A geração Z está sendo substituída pela geração alfa (e por que vale a pena conhecê-la desde já)

Saúde
há 4 anos

Mal nos habituarmos à chamada geração Z e ela já está sendo substituída por uma nova. Aqueles que nasceram depois de 2010 já fazem parte da geração alfa (A). Esse nome foi dado para enfatizar que a antiga cronologia de gerações (X, Y e Z) foi zerada e a humanidade está começando do zero, de um novo alfabeto.

Moldado por um uso da tecnologia nunca antes imaginado, o intelecto dessas crianças não é similar a nenhum outro e até mesmo os demógrafos não entendem como irão crescer e quais serão seus valores de vida. É possível que cresçam na Era da inteligência artificial. O que sabemos é que, por enquanto, é cedo para tirar conclusões concretas. Podemos, no entanto, identificar alguns dos traços característicos dessa nova geração.

Nós, do Incrível.club, ficamos curiosos com as características e peculiaridades das crianças-alfa. Depois de ler muitas informações sobre o assunto, entendemos que são possivelmente as crianças mais revolucionárias da história da humanidade. Veja o porquê!

1. A geração alfa dá mais valor à personalização e à abordagem individual

Cada geração tem as suas próprias características. Os demógrafos acreditam que os millennials (também conhecidos como geração Y) são caracterizados pelo autocentrismo e até narcisismo excessivo. A geração Z, por sua vez, é designada pela palavra “tolerância”. Quanto às alfa, o primeiro contato com a tecnologia começa mais cedo do que em qualquer outra geração; por isso, elas aprendem sobre o mundo virtual desde muito pequenas: aprendem sobre o YouTube antes mesmo de aprender a ler e escrever.

Não é de surpreender que tais crianças já tenham o poder de escolha do que é melhor para elas assistirem na Internet. Dessa forma, dá-se maior importância à liberdade de escolha e personalização. Os indivíduos da nova geração sabem que todos têm uma conta pessoal nas redes sociais, a partir das quais podem criar um feed particular, de acordo com suas preferências. Eles estão acostumados com o fato de que um algoritmo inteligente é capaz de criar uma lista de desenhos animados e músicas baseando-se no conteúdo visualizado anteriormente.

Além disso, não podemos esquecer do fato de que 90% das crianças modernas já sabem usar tablets aos 2 anos de idade, e uma em cada 5 já tem o seu próprio aparelho eletrônico aos 3-4 anos de idade. Por isso, podemos dizer com segurança que tais crianças, quando adultas, viverão em um mundo muito diferente e projetado especialmente para suprir as necessidades delas.

2. Não há uma divisão clara entre o mundo real e o mundo virtual

Para as crianças nascidas na Era digital, os mundos virtual e real são quase o mesmo. Elas se movem livremente de um para o outro porque estão acostumadas com o fato de que a imagem digital está cada vez mais semelhante à imagem real. As crianças de hoje não veem grande diferença na recepção de informação — seja ela online ou real. Ou seja, a realidade virtual não é menos importante para elas e, por isso, a geração A não se preocupa muito em aparecer melhor nas telas do que na vida real.

Muitas dessas crianças já têm seus vlogs desde muito cedo e compartilham os acontecimentos do cotidiano com diversas pessoas ao redor do mundo. Mas elas não tentam “embelezar” demais a vida, de forma que a naturalidade e espontaneidade são mais enaltecidas. O blogueiro Pat04Chek, por exemplo, que tem seu conteúdo voltado para o público infantil, posta vídeos diariamente sobre sua vida e ironiza as coisas mais banais do seu dia a dia. Para as crianças-alfa é importante dividir não só os momentos de alegria, mas também aqueles de dúvidas, preocupações e incertezas.

3. As crianças-alfa estão criando um tipo de conteúdo totalmente novo

Um estudo recente mostrou que os vídeos de crianças estão no topo de todos os rankings. Claro que a “internet infantil” produz um conteúdo bastante específico: streaming, premiações, desafios, etc. A geração alfa não só inventa novos formatos como transforma os já existentes. E, assim, vídeos com participações de outros blogueiros ganham 3 vezes mais visualizações do que quaisquer outros. Um claro exemplo disso: o vídeo Baby Shark viralizou como nenhum outro e conseguiu bilhões de visualizações no YouTube.

Outro conteúdo bastante popular é o chamado unboxing, que nada mais é do que o ato de tirar produtos de suas embalagens. Nesse caso, trata-se de desempacotar brinquedos. O youtuber mais rico do mundo era um menino de 7 anos chamado Ryan, que ficou famoso por suas avaliações sobre brinquedos infantis. Ele chegou a faturar o equivalente a 109 milhões de reais em um ano.

