Déjà vu: por que eles acontecem e 15 outras maneiras de o cérebro te enganar

Cerca de 60 a 80% das pessoas, principalmente entre 15 e 25 anos, ocasionalmente têm momentos de déjà vu de causar arrepios. É fugaz e imprevisível, e os cientistas ainda não têm 100% de certeza de por que isso acontece e não conseguem reproduzi-lo de forma controlada. Buscando entender melhor, alguns cientistas tentaram criar memórias para pacientes sob hipnose, depois pediram que eles se esquecessem ou lembrassem da memória criada, e isso os fez sentir um déjà vu mais tarde. Outros cientistas tentaram recriar reminiscências em realidade virtual com cenas semelhantes em jogos.

Os experimentos os fizeram acreditar que o déjà vu é a sua memória pregando peças em você. Você entra em uma situação que se assemelha a uma memória real que você tem, mas não consegue se lembrar dela completamente. Seu cérebro percebe as semelhanças e te deixa com uma estranha sensação de “eu já vi”. É assim que déjà vu se traduz do francês. Outra versão é que é uma falha de memória. É mais provável que aconteça quando você está estressado. Quando você está sob pressão ou tem muitas informações para processar de uma vez, algumas delas podem terminar na memória de longo prazo, em vez de na memória de curto prazo.

Também pode ser o resultado de uma descarga elétrica repentina de neurônios no cérebro, criando conexões falsas. Um homem viveu uma versão crônica do déjà vu, ele se sentiu preso em um loop temporal por oito anos. Parou de assistir à TV, de ouvir rádio e ler jornais porque sentia como se já tivesse visto tudo antes. Cada episódio durava minutos e parecia que estava vivendo em um filme estranho. Suas varreduras cerebrais pareciam normais, então deve ter sido um problema psicológico.

Entre 40 e 60% das pessoas experimentam o oposto de déjà vu. É a sensação de quando você não reconhece um ambiente familiar, como a casa em que você cresceu ou uma pessoa. Uma palavra que você conhece durante toda a sua vida também pode parecer estranha de repente, e até mesmo seu próprio rosto no espelho.
Se seu primo de segundo grau afirma que ele é um especialista em geografia e depois argumenta que Paris é a capital da Itália em uma festa de família, ele provavelmente é motivado pelo efeito Dunning-Kruger. Pessoas que são incompetentes em um assunto não são capazes de avaliar seu nível. Elas se recusam a reconhecer seus próprios erros e a experiência de outras pessoas. Isso acontece porque você precisa do mesmo conhecimento e habilidades para ser bom em alguma coisa ou para reconhecer que não é bom nisso.

Mesmo um mínimo de conhecimento às vezes pode fazer você acreditar que já é um especialista em algo. Quanto mais você estuda o assunto, mais percebe que ainda há muito a aprender. É por isso que as pessoas que sabem muito sobre algo muitas vezes subestimam suas habilidades e duvidam do que sabem. Portanto, em caso de dúvida, peça feedback a outras pessoas de sua confiança.
Horóscopos e resultados de testes de personalidade muitas vezes parecem ter sido escritos sobre você devido ao Efeito Forer. Seu cérebro preenche as lacunas com afirmações vagas e gerais que podem ser verdadeiras para qualquer pessoa, para que se vinculem à sua própria vida. Isso funciona especialmente bem com afirmações positivas, visto que seu cérebro normalmente trata as negativas com mais ceticismo. Sites e aplicativos de entretenimento agora usam esse efeito para vender a você os chamados produtos personalizados.

Quando você tem um dia de cabelo ruim ou uma mancha de óleo em sua camisa branca, tem certeza de que todos estão olhando para você devido ao efeito holofote. Quando você está focado em algo, seu cérebro o faz acreditar que todos estão focados nisso também. Você é naturalmente o centro do seu próprio universo e vê o mundo através de suas experiências e perspectiva. Outros fazem o mesmo, então não se preocupe com a mancha.

Quando você está comendo fora antes de uma importante entrevista de emprego, pode sentir que todos na sala sabem exatamente o quão nervoso você está no momento. Esse truque do cérebro é chamado de ilusão de transparência. É causada pelos mesmos motivos do efeito holofote. Uma boa maneira de superar isso é lembrar que os outros não têm acesso aos seus pensamentos e sentimentos e não podem ler a sua mente.

