Decidimos entender o porquê de “Avatar” ter feito tanto sucesso e se tornado um verdadeiro clássico do cinema moderno

Curiosidades
há 3 anos

Doze anos após a estreia oficial nas telonas, Avatar voltou a ser o maior sucesso de bilheteria da história depois de uma reexibição na China. O longa está à frente de grandes franquias como Star Wars Jurassic Park, e até de grandes produções como Vingadores: Ultimato. No entanto, apesar da popularidade, o filme tem suas controvérsias e gera opiniões bastante divergentes no público — enquanto alguns consideram a obra de James Cameron um verdadeiro clássico moderno, outros afirmam que não passa de um projeto vazio com um grande orçamento.

Nós, do Incrível.club, reassistimos a Avatar e estamos prontos para compartilhar com você algumas nuances e curiosidades acerca dessa produção multimilionária que conquistou fãs ao redor do mundo. Confira!

James Cameron é um criador de tendências

O ano era 1977. James Cameron, então um simples motorista de caminhão, ficou tão inspirado com a estreia de Star Wars: Episódio IV — Uma Nova Esperança que largou o trabalho para poder entrar de cabeça na indústria do cinema. Um ano depois, o jovem diretor já tinha gravado o seu primeiro filme — o curta-metragem de baixo orçamento Xenogenesis (sem versão para o português).

No entanto, apesar de ser o primeiro trabalho de Cameron, é possível notar elementos de seus futuros sucessos de bilheteria nele. Por exemplo, os protagonistas — o ciborgue Raj e sua companheira Laurie — lembram bastante o robô T1 de O Exterminador do Futuro e Ripley de Aliens, O Resgate, respectivamente. Além disso, no cartaz do curta desenhado pelo diretor é possível ver uma mulher de pele azul em um cenário de outro planeta. É quase que involuntário associar essa personagem à protagonista de Avatar.

A produção é repleta de metáforas e referências

Jake Sully usa uma cápsula especial para poder se conectar e “entrar” no avatar — um corpo híbrido artificialmente projetado da raça Na’vi. Apenas com a ajuda dessa tecnologia ele conseguiria andar novamente e ver o mundo de Pandora sem a necessidade de equipamentos especiais. Tudo isso é uma metáfora à imersão no universo 3D do filme. O protagonista, ao ficar em uma câmara escura, faz uma referência ao mundo real, mais precisamente ao espectador sentado na poltrona da sala de cinema.

Dessa forma, o espectador pode se sentir na pele do personagem de Sam Worthington, uma pessoa exemplar e de fácil compreensão. No mais, Joseph Campbell em seu livro O Herói de Mil Faces compara contos e mitos de diferentes povos e épocas, chegando à conclusão de que é necessário três etapas para se tornar um herói e que elas sempre seguem uma mesma narrativa. Inicialmente, o aspirante a herói deixa o seu antigo mundo, vivencia então uma série de experiências, e, por fim, adquire uma nova essência. E é exatamente isso que acontece com Jake Sully.

Em Avatar, aborda-se uma temática que tem se tornado cada vez mais atual (e urgente) hoje em dia

A temática da questão ambiental e do consumismo desenfreado é abordada com clareza em Avatar. E isso serviu como um lembrete de que nós, ano após ano, continuamos degradando o nosso próprio planeta. Ao contrário, a propósito, dos habitantes de Pandora, que convivem em harmonia com o meio ambiente.

Os Na’vi amam o planeta em que habitam, e isso é perceptível até nos menores detalhes de seu cotidiano. Como, por exemplo, a maneira como Neytiri bebe avidamente a água da chuva que se acumulou na folha de uma planta. Nessa cena, a felicidade transparece nas emoções da personagem, que está perceptivelmente ciente de sua conexão com a natureza e se desfruta dela. Parece até que o diretor sugere que esse é o estilo de vida que deveríamos adotar.

James Cameron queria criar uma versão fantástica de como era o nosso mundo antigamente. E foi assim que surgiu Pandora. Alguns espectadores até notaram paralelos entre o enredo do filme e o desmatamento na Amazônia e no Tibete, e a mineração de urânio no Novo México.

Na comunidade de fãs, há uma interpretação de que as pessoas não entenderam o significado de Avatar. Segundo esse pensamento, não é preciso sonhar com um mundo de fantasia, onde é possível se conectar com um “cavalo” de seis patas através de uma trança no cabelo, mas sim valorizar, amar e cuidar do nosso próprio planeta. Esse seria o significado da obra. A trança, por sua vez, simbolizaria a conexão espiritual entre uma pessoa e a natureza.

Todo o ambiente de Pandora foi pensado nos mínimos detalhes

Os produtores trabalharam duro na criação dos cenários, e muitas das paisagens de Pandora se parecem com lugares reais na Terra. James Cameron, por exemplo, se inspirou nas montanhas do Parque Florestal Nacional Zhangjiajie, na China, para as montanhas flutuantes do filme.

Os lagos e as cavernas brilhantes do planeta extraterrestre se assemelham muito à lagoa bioluminescente da cidade jamaicana de Falmouth e ao Parque das Flores de Ashikaga, no Japão.