Seguindo a lista de criadores infantis, não podemos deixar de mencionar Nastia Radzinskaya, que faturou o equivalente a 75 milhões de reais em um ano, além de ter 103 milhões de inscritos em seus canais e mais de 40 bilhões de visualizações no total, o que faz dela a maior youtuber infantil do Planeta. Em seu blog, Nastia compartilha eventos do seu cotidiano: como brinca, estuda, vai ao parque, recita poemas e conta histórias com seu pai.

Talvez esses vídeos façam tanto sucesso porque as crianças não são tão limitadas pelos padrões sociais quanto os adultos e, assim, demonstrem suas emoções mais naturalmente. Curiosamente, aplicativos modernos, como a plataforma TikTok, permitem aos usuários desde cedo criar conteúdo sem a necessidade de equipamentos especiais ou conhecimentos específicos.

4. Crianças-alfa têm relacionamentos melhores com seus pais

Hoje, o princípio de “maternidade consciente” está cada vez mais popular entre os adultos. Estamos falando da ideia de os pais sentirem uma grande responsabilidade pelo futuro de seus filhos — no sentido de estarem presentes — e, por isso, passarem o máximo de tempo possível com eles. De acordo com o jornal New York Times, os pais de hoje passam cerca de 3 vezes mais tempo com seus filhos do que nos anos 70, por exemplo. Também estão menos rigorosos e buscam resolver possíveis conflitos com seus filhos por meio de diálogos. Além disso, como muitas crianças aprendem rapidamente sobre o meio digital, muitos pais acabam por pedir a ajuda dos pequenos, o que inevitavelmente se torna uma outra forma de comunicação e interação. Isso tem um impacto muito positivo no relacionamento entre pais e filhos.

As crianças-alfa também têm muito em comum com seus pais por exibirem preferências similares. Eles jogam jogos eletrônicos juntos e criam blogs, por exemplo. Pais jovens não têm medo de dar voz aos filhos quando eles mesmos não se sentem competentes o suficiente para falar de determinado assunto. Isso acaba por nivelar um pouco a distância entre gerações, eliminando assim a relação de dominância-subordinação. Estudos mostram que os hábitos familiares conjuntos de interesse por determinado conteúdo digital são uma característica da educação moderna.

5. Têm padrões morais elevados e reconhecem a falsidade de longe

A geração alfa dá valor a um mundo “transparente”, sem filtros ou falsidades. A reputação ocupa um espaço importante no mundo deles. Se alguma pessoa próxima mentir ou não for totalmente sincera, eles vão sentir isso intensamente e não perdoarão tão cedo. O mundo das redes sociais está ficando cada vez mais autêntico, visto que se torna mais difícil se esconder por trás de máscaras e filtros; uma hora, a verdade irá aparecer. Algumas escolas até implementaram aulas especiais sobre como distinguir os fatos das fake news.

As crianças modernas têm padrões morais bastante elevados. Desde pequenas, elas aprendem que precisam cuidar do Meio Ambiente e lutar contra a extinção dos animais. Sabem como é importante a reciclagem de lixo e o consumo de recursos consciente. Por isso, tentam seguir essas expectativas desde cedo, assim como se certificam de que as pessoas ao seu redor estejam fazendo o mesmo.

6. Não conseguem se concentrar por muito tempo

A geração mais jovem tem sérios problemas para se concentrar por longos períodos. Como eles “consomem” informação por cerca de 10 horas diárias, é importante haver um descanso mental. No mundo dos alfa, a imagem é mais valiosa do que o texto e o tempo médio de concentração por postagem é de até 1 segundo. Esse tempo para a geração Z era de cerca de 8 segundos.

Nos dias de hoje, “um segundo” é o tempo necessário para uma pessoa decidir se aquele conteúdo é interessante para ela ou não. Graças a isso, as crianças-alfa estão desenvolvendo rapidamente um senso crítico: elas simplesmente não têm tempo para gastar com coisas sem importância ou que não sejam atrativas o suficiente.

7. Cerca de 40% das crianças não farão curso superior

De acordo com algumas previsões, 67 profissões desaparecerão do mundo até 2030. Sim, haverá novas profissões, mas ninguém sabe ao certo quais serão elas. O mundo está mudando com uma velocidade tão alta que não podemos determinar exatamente o que será importante estudar para se manter atualizado. Aparentemente, a geração alfa terá de adivinhar intuitivamente quais habilidades serão necessárias no futuro para se ter sucesso profissional. Em tais condições de transformações constantes, parece, no mínimo, “estranho” passar 5 anos estudando para ter um diploma de ensino superior que não terá o mesmo valor de hoje.

A nova geração terá de adquirir competências novas constantemente ou até mesmo mudar de emprego porque o seu rendimento dependerá de sua capacidade de rápida adaptação à situação vigente. Alguns prognósticos mostram que uma criança da geração alfa mudará de ramo profissional pelo menos 5 vezes, assim como passará por cerca de 20 empresas diferentes ao longo da vida. Especialistas acreditam que a nova geração será totalmente educada por meio da autoaprendizagem.

