Esta técnica revela o mundo interior das Pirâmides
Os Raios-X são um tipo de radiação invisível capaz de atravessar nosso corpo e objetos. Eles são muito importantes no campo da medicina porque permitem que os médicos vejam o interior de nossos corpos sem a necessidade de realizar cirurgias. Agora, vamos conhecer um pouco mais sobre os raios-X! Eles são um tipo de radiação eletromagnética, semelhante à luz ou às ondas de rádio. Entretanto, eles têm uma energia muito maior, o que permite que atravessem objetos por onde a luz não passa. Imagine que você tenha uma lanterna potente, se você a mirar para uma parede a luz não passará porque a parede é muito grossa. Mas os raios-x têm energia suficiente para atravessar paredes e até mesmo nossos corpos!
A descoberta dos raios-X ocorreu por acidente no final do século XIX. Um cientista estava fazendo experimentos com raios catódicos, que são um tipo de radiação. Trabalhando em seu laboratório, ele notou que uma tela fluorescente próxima começou a brilhar, embora não estivesse diretamente exposta aos raios catódicos. Ele percebeu que algo invisível estava causando a fluorescência e o chamou de “raio-X” porque “X” é o símbolo matemático para algo desconhecido. Ele continuou fazendo experimentos com esses raios e descobriu que eles podiam atravessar muitos objetos, como carne e ossos, mas não materiais mais densos, como metal. Ele também descobriu que os raios-X podiam criar imagens em placas fotográficas, da mesma maneira que as câmeras.
A maneira como isso funciona é bastante fascinante. Imagine que você está diante de uma luz brilhante e coloca a mão na frente do rosto. Sua mão bloqueia a luz e você não consegue ver através dela. Mas se você colocar uma folha de papel de seda na frente da mão, um pouco de luz passará por ela e você poderá ver o contorno da mão. Os raios-x agem de maneira semelhante. Quando um médico quiser fazer uma radiografia de uma parte do seu corpo, ele pedirá que você fique em pé ou deitado próximo a uma máquina. Esse dispositivo tem uma placa especial que pode capturar a imagem. Digamos que o médico queira examinar melhor seu braço. Ele colocará a placa de raios-x em um lado do braço e a máquina no outro lado.
Ao ser ligada a máquina produzirá uma explosão controlada de raios-x que atravessarão o seu braço. Lembra-se de como falamos sobre o papel de seda que permite a passagem de alguma luz? Bem, nesse caso, alguns desses raios atravessarão seu braço, enquanto outros serão absorvidos ou bloqueados pelas partes mais densas do seu corpo, como os ossos. A placa captura os raios-x que passam pelo braço, criando uma imagem. Essa imagem mostra os ossos e outras estruturas dentro do seu corpo, permitindo que o médico veja se há algum problema ou lesão.
Agora, você deve estar se perguntando por que os raios-x podem atravessar algumas coisas, mas não outras. Isso tem a ver com a densidade e a composição dos objetos. Materiais mais densos, como ossos, absorvem mais raios-x e, por isso, aparecem brancos na imagem. Portanto, ao olhar o resultado, você verá seus ossos como formas brancas. Outros tecidos, como músculos e órgãos, são menos densos e permitem a passagem de alguns desses raios, de modo que aparecem como sombras cinzas.
E se eu te dissesse que há uma maneira totalmente nova de espiar o interior de objetos, mas sem usar raios-x? Não estou falando de poderes mágicos. Sente-se confortavelmente enquanto eu explico o que é Muografia. Essa fascinante técnica científica nos permite “ver” o interior de objetos e até mesmo abaixo da superfície da Terra usando um tipo especial de partícula chamada múon. Essas partículas elementares são muito semelhantes aos elétrons, mas são muito mais pesadas. Elas são criadas no alto da atmosfera da Terra quando os raios cósmicos, que são partículas vindas do espaço, colidem com as moléculas de ar.
Agora, os múons são especiais porque podem atravessar diferentes materiais. Eles podem atravessar rochas, solo e até mesmo edifícios! Os cientistas perceberam esse potencial na década de 50, quando estudavam os raios cósmicos e notaram que algumas das partículas podiam atravessar materiais espessos. Os primeiros experimentos com muografia foram realizados na década de sessenta. Os especialistas descobriram que os múons podem ser detectados usando dispositivos especiais chamados detectores de múons. Esses detectores geralmente são colocados no subsolo ou em laboratórios especialmente projetados para protegê-los de outras partículas e da radiação de fundo.