O efeito Halo é a razão pela qual você julga as ações de alguém com base no quanto você gosta dessa pessoa. Quando você encontra alguém bonito, seu cérebro muitas vezes conclui que ele também é inteligente e legal. Quando uma pessoa é positiva e entusiasmada no trabalho, muitas vezes isso pode ofuscar sua falta de habilidades e fazer com que os outros a vejam como um profissional melhor do que realmente é.

Quando você não gosta de uma pessoa, tudo nela, como a maneira como fala ou mastiga, o deixa maluco. À medida que episódios negativos relacionados a essa pessoa se acumulam, as conexões neurais relacionadas em seu cérebro se tornam mais fortes e fazem você se concentrar apenas em tudo o que ela faz de errado. O cérebro até distorce os fatos para que se ajustem à sua visão e impede que você perceba as coisas boas que a pessoa faz.

O viés de confirmação faz você buscar a confirmação das coisas na qual você acredita. Você coleta informações seletivamente, ignorando até mesmo os fatos óbvios que se opõem às suas ideias existentes. É por isso que, ao navegar na Internet, é mais provável que note materiais que apoiam sua opinião sobre o assunto. É uma maneira de o seu cérebro classificar e processar quantidades ilimitadas de informações ao seu redor. Além disso, saber que seu ponto de vista é correto contribui para a sua autoestima.

Efeito de ancoragem é um truque mental que faz com que você se atenha à primeira impressão de alguém ou de algo e afeta suas decisões. Quando você vê um Frappuccino de vinte reais no topo do menu em uma cafeteria, um Americano de dez reais parece uma pechincha. Você pede um, sem pensar que ainda é muito, porque o primeiro preço que você viu era muito mais alto. Para impedir que a ancoragem o force a tomar decisões erradas, você precisa encontrar mais informações e pesar todas as opções.

Quando uma emergência acontece e você espera que outra pessoa intervenha e ajude, é o efeito espectador em ação. Quanto mais espectadores estiverem por perto, menor será a chance de algum deles agir. Isso faz você se sentir menos responsável. Devido à influência social, você olha para os outros e copia seu comportamento de não fazer nada.

Se você disser “Estou louco por você estar aqui” em vez de “Estou feliz por você estar aqui”, é um ato falho ou lapso freudiano. São janelas reais em sua mente inconsciente. Isso acontece principalmente quando você está cansado ou emocionalmente sobrecarregado. Seu cérebro se aproveita disso e você fala “sem querer querendo”, ou seja, o induz a dizer o que teria mais medo de dizer.

Seu cérebro sempre o convencerá de que você fracassou por motivos fora de seu controle. Você obteve resultados ruins nos testes porque seu cão nunca parava de latir e não te deixava estudar. Você quebrou o vaso porque seu telefone tocou e te assustou. Todas essas desculpas inventadas são tentativas do seu cérebro de proteger sua autoestima e evitar o medo do fracasso. Quando você tem sucesso em algo, sempre acredita que é o resultado de suas habilidades e esforços. Mesmo que tenha sido por acidente, seu cérebro irá convencê-lo de que você é merecedor.

Declinismo é o termo oficial para lembrar o passado melhor do que ele era e ver o presente e o futuro sob uma luz abertamente negativa. Faz você acreditar que as coisas estão piores agora do que antes. A TV e a mídia são parcialmente culpadas por isso. Você pode ver toneladas de notícias negativas e chocantes, o que confirma suas crenças de que o presente é assustador e o futuro é incerto. Também acontece devido ao instinto de sobrevivência. Para transmitir genes, as pessoas constantemente precisavam estar atentas a ameaças e perigos.

Quando sua nova colega esquece o pen drive com um projeto do grupo em casa, você conclui que ela é uma pessoa má e irresponsável. Quando você faz o mesmo, é devido a algumas circunstâncias infelizes. Esse é o erro fundamental de atribuição. Você explica os erros dos outros por uma personalidade ruim, e os seus próprios — por alguns fatores externos.

Sua memória não funciona como uma câmera de vídeo que registra cada momento exatamente como aconteceu. Ela é muito mais frágil e imprecisa. É muito fácil distorcer as memórias de alguém ou até mesmo criar memórias falsas. Pode ser tão fácil quanto mostrar a alguém um vídeo do qual ela não participou, para fazê-la acreditar que esteve lá. Você também esquece muitas informações, desde detalhes inúteis do dia a dia até coisas importantes. Um cérebro esquecido funciona como um filtro que classifica as experiências dolorosas do passado e abre espaço para novas memórias.