E se a Terra tivesse uma “gêmea” no Sistema Solar?

Curiosidades
há 9 meses

Entre todos os planetas do Sistema Solar, a Terra é única, pois só ela desenvolveu vida. Mas e se tivermos um concorrente? E se uma segunda Terra aparecesse do nada? Então haveria dois cenários distintos. O primeiro é a destruição de ambos os planetas. O segundo tem um final inesperado, mas bastante lógico. Vamos começar com o cenário catastrófico. A segunda Terra com as mesmas condições só poderia existir se recebesse absolutamente a mesma quantidade de luz solar que o nosso planeta.

A órbita que a Terra segue é perfeita para obter a quantidade necessária de calor solar. Se estivéssemos um pouco mais longe, toda a superfície do nosso planeta se assemelharia à Antártida. E, se a Terra estivesse um pouco mais perto do Sol, todos nós viveríamos em um imenso deserto habitado por pouquíssimos seres vivos. Então, pra que a segunda Terra seja idêntica à nossa, ela precisa seguir a órbita do nosso planeta.

Dois objetos massivos podem existir próximos um do outro. A união da Terra e da Lua é um grande exemplo disso. Mas, se o segundo objeto fosse tão pesado e enorme quanto o nosso planeta, não haveria espaço suficiente para ambos. A gravidade das duas Terras seria um grande problema. Os dois mundos colidiriam, pois seriam puxados um em direção ao outro. Esse processo duraria centenas de milhões de anos.

No final, os dois planetas se transformariam em um único mundo gigante. Seus restos ficariam voando ao redor do planeta recém-formado, lembrando os anéis ao redor de Saturno. Ou um dos planetas empurraria o outro para fora de sua órbita. Nesse caso, uma das Terras se lançaria em direção ao Sol e queimaria como um fósforo na atmosfera dele.

Também é importante lembrar que a Terra está se movendo a uma velocidade de 105 km/h o tempo todo. Isso é mais de 80 vezes mais rápido que a velocidade do som. Agora, imagine dois planetas enormes que estão voando um em direção ao outro nessa velocidade. Mesmo um organismo microscópico vivendo na boca de um vulcão não teria chance de sobreviver à colisão de duas Terras. Até a Lua seria despedaçada pela onda de choque. Mas vamos imaginar que a gêmea da Terra está seguindo outra órbita, em algum lugar entre Marte e a Terra. Mesmo nessa situação, a vida das pessoas mudaria para sempre.

A propósito, a teoria de que a Terra poderia ter uma gêmea surgiu há muito tempo. Cientistas do passado acreditavam que um segundo planeta poderia estar escondido no lado oposto do Sol. Graças às tecnologias modernas da astronomia, sabemos que essa teoria não é verdadeira. Caso contrário, nossos telescópios e outros equipamentos já teriam captado alguns sinais desse planeta. Os cientistas estudam objetos espaciais a milhares de anos-luz de distância de nós. Então, eles definitivamente notariam outro mundo nos arredores.

Mas, de qualquer forma, vamos imaginar que a segunda Terra existe, e que nós a descobrimos recentemente. Todo o campo da Astronomia e da Astrofísica recebe imediatamente centenas de bilhões de dólares em financiamentos. O estudo da gêmea da Terra se torna uma meta prioritária para as pessoas. Especialistas apresentam inúmeras hipóteses sobre como é a segunda Terra e o que está acontecendo lá.

O planeta fica quase à mesma distância do Sol que nós. Isso significa que o clima deve ser o mesmo. Logo, os cientistas descobrem que a sósia da Terra tem água líquida e continentes, mas que não são como os nossos. Suas formas e localização são diferentes. É bem provável que exista vida lá também. Mas qual é a origem dela?

Há uma hipótese de que a vida no nosso planeta surgiu graças aos aminoácidos trazidos para cá por um meteorito. É altamente improvável que a mesma coisa tenha acontecido em outro mundo. A vida deve ter surgido lá de uma maneira completamente diferente. Talvez os peixes não tenham saído da água naquele planeta, e as primeiras criaturas inteligentes tenham aparecido no oceano, e podem ser anfíbios com escamas e barbatanas ou monstros semelhantes a polvos com enormes tentáculos. Os peixes na segunda Terra poderiam ter saído da água e desenvolvido membros.

Mas e se eles não gostassem de andar no chão? Então, esse mundo pode ser habitado por pessoas inteligentes que são pássaros. Ou a vida poderia ter se originado nas profundezas do solo. Então, a evolução teria gerado toupeiras humanoides ou vermes altamente desenvolvidos.

Para descobrir com certeza, os cientistas enviam um astro móvel para lá. Uma missão semelhante em Marte foi um sucesso, então não deve haver problemas com essa. As pessoas na Terra estão esperando. O que vamos encontrar do outro lado? Levará vários anos para a nave chegar lá. Curiosamente, dois dias após o lançamento, ela retorna. Mas essa não é a nossa sonda espacial!