Além disso, o trabalho remoto se tornará cada vez mais recorrente. Hoje, nos Estados Unidos, por exemplo, um terço dos trabalhadores são freelancers, e em 2025, os prognósticos apontam que a metade dos trabalhadores no mundo ocidental trabalhará sem associação restrita a alguma determinada empresa.

8. Pessoas-alfa terão vida longa. Talvez até os 100 anos

Como a medicina está se desenvolvendo muito rapidamente e a qualidade de vida está melhorando a cada ano, as crianças nascidas hoje podem viver bem até os 100 anos ou até mais. Por exemplo, especialistas da Sociedade Max Planck de Pesquisas Demográficas estimam que uma em cada três meninas nascidas neste ano na Alemanha irá celebrar o seu aniversário de 100 anos.

E, em geral, crianças nascidas em países desenvolvidos devem fazer parte da geração mais saudável e com maior longevidade da história. É por isso que hoje é tão importante fazer exercícios físicos e cuidar do corpo para viver por muitos anos.

9. Terão de desenvolver a inteligência emocional

Hoje, cada vez mais cientistas falam de inteligência artificial, que, ao que parece, em breve competirá com os humanos em posições sociais. E a única forma de realmente competir com robôs é desenvolvendo a inteligência emocional (IE), o que ainda é inexistente em máquinas. A IE tem a ver com um conjunto de habilidades que permite reconhecer e compreender emoções humanas, assim como identificar as intenções de outras pessoas, controlando assim as próprias emoções para resolver problemas do dia a dia.

Muitos empregadores dizem que para ter uma carreira de sucesso, uma criança precisará de três habilidades distintas: adaptabilidade, capacidade de processar dados e informação e aptidão para encontrar pontos em comum com qualquer pessoa. Eis a inteligência emocional. Para entrar nas empresas do bilionário Elon Musk (que produzem de carros elétricos a foguetes), por exemplo, você precisa jogar um jogo online especial. Nesse game, uma inteligência artificial lhe apresentará diferente tarefas, como identificar a emoção de uma pessoa na foto, por exemplo. Os resultados são analisados e enviados ao potencial empregador.

10. Crianças-alfa serão a força por trás do progresso social

Os principais demógrafos concordam que as crianças de hoje serão as líderes de uma nova missão para com a humanidade e dos “motores” do progresso social. A geração alfa será mais equilibrada e menos agressiva do que as crianças de gerações passadas. Na verdade, já existe uma tendência de que cada geração se torne cada vez mais livre do que a antecessora. Além disso, as pessoas-alfa serão extremamente eruditas, pois sua educação começará muito cedo e durará para o resto da vida, visto que elas aprendem consigo mesmas e nunca deixarão de se atualizar.

Finalmente, devido ao desenvolvimento tecnológico e da Internet, todos os tipos de fronteiras, sejam elas culturais ou políticas, se tornarão indistintas. Por isso, será importante para a geração-alfa criar um mundo globalizado mais flexível e socialmente responsável, no qual questões importantes como terrorismo, Meio Ambiente e esgotamento de recursos naturais receberão maior atenção.

Qual a sua experiência com crianças mais novas? Como elas se relacionam com a tecnologia? Em sua opinião, a geração alfa será, mesmo, diferente das que vieram antes?

Comentários

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incrível a mudança desta geração, mas eu acho muito cedo para determinar se eles vão viver além dos 100 anos, os alimentos processados, as agias contaminadas, o lixo aumentando, oa rios poluídos, as florestas sendo dizimadas, a população alimentando, a desigualdade social tbm aumentando. então para não haver um colapso social, ambiental é necessário cuidar e reutilizar, eu creio que para se ter uma vida com paz em todos os sentidos deve-se investir em segurança, ambiente, saúde (mental, física) enfim. Vamos ver um pouco desta nova geração.

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Se for pensar bem todas as pessoas são essa geração, não só as crianças nascidas depois de 2010. Mas não concordo que os pais estão passando mais tempo com os filhos, nem concordo que a alimentação está melhor

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Pela minha análise (totalmente pessoal) eu não acredito que elas ditam a regra, necessariamente, assim como a minha geração (millenium, tenho 29 anos) foi "programada" para fazer trabalhar com mkt digital, por exemplo, as futuras serão "programadas" conforme funciona a tecnologia.

No mais, quando o assunto é emprego, essa mudança começa com a minha geração que já está inserida na alta mudança de empresas e muitos já se acostumaram com o Home Office (digo, profissionais de comunicação e tecnologia). Mas espero que seja uma geração que reflita melhor sobre o que é desigualdade e quebre barreiras de verdade, porque, ao meu ver, ela só irá aumentar a lacuna entre pessoas ricas e pessoas pobres....

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