As Black Mambas combatem com coragem a caça clandestina de rinocerontes na África do Sul (e só podemos tirar o chapéu para essas bravas mulheres!)
Em 2013, a caça clandestina de rinocerontes na África do Sul chegou a níveis assustadores. Naquele ano, o índice de abates chegou aos alarmantes níveis de um animal morto a cada 8 horas. Mas as medidas empregadas para evitar a caça ilegal não deram resultado, por isso as autoridades tentaram outra alternativa e criaram o grupo das Black Mambas. Elas são as verdadeiras mulheres-maravilhas, responsáveis por lutar contra a matança clandestina de rinocerontes no país.
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A caça ilegal de espécies protegidas vem aumentando
Há alguns anos, a caça ilegal de rinocerontes, leões e elefantes se tornou um grande negócio, porque aumentou o uso de produtos de espécies protegidas para fins medicinais, alimentícios e até mesmo como símbolo de riqueza, especialmente na Ásia.
Entre os produtos mais valorizados está o chifre do rinoceronte, um dos mais altos símbolos de status social. Por esse motivo houve um aumento significativo da caça desse animal nos últimos anos em todo o continente africano.
Quanto vale um chifre de rinoceronte
E não é estranho que o chifre desse animal seja um símbolo de riqueza, já que vale mais do que quilo do ouro. Um chifre de rinoceronte pode chegar a custar o equivalente a 955 mil reais no mercado negro, ou seja, cerca de 229 mil reais o quilo — um quilo de ouro vale cerca de 170 mil reais. Portanto, muitas comunidades vulneráveis e próximas ao habitat desses animais veem a caça ilegal como uma oportunidade e começam a trabalhar para gangues criminosas.
As Black Mambas surgiram e foram para o combate
Em 2013, após o grande número de mortes de rinocerontes na reserva particular Balule, localizada no Parque Nacional Kruger, na África do Sul, Craig Spencer, ecologista e diretor da reserva, decidiu tentar uma nova solução com o envolvimento das comunidades, para aumentar a conscientização e combater a caça ilegal.
Ele recrutou 26 mulheres, treinou-as em rastreamento e combate, vestiu-as com uniformes militares e as distribuiu por toda a área de 40 mil hectares da reserva. Assim, elas se tornaram as defensoras das criaturas selvagens, as Black Mambas, a primeira unidade contra a caça ilegal do mundo composta apenas por mulheres.
Elas também lutam contra a corrupção
A medida pareceu funcionar e as mulheres sabem disso. “Nós, mulheres do Black Mambas, somos perigosas para os caçadores”, diz Felicia Mogakane. O número de rinocerontes mortos diminuiu quase 90% em Balule e, apesar de os caçadores clandestinos tentarem corrompê-las, não conseguem. “Eles não podem nos subornar”, assegura Siphiwe Sithole, “as Black Mambas são tão fortes, tão únicas, que não podem ser corrompidas por valor nenhum”.
Seu objetivo também é atrair pessoas com menos recursos
As medidas visam não só a evitar a caça de animais, mas também a dar um impulso econômico às comunidades e tribos vizinhas ao parque, com o turismo voltado para as atrações naturais do local. “No final, isso é benéfico para todos nós”, explica Sithole. “Se não matarem mais essas criaturas, mais turistas virão trazendo dinheiro e, se trouxerem dinheiro, haverá muito mais empregos”.
Foram premiadas pela ONU
O trabalho delas é tão significativo que foram honradas pelas Nações Unidas com o prêmio “Campeãs da Terra”, uma das maiores distinções concedidas pela instituição. Após a crise da caça ilegal de 2013, o número de ataques contra os rinocerontes diminuiu na África do Sul, mas, mesmo assim, o último relatório revela que ao menos duas criaturas são mortas a cada dia. Talvez outras reservas e associações possam receber os conselhos das Black Mambas.
Em sua opinião, as Black Mambas deveriam prestar algum tipo de consultoria para outras organizações que buscam combater a caça ilegal? Acredita que países como a China e o Vietnã (os maiores mercados) deveriam combater o comércio de chifres de rinocerontes e seus derivados? Deixe sua opinião nos comentários!