E se você tivesse toda a cidade só para si?

Curiosidades
há 7 meses

Você quase cai no chão quando acorda no aeroporto. Surpreendentemente, foi o silêncio que te acordou. Normalmente, os aeroportos são agitados e movimentados. Os passageiros estão com pressa para pegar o voo. Anúncios são feitos a cada minuto. Aviões decolam e pousam.

Nesse momento, não há movimento algum. As lojas duty-free estão abertas. Mas não há ninguém lá dentro, nem passageiros, nem balconistas.

Você sente seus cabelos arrepiarem e o suor frio escorrer pelas costas. Você tinha uma hora até o seu voo e decidiu descansar antes de uma longa viagem de volta para casa. E então, acordou meia hora depois e viu... isso!

Você se levanta e começa a caminhar pelo terminal. Vários minutos depois, você não pode mais negar o óbvio. Todo o prédio está completamente abandonado.

Você começa a andar cada vez mais rápido, pensamentos perturbadores passam pela sua cabeça. “Houve uma evacuação? Algum desastre natural, provavelmente? Um tsunami? Ou um terremoto? Mas por que ninguém te acordou?”

Existem mais perguntas do que respostas.

Você começa a olhar ao redor, procurando a saída mais próxima. Ahá, aqui está! O que o deixa ainda mais ansioso é que não há ninguém no controle de passaportes. O posto de controle da alfândega também está deserto.

O mais estranho, porém, é que não parece que as pessoas deixaram o local com pressa. Tudo está em ordem. E você quase espera que um segurança do aeroporto apareça dobrando a esquina a qualquer segundo.

Você chega na área das chegadas previsivelmente vazia. Ninguém está esperando por você lá, segurando uma plaquinha com o seu nome. Nenhum motorista de táxi está oferecendo seus serviços. Você sai e vê vários táxis.

Infelizmente, eles estão trancados e não há ninguém por perto. Você vê um ônibus à distância. Ufa! Você quase corre em direção a ele, puxando sua mala grande e pesada atrás. As portas do ônibus estão abertas — mas essa é a única boa notícia. Não há motorista. Nenhum outro passageiro.

Você vai verificar o aluguel de carros. Como esperado, os escritórios estão vazios. Você não tem outra escolha a não ser escolher um carro e pegar a chave. E quem pode culpá-lo se você escolher o Porsche conversível que sempre sonhou em dirigir? Antes de ligar o carro, você tenta ligar para seus amigos. Sem sinal. Os aplicativos de mensagens não funcionam. Não há conexão com a internet. Você liga o rádio no carro e só ouve chiados e estalos.

Por mais assustadora que a situação pareça, você está otimista e tenta ver toda essa experiência como inúmeras oportunidades que nunca teve antes. Tipo, que tal se hospedar no melhor hotel da cidade?

Não tem porteiro para abrir a porta ou ajudá-lo com sua bagagem. Mas pelo lado bom, você também não precisa fazer check-in e pagar uma fortuna por um pernoite neste lugar!

Você pressiona o botão do elevador. Ele não acende. A única coisa que se ouve é o silêncio. Dã. Você pega sua bagagem (extremamente pesada!) e começa a subir as escadas, pois tem certeza de que os melhores quartos ficam no último andar! A essa altura, você não pensa no fato de o prédio ter trinta e cinco andares. E você não está em forma para chegar lá rápido — e com uma mala pesada então, nem pensar!

Depois de muitas respirações, finalmente chega lá. Ufa! Então, um pensamento lhe ocorre: os quartos devem estar trancados e você não tem chave! Para testar, você empurra a primeira porta à esquerda. Ela se abre. Só pode significar uma coisa: não tem eletricidade! O que, por sua vez, significa que não vai dar para tomar aquele banho com que começou a sonhar quando estava no décimo quarto andar!

Seu estômago escolhe o momento para reclamar: ele dá aquele rosnado ensurdecedor. Você escolhe o melhor quarto do andar. Ele possui grandes janelas panorâmicas. Então, larga sua mala ao lado da cama e vai procurar um pouco de comida. Você dirige seu carro até o maior shopping center da região.

Todo o processo acaba sendo inesperadamente empolgante: se você gosta, você pega. Lojas e supermercados estão completamente vazios. Você passa por restaurantes. Não há ninguém que possa cozinhar nada lá. E você não é tão bom em preparar uma refeição sem queimar a cozinha durante o processo.

