As 3 fases da vida em que as pessoas mais se sentem em crise

há 6 anos

Uma nova pesquisa realizada pela equipe comandada pelo prestigiado professor de psiquiatria e diretor do Centro de Envelhecimento Saudável da universidade da Califórnia, Dilip Jeste, revelou que as pessoas se sentem especialmente solitárias em três idades específicas. De acordo com as estatísticas, esse estado emocional se apresenta sem que exista relação com a própria vontade nem com as circunstâncias da vida.

O Incrível.club se aprofundou no assunto para descobrir os motivos que fazem com que as pessoas passem por momentos de crise emocional durante certas etapas da vida. Acompanhe:

Primeiro período: 28 — 29 anos

“Para mim, os 28 anos é a idade em que você deixa de se sentir imortal. É quando seu estilo de vida alegre e, às vezes, destrutivo, começa a cobrar seu preço. É a idade em que o corpo mostra consequências das noites viradas em festas, do trabalho sedentário, dos hábitos prejudiciais. É quando você pensa seriamente que seria bom começar a comer bem, beber menos e praticar um esporte. E isso não é motivado por uma tendência da moda, e sim pelo assustador pensamento de que, caso você não faça algo num futuro próximo, tudo ficará ainda pior. Os 28 é uma espécie de decadência da juventude fisiológica”.

Denis Zavarikhin

Pode até soar triste, mas estamos falando de uma espécie de trampolim obrigatório de idade. Com o tempo, esses pensamentos passam, mas aos 28, o indivíduo sente que está se aproximando do fim da juventude e passa a se perguntar se vive corretamente, o que o impede de conquistar algo com que sempre sonhou, se fez algo de errado, se precisa mudar, etc. Nessa fase, podemos ter a sensação de que estamos deixando a vida passar, mas na verdade é um ótimo momento para se chegar a conclusões que já deveríamos ter alcançado antes.

Segundo período: 50 anos

“Trabalhei na área da indústria da defesa. Durante 25 anos, fui o mais jovem do lugar. Primeiro, fui um jovem especialista, depois o mais jovem chefe de laboratório, depois o mais jovem chefe de design. Quando precisei mudar de emprego e passei a atuar numa outra empresa privada, imediatamente me tornei o mais velho. Todos me chamavam de ’senhor’, enquanto eu os tratava de maneira informal. Chegaram até a me ajudar a carregar uma mala pesada. Me senti ansioso, sem entender direito o que estava acontecendo. Tinha 47 anos, mas para os meus colegas, essa já era uma idade avançada”.

Mikhail Lifshits

Na realidade, os 50 são uma idade respeitável, em todos os sentidos. Nessa fase, boa parte das pessoas realiza tarefas sociais “básicas”: encontra seu próprio espaço, conquista a estabilidade emocional, cria uma família, adquire ou reforma a casa própria, atinge o auge da carreira. Porém, isso tudo traz novos questionamentos: “E agora, o que faço? Qual o objetivo futuro?” Isso é tão inevitável quanto o período temporal de busca pelo sentido da vida, que ajuda a estabelecer novas metas. Sem dificuldades, não há desenvolvimento.

Terceiro período: mais de 80 anos

É relativamente comum ver pessoas nessa fase da vida que economizam para o próprio funeral e que investem em belas roupas que não serão usadas para sair à rua, e sim durante a “última viagem”. Alguns chegam a desenhar cruzes nas fotos dos amigos que já morreram. E tudo isso, obviamente, é muito triste.

Infelizmente, há quem chegue aos 80 e passe a considerar que está vivendo um período de sobrevivência. Quando tudo na vida já foi conquistado, algo foi esquecido e muito se perdeu para sempre. Só resta olhar para trás e viver o passado. Porém, ao mesmo tempo, há diversos exemplos de pessoas com mais de 80 que vivem de maneira mais ativa que muitos jovens: escrevem em blogs, aprendem novas profissões, viajam, trabalham e mostram que todas as crises da nossa vida podem ser superadas. Mesmo aos 80!