Apresentador de TV mostra pela primeira vez sua verdadeira aparência
Quando, aos 26 anos, Lee Thomas foi diagnosticado com vitiligo (uma anormalidade na pigmentação da pele), considerou ser o fim de sua carreira televisiva. No entanto, uma doença que, aparentemente, deveria ter destruído sua vida, proporcionou sucesso profissional e gratidão de telespectadores do mundo todo.
Nós, do Incrível.club, nos inspiramos na história deste jornalista americano e esperamos que sirva de exemplo e apoio para todas as pessoas que sofrem por ser diferente.
Até os 25 anos, Thomas sequer suspeitava de que tivesse uma doença autoimune. Ele já era um repórter de televisão de sucesso, em um dos canais locais de Nova York. Mas, uma vez, um cabeleireiro lhe mostrou uma mancha branca na parte de trás de sua cabeça do tamanho de uma moeda. Foi algo tão inesperado que ele até pensou que sua pele tinha sido arrancada.
Ele ficou realmente assustado, mas sua mãe o tranquilizou, dizendo ser sintomas desencadeados pelo estresse. Thomas levou um ano tomando coragem para ir ao médico. Nesse período, as manchas brancas já tinham aparecido em suas mãos e em seu rosto. O dermatologista diagnosticou vitiligo. Isso lhe soou como um veredicto: significava que não podia mais trabalhar como apresentador de TV, pois quem permitiria que um cara com manchas brancas no rosto estivesse no ar?
Por muito tempo o jornalista escondeu sua doença para não perder o emprego. Antes de sair de casa, aplicava muita maquiagem, que mascarava as manchas em sua pele. E sua família sempre foi um apoio, o que lhe dava forças para continuar.
A carreira de Thomas avançava e recebeu uma oferta de trabalho no canal WJBK Fox 2 News, em Detroit (também nos EUA). No entanto, o jornalista continuou a manter segredo sobre o fato de ter vitiligo. Quando as manchas brancas se estenderam em 35% de sua pele, não dava mais para esconder a doença. A maquiagem não permitia que lavasse as mãos durante o dia e Thomas decidiu que seria melhor informar a gerência sobre sua doença, para que seus colegas não o considerassem sem higiene.
Ao contrário das expectativas, os chefes do canal de TV não só não pediram sua demissão, como lhe propuseram contar sua história no ar. Thomas refletiu um pouco, pois a ideia parecia estranha. Mas logo começaram a chegar pedidos semelhantes de alguns telespectadores (que naquele momento já sabiam da história), que telefonavam para o canal. Um adolescente lhe perguntou: “Você poderia contar sua história na televisão?”, ao que ele respondeu: “Por quê?” — “Bem, talvez as pessoas me tratassem de maneira diferente”.
Thomas ficou profundamente impressionado com essa ideia. O diálogo com o jovem o ajudou a perceber que há pessoas ao seu redor que realmente precisavam de ajuda. E ele decidiu dar um passo ousado. No ar, o jornalista tirou a maquiagem e mostrou a todos como sua pele realmente é. A reação do público foi incrível. Pessoas do mundo todo expressaram seu apoio e gratidão.
Hoje, Thomas tem 50 anos de idade e construiu uma carreira de sucesso. Ele foi 4 vezes vencedor do Emmy, como melhor apresentador e produtor. Escreveu um livro, Turning White (Tornando-se branco, em português), sobre sua batalha contra a doença e se tornou o representante oficial da Fundação Nacional de Vitiligo em Ohio, EUA. Ele continua se maquiando para apresentar os programas, a fim de não distrair a atenção dos telespectadores do conteúdo, mas no dia a dia não usa mais cosméticos. “O que eu pensava que seria um beco sem saída para mim, acabou por ser a maior bênção da minha vida”, escreveu em seu site.
O vitiligo é uma doença que ainda não foi estudada a fundo. Não representa um perigo, mas deixa as pessoas infelizes e inseguras. Estudos mostram que 1% da população mundial é afetada, o que é estimado em aproximadamente 70 milhões de pessoas. Uma das vítimas do vitiligo foi Michael Jackson, que falou sobre isso em uma entrevista à jornalista Oprah Winfrey. Graças a almas corajosas como a dele e Thomas, as pessoas tornam-se um pouco mais gentis com aquelas que são diferentes delas.
O mundo precisa de mais pessoas como Thomas. E todos nós podemos ajudar, tratando com respeito as pessoas diferentes.