Como estão hoje os 7 gêmeos cujos pais decidiram não ouvir os médicos há 21 anos
O nascimento de um bebê muda a vida de qualquer família. Se forem gêmeos ou trigêmeos, a situação é ainda mais radical. Agora imagine sete filhos. Isso mesmo, sete! No dia 19 de novembro de 1997, contrariando a opinião médica, a americana Bobbi McCaughey teve sete bebês. Esse foi o primeiro caso de sétuplos que conseguiram sobreviver. Em novembro do ano passado, eles completaram 21 anos.
O Incrível.club decidiu pesquisar como foi a infância deles e quais as situações que Bobbi e seu marido, Kenny McCaughey, precisaram enfrentar para vê-los crescer.
Kenny e Bobbi McCaughey. Os cientistas afirmavam que a probabilidade de que Bobbi morresse pela queda de um asteroide era maior do que a de conseguir dar à luz sete bebês
Os pais dos sete gêmeos eram um casal como outro qualquer. Kenny, então com 27 anos, e Bobbi, com 29, criavam a filha Mikayla e decidiram fazer um tratamento de fertilidade para ter um segundo filho. Durante o processo, os médicos avisaram que havia a possibilidade de que ela tivesse mais de um bebê. Bobbi se preparou para ter dois filhos, mas ela estava errada...
Kenny se lembra do dia em que ligou para a esposa para perguntar como tinha sido o exame e se eles teriam um ou dois filhos. A voz da esposa pareceu um pouco estranha e Kenny começou a suspeitar de que algo havia dado errado. De repente, ela disse: “sete”. Kenny começou a pensar em como poderia alimentar sete crianças e em como seria praticamente impossível criar tantos filhos.
Bobbi jamais vai esquecer do dia em que descobriu que seria mãe de sétuplos. “Não houve nenhum grito de felicidade, havia apenas perguntas”. Os médicos não sabiam o que fazer e insistiam que o melhor a fazer era retirar alguns fetos e dar aos outros a possibilidade de sobreviver. A futura mãe recusou a opção e decidiu que teria todos eles.
O casal McCaughey em uma coletiva de imprensa dois dias após o nascimento dos filhos, em 21 de novembro de 1997
Até mesmo em casos de gravidez de trigêmeos a probabilidade de que os bebês sejam saudáveis (sem patologias físicas ou neurológicas) é de 50%. Quase metade dos casos da época acabava em abortos espontâneos.
O desenvolvimento dos bebês foi monitorado por médicos especializados em casos complicados. Até a fase final da gestação, eles tinham certeza de que algo daria errado. Mas se enganaram. A futura mãe continuou se sentindo bem, embora sua barriga pesasse 9 kg.
O parto aconteceu no Centro Médico de Iowa, Estado onde vivem. Mais de 40 especialistas participaram, direta ou indiretamente do processo, entre médicos, enfermeiras e anestesistas.
As crianças nasceram nove semanas antes da data prevista, mas todas sobreviveram: quatro meninos e três meninas. Foi necessário fazer uma cesárea e os bebês ficaram em observação no hospital por aproximadamente dois meses.
A irmã de Bobbi trancou a universidade para ajudar a família com os novos bebês
Quando a mãe, cansada e surpresa, recebeu alta, o trabalho duro dentro de casa começou. Os bebês precisavam de 42 mamadeiras e 52 fraldas por dia. Bobbi disse que seus familiares ajudaram muito no começo e ela sempre tinha alguém a quem recorrer.
O casal McCaughey recebeu uma doação de fraldas suficientes para dois anos, comida, uma grande casa e uma garantia de que os filhos poderiam cursar qualquer universidade em Iowa.
Nem todo mundo apoiava o casal. A cada 10 cartas que eles recebiam, pelo menos uma dizia que estavam explorando os filhos para serem famosos. Muitas pessoas desconhecidas iam até a casa dos McCaughey para pedir para segurar os bebês. E, em meio a esse turbilhão de interessados, câmeras e jornalistas, a família fazia o possível para tentar viver uma vida normal.
Duas crianças nasceram com paralisia cerebral e, após algumas operações, hoje podem caminhar sem ajuda. Uma delas é Alexis, que chegou a participar de um concurso de beleza para crianças com necessidades especiais.
Nos primeiros anos, a família recebeu muita ajuda de voluntários. Com o passar do tempo e com os bebês já mais crescidos, o casal começou a ter mais tempo. Kenny não parou de trabalhar e Bobbi começou a trabalhar meio período.
Na imagem, vemos os sétuplos com seis anos: Joel, Natalie, Alexis, Kelsey, Nathan, Kenneth e Brandon. A criança maior é Mikayla.
Quando as crianças cresceram, Bobbi passou a contar com a ajuda de dois assistentes especiais. Além disso, os filhos sempre ajudaram com as tarefas de casa. “As meninas sempre gostaram de cozinhar e todos eles sempre ajudaram a cuidar do jardim, a cortar a grama, a lavar o carro, etc”.
Quando os pequenos tinham 10 anos, a família consumia mais ou menos seis caixas de cereal e mais de 11 litros de leite por semana. Bobbi McCaughey comprava produtos por atacado, para gastar menos. A vida de uma família com 10 pessoas é uma rotina sem fim. Eles chegaram a ter dois fornos, dois micro-ondas, duas lava-louças e uma horta para produzir alimentos para o dia a dia.
Os sete gêmeos nunca foram mimados e sempre foram muito dedicados. Na escola, foram bons alunos e sempre praticaram esportes. Kelsey, Natalie, Alexis, Nathan e Joel estudam na Universidade de Hannibal-Lagrange; Kenneth estuda em outra faculdade e Brandon seguiu a carreira militar. Kelsey vai se especializar em relações públicas; Alexis, em pedagogia; Natalie, em esportes; Joel e Nathan pretendem estudar computação e Kenneth trabalha com construção.
Os irmãos McCaughey na formatura da escola. Quem diria que esses bebês, que pesavam 1,47 kg, um dia chegariam tão longe?
Kenny e Bobbi decidiram se mudar a um apartamento menor e a grande casa onde a família morou foi doada a uma organização que ajuda mães jovens.
Algum tempo depois do nascimento dos gêmeos, os jornalistas pararam de procurar a família. Contudo, a história do casal que lutou contra a opinião dos médicos e fez o possível para criar sete gêmeos jamais será esquecida. Afinal, cuidar de sétuplos não é para qualquer um.
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Comentários
Lindos, adoro. Eu tenho gémeos e gostava de ter tido 3 muito trabalho mas vale a pena.
Q legal conhecer mais a vida deles