Durante todo esse tempo, os habitantes da segunda Terra também observavam nosso planeta. Em dado momento, também enviaram uma sonda, que é feita dos mesmos materiais que a nossa. Ela tem uma câmera e um dispositivo para gravação. Mas as pessoas estão preocupadas, porque o astro móvel se parece com uma aranha mecânica. Será que nesse mundo vivem tarântulas gigantes?

Os cientistas entenderam que precisamos nos comunicar. Enviamos aos nossos visitantes um sinal de rádio com algumas informações sobre nossa civilização. Eles pegam essa mensagem e enviam a deles, com símbolos estranhos que lembram rabiscos. Linguistas de todo o mundo estão tentando decifrá-la. Enquanto isso, os astrônomos enviam aos visitantes uma gravação da fala humana. Alguns dias depois, nossos satélites captam uma mensagem dos nossos vizinhos espaciais, com suas vozes.

Os cientistas estão prestes a tocar a gravação. O mundo inteiro está ouvindo... prendendo o fôlego... É um rosnado. Um rosnado terrível e absolutamente incompreensível, com pausas e um ritmo inusitado — mas não é nada parecido com a fala humana! O planeta inteiro está em pânico. Todos os países estão se preparando para uma invasão.

O mais importante agora é construir escudos para proteger o planeta. Ninguém consegue descriptografar as mensagens. É possível que nossos vizinhos também não nos entendam. As pessoas fazem uma última tentativa de estabelecer algum contato. Enviamos um vídeo para explicar aos nossos visitantes, com a ajuda de gestos e sinais, que só queremos paz e colaboração. A resposta não demora muito. Nosso satélite recebe o arquivo de vídeo deles. Os cientistas reproduzem a gravação. É chocante.

Vemos dinossauros em trajes robóticos. A vida na segunda Terra vem se desenvolvendo como no nosso planeta. Mas o terrível meteorito gigantesco não caiu lá. Ao longo de milhões de anos de evolução, os dinossauros foram ficando inteligentes. No vídeo, eles estão rosnando e apontando com suas garras para a imagem da nossa Terra. Então, começam a rosnar ainda mais alto e... isso é uma risada? A gravação termina. As pessoas consideram essa mensagem o anúncio da invasão. Vários anos se passaram.

Durante esse tempo, os cientistas trocaram mensagens com os dinossauros várias vezes, e parece que estamos começando a entendê-los. Acontece que os répteis também querem paz. Dizem que o planeta deles já foi habitado por humanoides parecidos com os humanos, mas uma grande inundação acabou com eles. Os dinossauros conseguiram sobreviver e evoluir. São seres inteligentes.

Levará muitos anos até que as pessoas ponham os pés no planeta deles. E, quando isso acontecer, a humanidade se sentirá aliviada, percebendo que não estamos sozinhos. Mas e se não houvesse vida inteligente na segunda Terra? As pessoas também ficariam felizes. Nós saberíamos que sempre teríamos outra casa. Talvez deveríamos começar a explorar a gêmea da Terra imediatamente ou começar a minerar os recursos dela para reabastecer os nossos.

De qualquer forma, nossas vidas não mudariam de imediato, pois aquela Terra está muito longe do nosso planeta. Dezenas de gerações viveriam antes que as pessoas começassem a se estabelecer na segunda Terra. Nosso planeta natal estaria perdendo cada vez mais recursos, então todos gostariam de se mudar para um novo mundo. No início, apenas os mais ricos poderiam ir. Mas, com o tempo, as viagens espaciais se tornariam mais baratas.

As pessoas provavelmente investiriam muito dinheiro para construir um paraíso na segunda Terra. Se isso acontecesse, poderíamos visitar esse mundo durante nossas férias, para respirar ar puro e curtir a natureza. De qualquer forma, a população humana cresceria. Isso significa que, mais cedo ou mais tarde, a segunda Terra se tornaria tão populosa quanto a primeira. E então as pessoas começariam a procurar um novo lar entre as estrelas. A propósito, se existe vida em um planeta semelhante ao nosso, é provável que se pareça com... polvos.

Existe até uma teoria de que os polvos vieram de algum outro mundo para a Terra. Qualquer animal tem vários estágios evolutivos de desenvolvimento. Por exemplo, elefantes e mamutes descendem de um ancestral comum há 5 ou 6 milhões de anos. Olhando ainda mais longe, quase todos os mamíferos evoluíram de um ancestral que compartilhavam com os répteis. Cada espécie vem mudando ao longo de milhões de anos.

Mas não os polvos. De repente, eles apareceram em uma árvore genealógica. Do ponto de vista da evolução, as lulas teriam que evoluir para polvos daqui a milhões de anos. Mas veja — elas já estão aqui! Além disso, os polvos são incrivelmente inteligentes. O código genético deles é muito mais diversificado que o humano. Eles podem ser visitantes de outro planeta semelhante ao nosso. Mas, claro, isso é apenas uma hipótese.

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