Agora sabemos onde procurar o misterioso Planeta Nove
Escuro, misterioso e frio. É assim o espaço, cheio de cometas, asteroides, planetas e estrelas... e mais uma coisa que está escondida ao longe, bem além de Plutão. Sim, esse pode ser o nono planeta do nosso Sistema Solar, aquele que as pessoas passaram séculos imaginando. O IRAS, acrônimo em Inglês para Satélite Astronômico Infravermelho, coletou dados interessantes em 1983. E eles podem ser a prova de que o Planeta Nove está escondido lá. Ninguém sabe ao certo se ele existe mesmo, mas essa descoberta ajudou a construir um modelo para entender melhor esse possível planeta. E em 2016 os cientistas descobriram que alguns objetos espaciais pequenos estavam orbitando de um jeito estranho no Cinturão de Kuiper, a região externa do nosso Sistema Solar. É um anel com formato de donut, cheio de resquícios de quando nosso Sistema Solar estava se formando.
Os objetos nessa região do espaço possuem órbitas estranhas, como se um corpo grande com uma forte gravidade os estivesse puxando para longe. Toc toc, Planeta Nove de novo! Segundo teorias, ele pode ter de 5 a 10 vezes a massa do nosso e pode estar até 20 vezes mais longe que Netuno.
A unidade astronômica é a distância entre a Terra e o Sol. Plutão está a cerca de 40 unidades astronômicas do Sol. Mas o Planeta Nove (se ele realmente existir) fica entre 400 e 800 unidades astronômicas de distância. Seriam necessários de 10 a 20 mil anos terrestres para esse corpo espacial misterioso completar uma única volta ao redor do Sol. Isso torna mais difícil sua “captura”.
Há uma teoria que diz que o Planeta Nove pode ter sido formado entre as órbitas de Júpiter e Netuno, igual o resto dos gigantes gasosos do nosso Sistema Solar. A força gravitacional de um desses dois provavelmente o tirou de sua órbita. (Ah não!) Aí, ele pode ter ido parar longe dos outros oito que conhecemos. E acabou virando um lixo gelado, bem pequeno no começo. Mas à medida que o tempo passou, limpou sua órbita dos pedaços congelados de rocha e poeira e finalmente se transformou em um planeta de verdade.
Outra teoria diz que esse pode ser um planeta que outra estrela “perdeu” pelo caminho enquanto estava passando perto do nosso Sistema Solar. De qualquer forma, ele provavelmente não reflete tanta luz solar, já que está muito distante. E os astrônomos não têm certeza sobre onde exatamente devem procurá-lo. O espaço é escuro, misterioso, infinito. Obviamente. Mas se encontrarmos o Planeta Nove algum dia, ele será a primeira prova sólida de que há mais em nosso Sistema Solar do que imaginávamos.
Agora vamos falar sobre um exoplaneta interessante, que fica a apenas 90 anos-luz de distância de nós. (Um exoplaneta geralmente é um planeta que fica fora do nosso Sistema Solar.) Este tem uma atmosfera com nuvens de água. Um ano ali dura 24 dias terrestres, e ele viaja ao redor de uma estrela anã vermelha, que é muito menos brilhante e menor que o nosso Sol. É por isso que, embora esteja 8 vezes mais próximo de sua estrela do que estamos do nosso Sol, a temperatura lá é parecida com a que temos aqui. Seu tamanho é parecido com o de Netuno. Também é menos denso, o que significa que é composto mais por gás — ao contrário da Terra, que é feita de rocha. A temperatura média lá é de 60 graus, o que o torna um dos exoplanetas pequenos mais frescos que já descobrimos. E quanto mais frio, maior a chance de encontrarmos nuvens em sua atmosfera.
Pesquisadores descobriram mais de 4 mil exoplanetas. Mas todos foram encontrados dentro da Via Láctea — pelo menos até agora. Pela primeira vez, os astrônomos podem ter avistado um fora da nossa galáxia. Eles o chamaram de M51-ULS-1, que fica localizado na Galáxia Whirlpool, que tem formato espiral e se localiza a 28 milhões de anos-luz de distância de nós. Um dia, uma jovem estrela gigante e bonita ficou presa em uma dança gravitacional com uma coisa que poderia ser uma densa estrela de nêutron (que é o núcleo colapsado de uma estrela gigante) ou um buraco negro. Esse “parceiro de dança” tinha uma gravidade incrivelmente forte e estava engolindo a estrela, rasgando seu plasma com voracidade. Aí, uma coisa inusitada aconteceu. Um objeto desconhecido, talvez do tamanho de Saturno, passou e acabou bloqueando nosso Sistema Solar desse confronto. Agora, ninguém consegue ver o que está rolando. Mas esse pode ser o planeta mais longínquo que já descobrimos.
