Escola na Índia recebe pagamento pela matrícula em resíduos de plástico em vez de dinheiro (e essa é uma ótima ideia)

É uma realidade infelizmente ainda conhecida muitos países e também aqui no Brasil: crianças que não frequentam a escola não porque não queiram, mas porque seus pais não têm recursos suficientes para pagar por sua educação. Algumas delas, como sabemos, acabam tendo de começar a trabalhar cedo para contribuir com as contas da casa.

No entanto, a Fundação Aksha, da Índia, criou uma escola modelo que busca melhorar o desempenho dos jovens, desenvolvendo suas habilidades profissionais e pessoais. E o mais curioso: o pagamento da matrícula, em vez de dinheiro, pode ser feito com resíduos de plástico reciclável. Uma prova de que a educação ambiental é uma questão urgente, tanto quanto a educação, de maneira geral.

O Incrível.club acredita que essa escola é inspiradora e serve como um exemplo que vale a pena ser replicado, pois permite que pessoas vulneráveis ​​estudem e, ao mesmo tempo, assumam a responsabilidade por seu entorno e pela conservação do meio ambiente.

Elas não levam só material escolar para as aulas

As crianças de Assam, na Índia (onde o projeto é desenvolvido), não passam despercebidas em relação a tantos outros estudantes pelo mundo afora. Em suas mochilas, carregam livros, cadernos e também alguns resíduos plásticos para pagar a matrícula. O problema da poluição no país é sério, especialmente por esse tipo de material. Por dia, são geradas, no país asiático, 26 mil toneladas de lixo plástico, dos quais 40% não são coletados.

Os resíduos de plástico são usados para pagar a matrícula

A Akshar Foundation foi criada em 2016 por Parmita Sarma e Mazin Mukhtar. O foco do projeto sempre foi a educação gratuita, mas, logo, o tema reciclagem passou também a ganhar destaque na agenda do grupo. Tudo isso depois que eles se deram conta de como as salas de aula ficavam tomadas por gases tóxicos do lixo plástico que a comunidade costuma queimar para manter suas casas aquecidas durante o inverno.

Uma solução para as famílias e para a comunidade

Por isso, o projeto logo passou a ter dois objetivos, a questão educacional, em si, e a ambiental. Pamita, Mazin e sua equipe passaram a incentivar os pais dessas crianças a separar semanalmente o plástico e a utilizar esse material como moeda para o “pagamento” da matrícula.

O plano de ensino da escola gerou um enorme interesse

A escola começou com 20 alunos e se tornou conhecida por causa de seu currículo focado em: capacitação em Tecnologia, conservação do Planeta, Biologia, primeiros socorros, assistência em desastres, cuidados em abrigos para animais e como criar um negócio para embelezar os espaços públicos e privados.

Um dos fundadores deixou os estudos nos Estados Unidos para cuidar do projeto na Índia

Mazin, um dos fundadores do projeto, deixou seus estudos como engenheiro aeronáutico para trabalhar com famílias desfavorecidas nos Estados Unidos. Mas logo voltou para a Índia, onde conheceu a futura esposa Sarma. Juntos, desenvolveram a ideia da escola modelo. Hoje a Fundação já tem cerca de 100 crianças matriculadas, que levam semanalmente 25 itens de plástico limpos à escola para continuar os estudos, além de cuidar dos espaços onde moram.

Os pais não precisam mais pedir aos filhos para abandonarem as aulas

A Fundação Akshar é uma verdadeira salvação para as famílias locais, pois os pais não terão mais de pedir aos filhos para abandonarem os estudos para trabalhar nas pedreiras da região. O projeto oferece um salário aos alunos mais velhos, que aumenta de acordo com seus resultados acadêmicos. Além disso, esses jovens se comprometem a ensinar os alunos mais novos.

O modelo será replicado em mais 100 escolas

Se tudo correr bem, o casal espera replicar o modelo em 100 escolas públicas da Índia nos próximos cinco anos.

Você acha que mais escolas deveriam permitir que os custos fossem pagos com materiais para reciclagem? Acredita que essa ideia funcionaria em sua comunidade? Deixe sua opinião nos comentários!