Você compra sua comida favorita no supermercado. Então, anda pelo shopping, pegando algumas coisas que queria ter há muito tempo. Algumas roupas das últimas coleções, aquele relógio que você tem na sua lista de desejos desde o ano passado. Você hesita perto da loja de eletrônicos. Mas por que precisaria de novos aparelhos se não há eletricidade nem Internet?

Você já saiu do shopping e está caminhando em direção ao carro quando algo faz você congelar.

Uma zebra? Ela está vagando lentamente pelo estacionamento, chegando assustadoramente perto do seu carro.

Você pega seu telefone para pesquisar no Google como fugir de uma zebra selvagem. Dã — sem Internet.

Você cuidadosamente afasta o animal. Ele o encara por um momento, depois se vira e vai embora. Você quase pode imaginar ela deu de ombros.

Você entra no carro e dirige de volta ao hotel, onde enfrenta outro problema. Você tem coisas demais. Não tem como carregar tudo para o último andar. Você guarda a maioria dos produtos na cozinha do hotel. Há um porão frio lá, onde sua comida não vai estragar por um tempo.

Após um bom jantar, seu cérebro aparentemente começa a funcionar de maneira mais eficaz. Você lembra que o hotel em que está é famoso por sua estrutura de spa. Tem várias fontes de águas termais: o seu problema do banho está resolvido!

Várias semanas se passam sem mudanças. As pessoas não voltaram para a cidade. Ainda não há sinal de rádio e eletricidade, a TV não funciona. Você aprendeu a viver sem seu smartphone e internet. Sua condição física é incrível.

Aparentemente, um apartamento no trigésimo quinto andar sem elevador faz isso com as pessoas. Você também visita diferentes piscinas pela cidade. Além disso, sem eletricidade, sua rotina diária é bastante agradável. Você vai para a cama quando escurece e acorda ao nascer do sol.

Seu cabelo ficou elegantemente comprido. Você ainda está esperando que as pessoas voltem, e não tem nada a fazer a não ser ler livros. Como encontrou uma biblioteca, começou a aprender vários novos idiomas. E, sem nada para distraí-lo, há muitos pensamentos na sua cabeça.

Você se sente solitário e entediado. Um dia, percebe que não há nada pelo que esperar. É hora de tentar chegar até outra cidade. É um processo complicado. Você começa sua viagem de carro. Quando fica sem gasolina, encontra uma bicicleta. Então, um carro novamente. Você até caminha em algumas partes do caminho.

Tudo parece como se as pessoas tivessem acabado de deixar o local. Mas os animais que encontra durante a viagem se comportam de maneira estranha. Eles são muito amigáveis ​​e não parecem ter medo de você. Parece que eles nunca viram ninguém antes!

Depois de uma semana de viagem, você pisa no freio do carro. Ele para na frente de uma cerca enorme. Ela é feita de um estranho material brilhante. Você tenta dirigir para a esquerda, mas a cerca não acaba. O mesmo acontece quando explora o lado direito.

Você pensa sobre suas alternativas. Cavar embaixo dela — definitivamente não é uma opção. Ao que parece, a cerca pode ir fundo no subsolo. Rompê-la é uma má ideia. Você não sabe que material é este, mas parece muito resistente. Sua única escolha é pular a cerca. Você retorna à cidade mais próxima e compra chuteiras com garradeiras na parte inferior, um par de luvas e uma corda.

Depois do que parece ter sido horas de trabalho pesado, grunhidos e suor, você está sentado no topo da cerca. Agora é só descer, procurar outro carro, chegar ao povoado mais próximo, saber se tem gente lá... Enfim, você chega ao chão. Se vira... E vê um homem! Ele parece apavorado e está lentamente se afastando. Você está tão animado que não consegue parar a enxurrada de perguntas. O homem está ouvindo você em silêncio. Quando todas as suas perguntas acabam, ele parece ter se acalmado.

Então é a vez de ele falar.

“As pessoas deixaram aquela área há décadas. Era por volta de 2021... Aconteceu depois daquele acidente no laboratório que pesquisava o espaço-tempo. Uma barreira apareceu em torno de um enorme território, e não deixava passar as pessoas e nenhum tipo de sinal.

Ninguém do nosso lado sabia o que estava acontecendo do outro lado. Com o tempo, a barreira ficou mais fraca. Várias pessoas conseguiram passar. Mas todos que foram para lá nunca voltaram. Construímos esta cerca para evitar que as pessoas arriscassem suas vidas. Você é a primeira pessoa daquele lado que já apareceu.”

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