Existe um recém-descoberto fora do nosso Sistema Solar. Com o tamanho de Júpiter, orbita duas estrelas. E, como podemos observar daqui, atravessa na frente de ambas. A volta completa ao redor delas, que significa um ano, leva aproximadamente 200 dias terrestres. Ao descobrirem o planeta anterior, os cientistas também viram que ele tinha um companheiro inusitado. Trata-se de um “Júpiter extra quente”, com uma órbita ultra apertada ao redor da estrela. Um ano lá dura menos de dois dias na Terra. Esse planeta possui uma órbita com formato super esquisito. Além disso, viaja na direção oposta da rotação de sua estrela.
Se você pudesse viajar para 57 anos-luz de distância da Terra, veria uma coisa rosa escondida na escuridão. À medida que se aproximasse, ela se tornaria maior, e ainda mais fascinante. Sim, é um planeta cor de magenta, localizado a poucos bilhões de quilômetros de seu Sol e um dos mais jovens que os cientistas já descobriram. Ele só tem entre 100 e 200 milhões de anos de idade. É formado por um gás rosa, parecido com o de Júpiter. Então, se você pudesse voar para perto de sua “superfície”, esse gás envolveria o seu corpo como se fosse uma névoa espessa. Você está se aproximando cada vez mais, indo mais fundo, e o gás está ficando mais escuro, com um tom avermelhado. E veja só como é o núcleo dali! É super quente! Por causa dessa alta temperatura de 240 graus, esse carinha parece um forno. O calor é que o faz brilhar tanto. Você percebe que o céu também é rosado, com nuvens feitas de gotículas de água congelada parecida com as nossas.
Existe um exoplaneta com a metade da massa da Terra e é um dos menores que já encontramos fora do nosso Sistema Solar. Seu diâmetro é de 9 mil km. Como comparação, o da Terra é de 12.700 km. Esse corpo espacial é composto em sua maioria por ferro, parecido com Mercúrio, que tem um grande núcleo de ferro e uma crosta muito fina, o que o torna diferente do nosso Sistema Solar. Nas primeiras etapas de sua existência, ele colidiu com algum corpo celeste pelo menos uma vez. Esse choque afastou suas camadas externas, por isso só restou seu firme núcleo de ferro. Talvez esse pequeno exoplaneta também tenha participado de uma gigante colisão espacial, que provavelmente levou o manto dali para longe, deixando grande parte de seu núcleo de ferro. Ou talvez isso seja apenas o que restou de um planeta gasoso que tinha o tamanho de Netuno. A atmosfera pode ter sido mandada para longe por, digamos, uma quantidade gigante de radiação vinda da estrela.
Esse planeta está a apenas 31 anos-luz de distância de nós. E o dia lá dura menos de oito horas terrestres. Ele é só um pouquinho maior que Marte. As pessoas provavelmente jamais viverão nesse lugar, por causa de sua temperatura extrema, que pode chegar a 1.500 graus. Pode haver até lava derretida no lado que fica virado para sua estrela. Temperaturas assim são altas o suficiente para evaporar qualquer atmosfera. Então, esse corpo espacial pode ter tido uma no passado. Geralmente, gigantes gasosos como Júpiter não conseguem abrigar vida, por causa de suas condições climáticas, temperaturas e pressão extremas. E não há blocos de construção da vida por lá. Mas alguns menores, como a Terra, possuem mais ingredientes essenciais, como oxigênio, e água líquida. Além disso, possuem climas mais amenos e outras condições favoráveis. Mesmo assim, nem todos são capazes de abrigar vida.
Não é nada fácil encontrar um local com condições semelhantes às que temos aqui — ou, pelo menos, com as que permitam que a vida se desenvolva. Mas apresento Kepler-22b — uma de nossas descobertas mais promissoras. Ele fica a 600 anos-luz de distância de nós, tem o dobro do tamanho daqui, com temperaturas de 22 graus. E se encaixa na categoria “Super Terra”, da qual faz parte um grupo de planetas diferentes de tudo que temos em nosso Sistema Solar. Eles são mais massivos que a Terra, porém mais leves que gigantes de gelo, como Urano ou Netuno. Podem ser compostos por rocha, gás ou uma mistura dos dois. Kepler-22b está dentro da zona habitável de sua estrela-mãe, que é menos brilhante do que nosso sol. Ele provavelmente possui um núcleo rochoso. E pode ter um oceano, mas que não abriga nenhuma vida. Pelo menos, não que a gente saiba.