Além disso, linguistas criaram uma língua única para ser falada pelos Na’vi. Enquanto botânicos e astrofísicos assumiram a organização meticulosa da vida, fauna e flora de Pandora. É até difícil de imaginar, mas quase todas as plantas e animais que aparecem no filme tem um nome e suas características bem documentadas. E alguns deles até se assemelham a espécimes terrestres já extintos.

No mais, todos esses aspectos têm um fundamento científico. Por exemplo, o gigantismo das plantas e dos animais é explicado pela menor gravidade do planeta. A existência de rochas flutuantes se deve à influência de campos magnéticos e da radiação. E a bioluminescência dos organismos vivos é uma forma de comunicação.

Provavelmente, os Na’vi eram alienígenas em Pandora assim como os humanos

Os fãs perceberam uma característica curiosa que pode indicar que os Na’vi são uma espécie alienígena em Pandora, assim como os humanos. O fato é que todos os habitantes nativos do planeta têm seis membros, quatro olhos e duas conexões neurais. Além disso, os animais não têm pelos e respiram através de orifícios no pescoço ou no peitoral.

Os Na’vi são diferentes de todos e muito parecidos com os humanos. Sim, eles têm uma conexão neural, mas apenas uma. E talvez até a tenham criado artificialmente para poder se conectar com o planeta.

Avatar infligiu uma influência colossal no cinema

Os críticos ficaram impressionados com o caráter inovador e grandioso da criatividade de Cameron: “Ao assistir Avatar, eu senti mais ou menos a mesma coisa de quando vi Star Wars: Episódio IV — Uma Nova Esperança em 1977. Avatar não é simplesmente um entretenimento sensacional, [...] é uma inovação tecnológica. Ele tem uma mensagem ambiental e contra a guerra. Está predestinado a se tornar cult.

Na verdade, o diretor acabou elevando o cinema a outro nível. Ele aperfeiçoou o método de animação Motion Capture, aumentando a quantidade de câmeras usadas no processo e instalando uma adicional responsável por captar as emoções dos rostos dos atores.

Para se ter uma ideia, funcionava mais ou menos assim: mais de cem câmeras ficavam apontadas para os atores, que atuavam vestindo trajes especiais com sensores. E não para por aí — enquanto eles gravavam as cenas, o computador processava os dados e mostrava na tela do diretor a animação já pronta. Ou seja, já durante as gravações era o personagem quem era visível nas imagens gravadas, e não o ator.

E as melhorias dessa inovação são visíveis a olho nu. Basta apenas comparar acima as imagens da animação de Tom Hanks em O Expresso Polar com a de Sigourney Weaver em Avatar.

O diretor esperou o momento certo para começar as filmagens

James Cameron começou a trabalhar no roteiro de Avatar em meados dos anos 90. Naquela época, o diretor já tinha uma ideia clara de como seria o filme, assim como já tinha os detalhes em mente. E nesse processo, pegou muito emprestado de romances de ficção científica. Incluindo, provavelmente, a série de livros Noon Universe (sem versão para o português) dos irmãos Strugatsky. Afinal, o nome do planeta extraterrestre em ambas as obras é o mesmo — Pandora.

As gravações estavam planejadas para começar imediatamente após a estreia de Titanic, mas Cameron acreditou que a tecnologia ainda precisava avançar mais para poder seguir com o projeto. Nesse ínterim, é válido notar que a história de amor entre Jake e Neytiri se assemelha muito com a de Jack e Rose de Titanic. Nos dois filmes, ambos os personagens vêm de mundos radicalmente diferentes e sua conexão viola as normas sociais, forçando-os a fazer escolhas difíceis.

A continuação será ainda mais grandiosa

Sabe-se que a estreia do segundo longa do universo Avatar está planejada para o final de 2022. Além desse, terão mais três filmes, que serão lançados com um intervalo de dois anos entre si. O elenco, no geral, permanecerá o mesmo, com algumas adições, como Kate Winslet, Vin Diesel e David Thewlis. No mais, os personagens de Sigourney Weaver e Stephen Lang também retornarão às telonas.

O roteiro se desenrolará em torno do amor de Jake e Neytiri. E a maior parte das gravações aconteceu debaixo d’água, razão pela qual os atores tiveram de treinar com mergulhadores por um bom tempo. No mais, segurar a respiração talvez não fosse o mais importante, mas manter as expressões faciais vívidas, assim como os olhos abertos sem que eles parecessem desconfortáveis.

Kate Winslet foi ainda mais longe e aprendeu a prender a respiração por muito tempo debaixo d’água. “Eu tive de aprender mergulho livre para atuar em Avatar. Consegui prender minha respiração por 7 minutos e 14 segundos na minha tentativa mais longa, isso é loucura”, contou a atriz.

Sigourney Weaver, de 71 anos, também não ficou de fora. Eis como ela brincou com a situação: “Eu não queria que ninguém pensasse: ’Oh, ela é velha, ela não consegue fazer isso’”.

Qual foi a sua primeira impressão ao assistir Avatar no cinema? Que aspecto de Pandora e da vida dos Na’vi você gostaria de ver retratado nas continuações? Na sua opinião, qual a mensagem que o diretor quis passar através do filme? Conte para a gente na seção de comentários.

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