CARAMBA N SABIA DE NADA DISSO
Entenda o porquê de os artistas terem retratado as crianças com características adultas durante a Idade Média
Em qualquer museu dedicado à arte medieval, provavelmente, você encontrará estátuas de deuses, bustos de filósofos, tapeçarias de castelos antigos e... pinturas com crianças estranhas. Muitas pessoas já notaram esse detalhe no estilo de arte da Idade Média e se perguntam o porquê disso.
Nós, do Incrível.club, reunimos todas as teorias em um único post para que você possa entender o sentido por trás das obras medievais. Confira!
A técnica se perdeu
Mesmo nos primórdios das artes plásticas, as pessoas já eram capazes de fazer pinturas de qualidade. Já havia nessa época quadros bastante realistas de pessoas e animais. No entanto, algo se perdeu.
Uma das teorias é que a culpa é da chamada “Grande Migração”, que ocorreu na Idade Média na Europa. Muitos conhecimentos do século V foram perdidos, incluindo técnicas artísticas. Os pintores tiveram de redescobri-las. E entre os séculos XIII e XIV, eles simplesmente não tiveram tempo de avançar em determinadas técnicas.
O principal significado da obra não está na aparência
Na Idade Média, os fenômenos e os objetos eram valiosos não por suas qualidades reais, mas por sua essência. E retratá-las, é claro, não é uma tarefa fácil. Então a arte medieval era mais simbólica do que realista.
Portanto, a criança não era o principal elemento da obra, mas todas as harpas, liras, coroas de flores e outros objetos que a cercavam. Dessa forma, os artistas criavam uma mensagem que normalmente se limitava aos desejos de bem-estar ou a proibições. As crianças também eram símbolos — o retrato do herói que realiza grandes façanhas quando adulto, mas que deveria ser corajoso e destemido desde o seu nascimento.
Tradições que deviam ser mantidas
Os artistas da Idade Média eram mais expressionistas do que naturalistas. A ideia de liberdade criativa, de que o artista pinta da forma de como ele entende o mundo, ainda não estava enraizada. Assim, a imagem tradicional de um bebê ou de crianças parecendo homens de meia-idade flácidos permaneceu até o Renascimento.
A dura verdade da vida
Na Idade Média, não havia o conceito de infância. As crianças eram valorizadas como ajudantes da casa. Um garoto poderia morrer a qualquer momento e emocionalmente as pessoas não estavam muito ligadas a ele. A maioria das mães, especialmente em famílias nobres, imediatamente dava o bebê aos cuidados de um babá após o nascimento. E quando a criança ficava um pouco mais velha, ela imediatamente começava a trabalhar sem que houvesse maiores preocupações acerca de sua idade ou capacidade de trabalho.
As crianças de famílias nobres não tinham muita sorte. Nas pinturas do final do século XV, não é comum ver crianças brincando com os pais. Elas são retratadas como sérias, conscientes de suas responsabilidades com suas famílias e com o reino. E os bebês eram frequentemente retratados junto a um cachorro ou a uma ave, pois, na época, acreditava-se que uma boa educação estava associada à superação da natureza animal do ser humano.
A foto acima mostra Eleonora de Toledo com seu filho Giovanni de Medici. Cada família real deveria ter pelo menos quatro meninos que deveriam viver até a idade adulta. O primeiro filho se tornaria o grão-duque. O segundo, cardeal, com boas chances de se tornar um papa no futuro. O terceiro seria líder do exército e o quarto cuidaria dos negócios financeiros da família.
A ideia de instantaneamente transformar crianças em adultos
Na Idade Média, a alquimia era bastante popular. E uma das principais metas dos alquimistas era “criar uma pessoa por meios artificiais”. Essa ideia era conhecida como homúnculo e se apresentava como uma fórmula para criar um homem totalmente formado.
E a arte acompanhou essa tendência: calvície, rosto flácido, fisionomia de um homem calejado pela vida...essa era a forma como as crianças eram representadas nessa época. Não havia bochechas grandes e rosadas, nem olhos grandes e redondos. E a criança já podia até ter barba.
Pouco conhecimento sobre anatomia
A medicina vivenciou um momento muito difícil na Idade Média, porque era constantemente associada à bruxaria. E se alguém decidisse estudar o corpo de um morto, era automaticamente acusado de blasfêmia. As únicas pessoas que tinham acesso oficial ao estudo da anatomia eram os carrascos. E eles não costumavam pintar.
Era preciso muito trabalho duro e correr risco para poder retratar a anatomia do corpo de uma pessoa. Tanto artistas quanto escultores estudavam o corpo humano secretamente durante a noite.
Não havia uma razão divertida para pintar um quadro
A grande maioria das pessoas na Idade Média não sabia ler, e não havia muitos livros. Além do mais, eles eram terrivelmente valiosos e costumavam ser enormes, tornando o roubo ainda mais difícil. Então, as pinturas eram a única maneira de divulgar e receber informações. Quase como quadrinhos. As tramas eram bíblicas ou históricas e não muito divertidas.
Então, como as crianças começaram a ser retratadas de uma forma mais bela?
- A arte secular floresceu: as pessoas não queriam mais olhar para o simbólico, mas sim para os seus próprios filhos. Esse movimento foi especialmente estimulado pelos homens ricos florentinos.
- No Renascimento, os artistas tinham um novo interesse: observar a natureza e retratar as coisas do mesmo modo como são vistas. O expressionismo da Idade Média acabou, o que levou ao aparecimento de imagens mais realistas de bebês e crianças.
- Já durante o Renascimento, ocorreu uma transformação no conceito de criança: de pequenos adultos, as crianças se transformaram em criaturas exclusivamente inocentes. Isso aconteceu quando a ideia de que toda criança nasce sem pecado e ainda não sabe nada sobre o mundo se espalhou pela sociedade.
Bônus: os artistas medievais retratavam não apenas as crianças, mas também os gatos de uma forma estranha
Você já tinha percebido que as crianças eram retratadas dessa forma nas pinturas da Idade Média? Conhece alguma outra curiosidade sobre a arte durante esse período? Conte para a gente na seção de comentários.
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