconectado de transporte, o Optibus, que liga os bairros por meio de veículos articulados com baixa emissão de poluentes. Além disso, é a terceira cidade na América Latina em número de ciclovias.

Em 2012, tornou-se uma das duas cidades latino-americanas a obter o título de “campeãs da água” pelo projeto de tratamento e reutilização de resíduos, e também pela geração de energia limpa a partir do biogás.

6. Assunção, Paraguai

O gigantesco poder hidrelétrico do Paraguai garante muita energia renovável a Assunção, graças às centrais binacionais que operam no País — Itaipu, em parceria com o Brasil e Yacyretá, que tem como sócia a Argentina. Com isso, 99% da energia consumida pelo país vizinho vem dos recursos hídricos. Contudo, ultimamente as autoridades vêm dando início ao processo de diversificação das fontes de energia, e já é possível ver painéis solares alimentando alguns serviços públicos na capital paraguaia.

As medidas fazem parte do projeto “Assunção, cidade verde das Américas”, que possui uma série de objetivos a serem atingidos no prazo de cinco anos, buscando melhorar a qualidade de vida da população e tornar a cidade mais sustentável.

O Paraguai vem ainda estimulando o uso de automóveis elétricos, já que é possível aplicar a grande capacidade de produção de suas usinas hidrelétricas para garantir a energia usada nesse meio de transporte sustentável. Várias estações de carregamento já foram instaladas em caráter de testes, e a expectativa é que isso fomente a transição para carros menos poluentes.

7. Temuco, Chile

O trabalho de Temuco para ser uma cidade sustentável começou antes que o país como um todo começasse a apostar em energias renováveis, já que a cidade sofria com graves problemas de poluição. A construção eficiente de edifícios ajudou a reduzir as emissões contaminantes lançadas à atmosfera e o desperdício de energia antes registrados em aparelhos de calefação.

A transição de combustíveis fósseis para pellets de biomassa fez de Temuco uma cidade pioneira, sendo que atualmente, 70% de sua energia vem dessa fonte. Contudo, o potencial de geração da energia eólica e geotérmica já vêm sendo estudados como alternativa sustentável e alguns projetos podem estar em funcionamento antes de 2030.

Modelo de casa sustentável

A iniciativa faz parte do objetivo da região de, progressivamente, tornar-se autossustentável, transformando Temuco na primeira cidade inteligente do Chile. Entre as conquistas da região, podemos citar:

  • Uso da tecnologia LED nos espaços públicos e em residências, apostando na eficiência energética.
  • Criação da maior rede de ciclovias do país.
  • Instalação de pontos onde é possível usar sinal Wi-Fi gratuitamente.
  • Estímulo a uma cultura de reciclagem e preocupação com o meio ambiente.
  • Criação do aplicativo “Temuco te mueve”, que mostra em tempo real os trajetos do transporte público da cidade.

8. Montevidéu, Uruguai

A capital do Uruguai é um exemplo a ser seguido na produção de energias renováveis, já que o país é, hoje, líder em produção eólica na América Latina, superando, em nível mundial, nações que são referência em sustentabilidade, como a Alemanha. No total, quase 100% da energia consumida pelo Uruguai é de fontes renováveis, um número que faz do país vizinho um dos mais ecológicos do mundo. A façanha foi possível graças a uma série de políticas e acordos de resultado a longo prazo para reduzir os efeitos das mudanças climáticas, uma vez que diminuir a dependência das centrais hidrelétricas, vulneráveis em épocas de estiagem, era uma questão encarada como urgente.

A aerogeração representa quase 40% do total da energia produzida no país. Os painéis solares e a biomassa também estão entre as diferentes fontes de produção energética que complementam a eletricidade produzida pelas tradicionais hidrelétricas.

capital uruguaia vem também se destacando por aplicar esforços no sentido de tornar-se uma cidade inteligente. O início foi com a troca de lâmpadas usadas na iluminação pública pela tecnologia LED, mas o intuito é incluir um sistema interconectado de informação através de sensores que permitirão monitorar melhor a situação das instalações na cidade. Wi-Fi gratuito e telas táteis em toda a cidade também fazem parte da iniciativa.

9. San José, Costa Rica

Primeiro país da região a apostar na capacidade das fontes renováveis de energia, a Costa Rica não se contentou em abastecer apenas uma cidade, mas decidiu melhorar a qualidade de vida dos moradores de todo o país. Mas a tradição ecológica já tem mais de 100 anos, já que a capital, San José, foi uma das primeiras cidades do mundo a usar fontes “limpas” de geração de eletricidade, contando com uma usina hidrelétrica desde 1884.

O país da América Central tem uma posição privilegiada, o que permite o uso de energia gerada por todos os seus recursos naturais:

  • Cerca de 74% de sua eletricidade vem de usinas hidrelétricas.
  • Aproximadamente 16% vêm das fontes eólicas.
  • E 8% ésão produzidos a partir da energia geotérmica dos vulcões.
  • Cerca de 1% tem origem na biomassa e no Sol.

A combinação das cinco fontes renováveis de energia vem permitindo ao país da América Central bater seu próprio recorde ano após ano, chegando aos 300 dias sem usar combustíveis poluentes para gerar eletricidade. A marca foi atingida em quatro anos seguidos.

Bônus: Complexo Solar de Cerro Dominador, Chile

Cerro Dominador é um complexo energético que engloba 1000 hectares no ponto geográfico com a maior radiação solar do mundo: o deserto do Atacama. Tem a capacidade de abastecer 250 mil casas, reduzindo as emissões de carbono em um nível equivalente a 870 mil toneladas por ano.

O ambicioso projeto compreende uma planta de energia fotovoltaica, que transforma a luz do Sol em eletricidade, e ainda a primeira torre termossolar da América Latina, capaz de transformar a energia solar em calor, armazenado em um sistema térmico de sais fundidos e posteriormente transformado em vapor para gerar eletricidade.

Com iniciativas como essa, o Chile está se aproximando da meta de tornar-se, até 2040, um país abastecido com 100% de fontes renováveis de energia. Na região, é o campeão em capacidade de centrais que usam o Sol para geração de energia.

Você gostaria de morar em uma cidade sustentável? Qual das fontes de energia seria mais bem aproveitada onde você mora? Comente!

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