Agora, vamos nos aprofundar em como a muografia funciona. Imagine que você tenha um objeto grande, como uma pirâmide, uma montanha ou até mesmo uma estátua antiga, e queira ver o que há lá dentro sem danificar a peça. Primeiro, os detectores são posicionados ao redor do objeto ou na área que você deseja examinar. Esses detectores são sensíveis aos múons e podem rastrear suas trajetórias. Quando uma partícula desse tipo passa por um detector, ela deixa um rastro, como pegadas na areia. Ao coletar dados de vários detectores, os cientistas podem reconstruir as trajetórias.
É aqui que as coisas ficam realmente interessantes. A atmosfera da Terra age como um filtro natural para os múons. Acontece que quanto mais maciço for um objeto, mais partículas desse tipo ele bloqueará. Portanto, se você tiver um objeto grande e denso, como uma montanha, menos múons passarão por ele em comparação com um objeto menor e menos denso, como uma caixa vazia. Essa diferença no número de partículas que chegam aos detectores pode nos dar pistas sobre o que há dentro dos objetos. Os cientistas usam algoritmos de computador e técnicas matemáticas para analisar os dados e criar imagens. Essas imagens representam a distribuição de densidade do objeto que está sendo estudado. É como criar um mapa que mostra onde estão as áreas mais densas e onde há lacunas no interior do objeto.
O conceito de muografia é semelhante ao uso de sombras para entender a forma e o tamanho de um objeto. Imagine que você está diante de uma luz brilhante e coloca sua mão entre a fonte de luz e uma parede. Você verá a sombra de sua mão na parede. Com base na forma e no tamanho da sombra, você pode ter uma ideia da aparência da mão, mesmo que não possa vê-la diretamente. Essa técnica tem sido usada para estudar vários objetos e estruturas. Por exemplo, os cientistas a utilizaram para explorar o interior de vulcões e pirâmides, e até mesmo para investigar a estrutura das montanhas e da crosta terrestre.
Com a ajuda dessa técnica incrível, os cientistas descobriram novas informações sobre a Grande Pirâmide de Gizé. Foi assim que descobriram algo que havia escapado dos saqueadores de tumbas por séculos. Eles encontraram uma câmara oculta! E adivinhe o nome que deram a ela? O “grande vazio”! Sim, eu sei, não é o nome mais criativo. Eles até usaram três técnicas diferentes de detecção de múons para ter certeza de que era realmente um grande e misterioso vazio dentro da maior de todas as pirâmides.
Quando a notícia sobre essa descoberta surpreendente foi divulgada, as autoridades egípcias não resistiram à tentação de explorar mais. Então, trouxeram uma câmera endoscópica para confirmar a existência desse vazio épico. Inseriram a câmera em uma das aberturas sob a entrada e voilà! Ela revelou um corredor. Mais ainda, o corredor tinha um teto em chevron! Não consigo deixar de imaginar os antigos egípcios usando o espaço como uma pista de dança. Outra equipe de cientistas decidiu tentar escanear novamente esse vazio recém-descoberto. De acordo com eles, a Grande Pirâmide de Gizé é pioneira no jogo das pirâmides. A técnica chamada Chevron é usada para cobrir as estruturas internas e evitar que entre em colapso.
Agora, por que os antigos egípcios construíram esse corredor e o grande vazio ao qual ele leva? Uma teoria sugere que o corredor foi construído para aliviar a pressão dentro da pirâmide. Outra teoria diz que o vazio pode ser resultado do processo de construção da pirâmide. Pode ter sido uma rampa interna usada para mover os blocos do telhado para a posição correta e, que depois, foi deixada lá ou preenchida livremente com entulho. De acordo com outros exploradores entusiastas, pode haver ainda outra câmara funerária esperando para ser descoberta. Eles acreditam que as pirâmides foram construídas com uma pitada de aleatoriedade no processo de construção. Enquanto os construtores faziam sua mágica, eles perceberam que algumas câmaras não seriam capazes de suportar o peso de um sarcófago majestoso. Assim, fizeram ajustes, criando novos planos à medida que avançavam.