Esta ilha esconde algo que não quer você lá
Você está em um navio quando percebe água espumando por perto. Parece que uma embarcação acabou de afundar ali, mas não dá para ver nenhum fragmento. O vapor vai subindo e grandes bolhas aparecem na superfície. Em poucos minutos, é possível observar um pequeno pedaço de terra aparecer bem na frente dos seus olhos. Ele está lançando chamas e lava. Milhões de litros de água evaporam na boca do vulcão. Assustado, você foge desse lugar. Nos próximos três anos, a pequena ilha coberta de vulcões emergirá lentamente. Todos os dias, entrará em erupção e encherá o céu de cinzas negras. Quando elas assentarem, se misturarão com a água e formarão a costa.
A erupção durou três anos. Finalmente, em 1967, a ilha de Surtsey, na costa sul da Islândia, estava totalmente formada. Ela é uma das poucas que emergiram das profundezas para a superfície do mar, mas é quase impossível chegar ali. O local tem um sistema ecológico único, e os cientistas querem descobrir como isso vai se desenvolver sem a influência humana. Apenas algumas pessoas de todo o mundo possuem permissão para andar por lá.
Durante muitas décadas, as mentes das pessoas se ocuparam com o mistério da Ilha de Páscoa. Um pedaço remoto de solo vulcânico, muito distante no Oceano Pacífico... Mas nosso planeta abriga milhares desses dessas terras solitárias, o que há de tão especial nessa? O mistério está escondido não na própria ilha, mas em gigantescas estátuas de pedra que lá existem. Quem criou as enormes cabeças de pedra mundialmente famosas? Elas serviram a algum propósito específico? Rapa Nui (o nome dado à Ilha de Páscoa por seus primeiros habitantes) é território do Chile e fica no sul do Oceano Pacífico. É tão longe que você pode facilmente considerá-lo um dos lugares mais distantes do mapa mundi. O único meio de transporte que pode te levar até lá é o avião. Se quiser chegar a esse destino, precisará passar cinco horas a bordo voando a partir de Santiago.
As estátuas, chamadas de Moai, começaram a ser esculpidas entre os séculos 13 e 15 e são facilmente reconhecidas graças aos seus rostos peculiares. Elas têm narizes longos, queixos largos, orelhas retangulares, sobrancelhas grossas e olhos profundos. É bastante curioso que as narinas são curvadas, assim como anzóis. Primeiramente, as pessoas achavam que as esculturas eram formadas apenas por suas cabeças. Mas, surpreendentemente, descobriu-se que existem corpos inteiros presos a elas. O achado aconteceu durante escavações em maio de 2012. Eles estavam escondidos no subsolo! Ainda assim, as cabeças, visíveis à primeira vista, representam três oitavos do tamanho total de cada obra. Quanto aos braços, foram entalhados contra os corpos, parados em diferentes posições. Das 887 estátuas, 834 foram esculpidas no material chamado tufo, que é, na verdade, cinza vulcânica comprimida.
Curiosamente, todas elas, exceto um grupo, estão voltadas para o interior do continente, de costas para o oceano. Talvez a razão para isso fosse a crença de que as esculturas eram as protetoras dos habitantes, vigiando o vilarejo. As únicas que não se encaixam nesse padrão podem ser encontradas em Ahu Akivi, um local sagrado para o povo de Rapa Nui. As pessoas ficam se perguntando como construções tão pesadas foram distribuídas por toda a ilha. Além disso, em 1722 os visitantes encontraram uma pequena população local, com apenas mil e quinhentas a três mil pessoas. Como isso poderia se relacionar com as centenas de estátuas da ilha? O mistério em torno da maneira como os Rapa Nui as moviam desafiava os pesquisadores a não recuar. Na década de 1980, alguns decidiram recriar uma e verificar a possibilidade de movê-la.
Várias décadas se passaram e outro grupo de cientistas americanos provou que os ilhéus conseguiam amarrar cordas envolvendo as enormes estátuas e deslocá-las com um movimento de caminhada. Eles comprovaram sua teoria com a prática — movendo uma réplica em tamanho real usando esse método. Na verdade, a ideia deles pode explicar por que o folclore Rapa Nui afirma que as esculturas caminhavam com a ajuda de magia e como elas realmente foram transportadas para seus locais designados.
