“Eu tinha um pouco de medo dele”, a história de Lázaro Ramos e Wagner Moura, que resistiu aos teste do tempo
Wagner Moura e Lázaro Ramos são dois talentosos atores brasileiros, que compartilham uma amizade inabalável há mais de três décadas. Além de terem brilhado juntos nas telas, esses dois amigos têm muito em comum: talento, sucesso e uma conexão genuína. Durante suas carreiras, eles já interpretaram inimigos nas telonas, mas fora delas, a história é completamente diferente. Juntos, eles têm muitas histórias para contar sobre sua amizade duradoura, uma jornada de cumplicidade e apoio mútuo que resistiu ao teste do tempo.
O começo entre eles foi meio estranho, mas o talento os uniu
Lázaro Ramos e Wagner Moura se conheceram na adolescência, ainda quando não eram conhecidos pelo grande público. Desde então, construíram uma amizade duradoura que floresceu além das fronteiras da fama. A dupla é amiga desde os anos 1990, quando ambos tinham 16 anos e faziam aulas de teatro em Salvador, na Bahia, quando ingressaram juntos na peça teatral A Máquina.
Em entrevista ao podcast Podpah, o galã de Lado a Lado relembrou que naquela época todos chamavam Wanger de “óvni” e passou a explicar o apelido: “Ele só andava com um cabelão na frente do rosto, roupa preta, andava todo esquisito no teatro.” Ramos revelou também que em um momento inicial, ele se aproximou de Wagner por “medo”. “Eu tinha um pouco de medo, mal falava com ele, até que eu estreei um espetáculo e ele foi assistir. Ele foi no camarim e falou assim: ’E aí, irmão, você é muito bom ator, quero ser seu amigo’. Eu fiquei amigo dele por medo”.
Eles também construíram uma duradoura parceria dentro das telas e dos palcos
Além de compartilharem momentos especiais fora do olhar público, eles também tiveram a oportunidade de trabalhar juntos em diversos filmes, como Ó Paí, Ó e Cidade Baixa, comerciais e minisséries. Em suas trajetórias profissionais, estiveram presentes um para o outro em momentos cruciais. Quando Wagner fez sua estreia na direção, com o filme Marighella, Lázaro foi um apoio fundamental, demonstrando seu suporte e amizade.
Da mesma forma, quando Lázaro dirigiu sua primeira obra, Medida Provisória, Wagner não hesitou em celebrar esse momento publicamente. “Assisti ao filme e fiquei super emocionado, acho tem a cara do Lázaro, sabe? É um filme que toca nas coisas que precisa tocar, mas é leve, tem humor. É a cara do Lazinho, que é essa pessoa”, comentou o protagonista de Tropa de Elite.
Wagner e Lázaro são exemplos de uma amizade que transcende as câmeras
Os atores são amigos há 27 anos e um é padrinho do filho do outro. As declarações de admiração e respeito são mutuas e constantes. Ainda no ano passado, Lázaro usou sua conta do Instagram para prestar uma homenagem ao também ator, no dia de seu aniversário. “Eu sou muito feliz em tê-lo como amigo, padrinho do meu filho, ser padrinho do seu filho e ter construído uma história junto com você. Sigo aqui torcendo e muito orgulhoso a cada vez que vejo você brilhando nas telinhas e telonas”, escreveu.
Indicado ao Emmy, em 2007, de melhor ator por sua interpretação na novela Cobras & Lagartos, como Foguinho, Lázaro Ramos parabenizou seu ’parça’ quando foi indicado na categoria de melhor ator em série de drama, por seu trabalho em Narcos. “Orgulho é pouco pra descrever o que sinto. É bom, é irmão e é brasuca”.
Por vezes, a agenda acaba atrapalhando, mas o bom humor permanece
Em uma amizade longa, há sempre aqueles momentos em que as pessoas passam muito tempo juntas e há outros momentos que, por mais que queiram muito se ver, parecem estar muito ocupadas para o fazer. Entre Lázaro e Wagner acontece o mesmo. A relação dos dois é baseada em “estar presente na ausência”, como disse uma vez Ramos em entrevista, onde continuou: “Ele me dá inspiração e referência. Ele é muito importante para mim e está sempre na minha vida. Quando eu estava em dúvida se saía de Salvador para vir para o Rio, ele praticamente me convenceu a fazer isso”.
O ator também sabe mandar a real para o amigo quando é preciso, mesmo que seja só na brincadeira. Ao participar do “OtaLab”, ele provocou Wagner por causa de sua agenda lotada, demonstrando que sente falta do seu parceiro de vida e de cena. Rindo, ele comentou: “Ele agora não tem mais tempo pra mim. Ele não tem mais tempo pra atender meus telefonemas. Ele não faz mais chamada de vídeo comigo. Então, talvez, Ota, se você pedir, ele abra um tempinho pra trabalhar comigo”.
Mais que amigos, irmãos
Essa relação genuína de companheirismo e admiração mútua é algo digno de aplausos e serve como inspiração tanto para o público quanto para outros artistas. Wagner Moura também demonstrou a importância dessa amizade na vida dele. Em 2006, durante o Arquivo Confidencial, no Domingão do Faustão, ele começou: “Lázaro, meu irmão, você é muito especial para mim. Desde que saímos de Salvador juntos e de todas as nossas peripécias, desde quando nos olhamos e resolvemos ser amigos. Enfim, a nossa história é muito bonita e preciosa.”
Por fim, ele arrematou, deixando Lázaro em lágrimas em rede nacional: “Você é o irmão que eu escolhi. Às vezes, eu me pego fazendo um personagem, e fazendo-o para você. Eu penso: ’O Lázaro vai gostar disso.’ Aqui vai a minha admiração, pela pessoa íntegra, pelo amigo, irmão e alma que você é.”
Os famosos não limitam sua vida amorosa, encontros ou amizades apenas ao círculo das estrelas. Existem inúmeras pessoas anônimas que tiveram a sorte de se cruzar com celebridades, demonstrando que o amor e a amizade podem prosperar para além dos limites da fama.