Dormi em um quarto separado da minha esposa durante um ano e vou contar o que mudou no meu casamento

Muitas pessoas entendem o quanto é importante a inviolabilidade do espaço pessoal. Todo mundo precisa de vez em quando ter a possibilidade de ficar sozinho. Mas uma pessoa casada que devido ao trabalho passa a maior parte do dia em casa, muitas vezes tem dificuldade em conciliar o tempo dedicado a si, com o tempo necessário para manter uma relação harmoniosa com o parceiro.

Com a permissão do autor Pavel, o Incrível.club publica os resultados da sua experiência: ele e a esposa decidiram dormir em quartos separados.

Uma das melhores decisões foi precisar pedir autorização para entrar

Há um ano, eu e minha esposa decidimos dormir em quartos separados para não nos cansarmos um do outro e das nossas atividades que, às vezes, são bem diferentes. Por exemplo, minha esposa gosta de ouvir música, alto e sem os fones de ouvido, já eu prefiro ler um livro em silêncio, ou assistir a algum programa de TV com os fones. Além disso, trabalho em casa e dou aulas particulares e, às vezes, incomodo minha esposa com conversas tensas.

Portanto, decidimos dormir “separadamente”. Inicialmente alugamos um imóvel de dois dormitórios, depois compramos e reformamos nosso próprio apartamento de três quartos.

Que felicidade poder me sentar em meu quarto, cuidar das minhas coisas, ou descansar sem que a qualquer momento alguém entre sem bater.

Vocês podem questionar: “O que te mantém tão ocupado para ser preciso bater na porta antes de abrir?”

Nada especial. Na infância, embora tivesse meu próprio quarto, a porta precisava ficar sempre aberta e meus pais podiam entrar a qualquer momento para ver o que eu estava fazendo: brincando, lendo, dormindo ou assistindo a um filme. Eu sempre precisava dar desculpas e explicar minhas atividades. É claro que meus pais não agiam por maldade, eles estavam acostumados com isso. Mas, mesmo assim, eu me sentia desconfortável.

Agora, quando minha esposa bate à porta do meu quarto, se não quero me comunicar ou interromper meus estudos, posso lhe dizer sem me preocupar: “Estou ocupado”. E sabe de uma coisa? Ela não insiste e não pergunta: “O que você está fazendo?”, simplesmente vai embora. Foi uma ótima solução.

Ter meu próprio espaço é inestimável

Ir para o meu quarto e fazer o que desejo, no momento que melhor me convém, sem a necessidade de precisar justificar algo para minha esposa, é uma sensação de prazer e conforto indescritível. Mesmo que seja apenas para dormir sem ser incomodado.

Outro ponto positivo é que tendo um quarto só meu, posso organizar tudo como achar melhor, sem a interferência de ninguém, e deixar as prateleiras, armários, mesa e outras coisas da forma como entendo o que é organização.

Geralmente, o mais importante é a sensação de que existe o meu e o do outro, e que há uma fronteira nítida entre ambos. Passei a respeitar mais o espaço da minha esposa e a dar maior valor aos momentos que desfrutamos juntos. Não insistir e sim perguntar, fez com que a frase “Ok, pode entrar” me proporcionasse uma sensação mais agradável e interessante do que a liberdade que eu experimentava, com minha mulher entrando a qualquer momento.

Minhas conclusões

Claro, que as pessoas que possuem mansões com 10 quartos e três banheiros vão dar risada e dizer: “Nada de novo, já fazemos isso há muito tempo”. Mas não é o caso de todos.

Sei que a maioria das pessoas mora por anos em apartamentos de um, dois ou três cômodos: um quarto para as crianças, uma sala de estar e um quarto para o casal, e que passam juntos 24 horas por dia, sete dias por semana! Mas isso é um absurdo! A convivência se torna mais fácil se marido e esposa tiverem seu próprio espaço, mesmo que morem em um apartamento padrão. Isso melhora a vida cotidiana e, claro, todo o resto.

E como você reagiria à proposta de seu parceiro de dormir em quartos separados?