Nossa próxima parada é no Brasil, um pouco distante do centro de São Paulo. É lá que se pode encontrar um local quase impossível de chegar, mas, se alguém conseguir, é improvável sair: a Ilha das Cobras. Não existe outro lugar no Planeta com tamanha concentração desses répteis. Eles são as únicos donos do pedaço de terra, já que nenhum outro animal consegue sobreviver naquele meio. As cobras de lá estão entre as espécies mais venenosas do mundo — são as jararacas-ilhoa. Seu veneno é muito forte e de ação rápida. Se um desses répteis morder um pedaço de carne crua, o local ao redor da mordida começará a se desfazer.
Bom, não conte comigo como companhia para uma visita ali! Imagine que você está lá e as cobras não mordem. A coisa mais interessante que vai encontrar é um antigo farol, escondido na densa folhagem das árvores. Havia pessoas vivendo no local há muito tempo. Dizem que os últimos guardiões estavam no farol quando as cobras chegaram e ninguém mais morou lá desde então.
Como elas apareceram na ilha ainda é um mistério. A lenda mais popular afirma que um pirata surgiu lá há muito tempo e escondeu um tesouro em algum lugar. Então, deixou as cobras bem onde o baú estava escondido, esperando que assustassem as pessoas para longe de suas moedas e joias de ouro. Desde então, esses animais conseguiram aumentar sua população em milhares de vezes. E tem até os que estão usando joias! Ok, brincadeirinha. Mesmo que você quisesse visitar a ilha por algum motivo, os serviços de patrulha não permitiram. Apenas algumas pessoas em trajes de proteção especiais podem ir até lá para realizar pesquisas científicas.
A Susi chega aqui em um pequeno barco. Assim que pisa no chão, começa uma transmissão ao vivo com o telefone e registra bonecas penduradas em árvores por toda a ilha. Elas têm roupas, tamanhos e rostos diferentes. Há cerca de uma dúzia de brinquedos assustadores em cada árvore. A chuva e o sol quente deformaram os rostos deles, que estão cobertos de musgo e vegetação, além de terem assumido formas assustadoras. Há rumores de que ganham vida à noite. Um dos seguidores escreve: “Quer conferir?”. A Susi concorda: “Sem problemas”.
O sol está se pondo no horizonte, a escuridão cai sobre a floresta. A moça está perambulando entre as árvores, e a lua ilumina seu caminho. Ela faz uma fogueira para se aquecer. Nesse momento, ouve um barulho estranho. E percebe alguns movimentos com o canto do olho. O telefone desliga. Ao olhar para cima, dá para ver uma das bonecas, iluminada pelas chamas, virando a cabeça em sua direção. A Susi grita e foge dali. É claro que a boneca não se mexeu. É possível observar um passarinho sentado atrás da cabeça dela.
Alguns dias depois, a Susi descobriu que um morador da Cidade do México havia se mudado para lá nos anos 50 e enchido o local com bonecas. Ele as recolhia de aterros sanitários e canais ao redor da ilha e passou vários anos decorando cada árvore. No começo, parecia estranho e emocionante para os turistas. No entanto, como as bonecas começaram a envelhecer e apodrecer, o local ficou mais atraente para os visitantes. Existem várias lendas sobre os motivos de sua obsessão. Ok, a Susi já teve o suficiente desses mistérios e lugares assustadores, agora quer admirar algo majestoso que foi criado pela natureza.
A garota chega ao Parque Nacional das Sequoias, na Califórnia, onde crescem as mais gigantescas árvores do mundo. Então, olha de boca aberta para a maior delas — uma sequoia gigante. Seu nome é General Sherman e tem cerca de 2.000 anos. O volume dela é quase a metade do tamanho de uma piscina olímpica. Apesar da idade, não é a mais antiga. Existem sequoias no parque que surgiram há 3.000 anos. E a mais alta do mundo cresce também ali. É uma conífera da família das sequoias. Chama-se Hyperion e tem um terço da altura da Torre Eiffel. Imagine a vista que dá para ter do topo!
Agora a Susi está na ilha de Madagascar para ver Baobás únicos. Parece que algo os arrancou do chão, os virou de cabeça para baixo e os colocou de volta. Eles estão entre as árvores mais bonitas do mundo, e a maioria está no Beco dos Baobás, mas também podem ser encontrados na Austrália e na África do Sul. Seus troncos lembram esponjas, expandem-se e absorvem umidade durante a estação chuvosa. Os elefantes gostam de beber deles, arrancando e mastigando partes para matar a sede. À noite, as flores desabrocham. O baobá tem cheiro de leite azedo e atrai morcegos, mas o mais interessante é que não seca e não cai como as outras árvores após o fim de sua vida. Ele desmorona, assenta e deixa uma pilha de pedaços no chão.