17 Tatuagens que são difíceis de defender, para dizer o mínimo

Nas regiões altas do Peru, entre aromas de hortelã e flores silvestres, existe o “Praderas de Vida” (ou “Campos de Vida”), um horto medicinal onde cada planta guarda um segredo de cura, entrelaçado a histórias que convidam a seguir explorando os caminhos que surgem à nossa frente. E a forma como tudo começou é, sem dúvida, para lá de inspiradora.
O projeto ecológico “Praderas de Vida” nasceu de um esforço inspirador que conseguiu transformar um terreno árido em um espaço vivo, dedicado às plantas medicinais. A Rede de Energia do Peru (ISA Red), concessionária administrada por empresários colombianos, fez o convite e, como parte de sua política de apoio social, ofereceu-se para ajudar a cuidar do local e evitar que ele fosse usado como depósito de entulho.
Com o apoio da empresa, por meio de seu programa de Gestão Social, foi possível recuperar áreas situadas sob as torres de alta tensão em San Juan de Miraflores. Assim, o espaço e a lagoa de oxidação se transformaram em um ambiente vibrante, ornamentado com plantas medicinais e mudas, dando origem ao primeiro jardim comunitário de plantas medicinais em Lima.
Entre os cultivos está a planta conhecida como “insulina vegetal” (Cucurbitaceae) que, segundo estudos botânicos, contém compostos atualmente pesquisados pelo seu potencial de atuar na saúde de pessoas com diabetes. Há também fórmulas herbais estudadas pelo possível benefício ao fígado e pelo auxílio no controle do colesterol e dos triglicerídeos.
Com dedicação e visão, o espaço começou a florescer com variedades benéficas para a saúde, incentivando o consumo de chás e infusões de ervas em vez de bebidas industrializadas, como uma forma mais natural de cuidar do corpo. A iniciativa não busca apenas oferecer alternativas saudáveis, mas também valorizar o poder curativo da terra, unindo ecologia, tradição e bem-estar em um mesmo espaço comunitário.
Nas culturas pré-hispânicas, o uso de plantas medicinais para tratar enfermidades era algo comum, e esse conhecimento foi sendo transmitido ao longo das gerações. Hoje, muitas ervas já são reconhecidas por suas propriedades, e até a Universidade de Oregon, nos EUA, mantém um extenso catálogo delas e de seus potenciais benefícios perante diferentes doenças. Um estudo realizado por médicos e biólogos do México sobre o conhecimento e uso das plantas medicinais pela população concluiu que a maioria aprendeu a utilizá-las como herança familiar, transmitida por pais ou avós. Além disso, 62,5% disseram ter complementado esses saberes com livros.
Sucy, uma das integrantes mais jovens do projeto, contou: “Toda pessoa do interior, quando tem algum mal-estar simples, se cura com ervas naturais”. No horto, elas cultivam plantas que não são facilmente encontradas na capital do país. Sobre isso, ela comentou: “Temos muitas plantas medicinais que às vezes não existem em Lima, e conseguimos adaptá-las”.
O projeto transformou a região, que antes era considerada perigosa, enchendo-a de áreas verdes que trazem vida e segurança — algo que também marcou profundamente a experiência de suas integrantes. Liliana, por exemplo, demonstra enorme gratidão por fazer parte do “Praderas de Vida”, já que isso permitiu a ela crescer e se manter motivada. A mulher declarou: “Apostaram em nós e agora estamos sonhando com uma mudança ainda maior”.
Outra participante, Lucinda, uma das primeiras a aceitar o desafio e iniciar o projeto, contou: “Antes de trabalhar no horto eu ficava em casa. Entre estar em casa ou no horto, é muito melhor estar no horto. É a melhor terapia, porque às vezes em casa tudo é muito pesado. Já no horto a gente tem tanto para fazer que até esquece. Agora todas nós levamos uma vida mais ativa”.
As vendas são feitas por meio de empresas como La Calandria e Misha Rastrera, assim como durante feiras para as quais são as mulheres convidadas. Nos perfis das parceiras é possível encontrar o catálogo de seus produtos. Porém, mesmo com o aumento da produção, as vendas ainda são um desafio. A maioria das integrantes é de pessoas mais velhas e não domina as redes sociais, hoje tão fundamentais para esse tipo de negócio. Ainda assim, elas se esforçam: tiram fotos e publicam, mesmo que de forma esporádica.
Apesar das dificuldades para vender, todas se sentem satisfeitas com o projeto. Sobre isso, Lucinda comentou: “Não dá para viver do projeto, mas ele está crescendo e a gente gosta. É a melhor terapia, porque no horto não há problemas; sempre há algo para fazer”.
Outra parte essencial do projeto é que a produção é 100% natural, sem uso de químicos ou pesticidas. Elas utilizam compostagem própria e repelentes orgânicos feitos com pimenta, cebola e gengibre. Também contam com um desidratador solar que preserva a essência e as propriedades de cada planta. Hoje, cultivam, colhem e desidratam com energia solar mais de 70 espécies de plantas medicinais e ervas aromáticas.
Entre as conquistas alcançadas está o 1º lugar na categoria “Adultos Imparáveis” do Desafio Kunan 2022. Como prêmio, receberam cerca de R$ 22 mil em capital semente, além de um stand de vendas em um centro comercial e assessoria da NESst, ONG que desenvolve empreendimentos sociais sustentáveis para resolver problemas sociais críticos em economias de mercado emergentes.
Ajudar o próximo é uma das formas de manter a mente saudável e feliz. Foi com esse propósito que o acupunturista Ramon Oliveira, de São Paulo, decidiu criar um projeto social que oferece terapias alternativas para pessoas em situação de vulnerabilidade. O espaço já transformou muitas vidas, mas o que mais chama atenção é como a iniciativa continua crescendo e mostrando que, quando há dedicação e empatia, o impacto positivo pode ir muito além do esperado.
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