A cobra mais pesada do mundo, e outros 17 monstros da Amazônia
Você está preso em um barco navegando pelo rio Amazonas sob o sol escaldante. Conforme confere o mapa, seu barco começa a balançar para a frente e para trás.
A água está começando a ficar mais intensa, então você se segura para salvar a sua vida. Você enfia o mapa no bolso e tenta assumir o controle do barco.
Você atinge algumas pedras irregulares e se abaixa para evitar galhos de árvores. De repente, seu barco bate em uma pedra grande e vira.
Você está nadando na água verde turva. Enquanto tenta o seu melhor para chegar à costa, seu barco é levado pela água. Debaixo d’água, encontra um novo mundo de animais bizarros e perigosos.
Os peixes Candiru são criaturas semelhantes a cobras que podem crescer até quarenta centímetros de comprimento.
Os Pirarucus podem pesar mais do que um homem adulto e são mais compridos que a maioria dos jogadores de basquete. São os maiores peixes de água doce da América do Sul.
Eles têm um sistema de guelras híbrido que os força a subir à superfície a cada cinco a quinze minutos para respirar oxigênio para sua grande bexiga natatória.
Você sai nadando da água turbulenta e se seca. Ah não — seu mapa está completamente encharcado!
Não há como chegar ao seu destino sem ele. Você se aventura na densa floresta tropical, afastando os galhos e folhas. Conforme se aprofunda, nota algo em uma árvore. Quase não se move, mas tem garras afiadas e uma pelagem esfarrapada. O animal estende o braço para outro galho e tenta se puxar para cima... sempre... tão... devagaaaaar.
As preguiças dormem mais da metade do dia e só saem das árvores uma vez por semana. Elas ficam tão imóveis que, às vezes, crescem algas e musgo em seu pelo.
A floresta tropical fica mais densa a cada passo até que quase não há mais luz do sol iluminando o caminho à sua frente.
Você percebe uma figura o seguindo. A cada graveto em que pisa, pode ouvir um som fraco e bem próximo, rastejando. Você começa a andar um pouco mais rápido e o som o alcança. Então, você sai da parte densa e segue por um caminho estreito até chegar a um penhasco.
Aqui não dá para andar normalmente, então você se segura ao penhasco e anda de lado, cruzando as colinas.
Você se move lentamente com o rio nove metros abaixo. Você move o pé direito e algumas pedras caem no rio. Você segue adiante e dá um passo em falso. Você está prestes a cair, mas se segura em um grande galho de árvore e se levanta.
Então, nota alguns sapos venenosos coloridos a centímetros de seus dedos. Tocar em qualquer um desses sapos pode ser extremamente perigoso e prejudicial, apesar de seus lindos padrões de cores.
O sapo venenoso dourado é um dos animais mais venenosos do mundo. Um deles pula bem ao seu lado, então você solta o galho e cai de volta no rio.
Você está sendo levado pelo rio, até que alcança uma corrente calma. Logo abaixo, há um cardume de piranhas nadando com seus dentes afiados. A cor vermelha da pele delas é inconfundível, então você sai nadando como um atleta olímpico. As piranhas comem qualquer coisa ao seu alcance, não importa o tamanho.
Você se agarra a um tronco e escala uma pequena pedra para recuperar o fôlego. Há uma enorme enguia-elétrica embaixo da rocha. Apesar do nome, elas são mais parecidas com bagres do que com enguias. Elas usam seus poderosos seiscentos volts de eletricidade para se defender e pegar comida.
Você está preso, a menos que seja como o Basilisco Comum e possa correr na água como faz um jet ski. Esses incríveis lagartos têm membranas especiais nos dedos dos pés e podem correr até a distância de uma quadra de basquete sobre a água. Você pula em um monte de pedras até chegar à terra.
Você continua caminhando ao longo da margem do rio até encontrar uma rocha em movimento. Esfrega os olhos e a vê se movendo novamente.
É uma tartaruga com aparência de dinossauro, que se assemelha a um crocodilo com armadura. A mata-mata é uma espécie de cágado de água doce que se disfarça de acordo com seus arredores para capturar suas presas. Sua cabeça se estica mais do que seu corpo.
Você passa por ela e continua.
Você volta floresta adentro e encontra um local para descansar. Espere — existem formigas gigantes por toda parte. Elas são as maiores formigas do mundo e podem produzir uma das picadas mais dolorosas que existem, até mesmo comparável à picada de uma vespa.
Você imediatamente se levanta e procura outro lugar para descansar. Conforme continua caminhando, tem a mesma sensação de que está sendo seguido. Dá para ouvir algumas folhas farfalhando, mas está escurecendo e não há como saber.
Você encontra um pequeno local agradável para fazer uma fogueira e contar os seus carneirinhos, mas na Amazônia tudo pode ser uma ameaça. Exceto aquelas lindas Capivaras vagando por ali. Elas vivem em grupos próximos a fontes de água. São os maiores roedores do mundo. Não é preciso se preocupar com elas se estiver perdido no meio da floresta amazônica.
De repente, você sente algo deslizando nas proximidades. Olha para baixo e vê uma enorme Anaconda ou sucuri, para os íntimos, prestes a atacar. Essas são as cobras mais pesadas do mundo, que podem crescer até seis metros de comprimento e têm um grande apetite.
Você se levanta e sai correndo. Eba! Você encontrou uma caverna decente para dormir.
É dia novamente e você ainda está vivo. Continua caminhando ao longo da floresta tropical. Você conseguiu encontrar um café da manhã para aumentar suas energias para o resto do dia.
Então, vê algo em uma árvore que parece um galho. Mas, na verdade, é um urutau, um mestre do disfarce que pode ficar imóvel, por dias, em galhos de árvores quebrados. Esses pássaros bizarros usam esses galhos como seu lar permanente, onde colocam seus ovos e ficam relaxando o dia todo.
Você continua seu caminho pela floresta tropical e vê uma aranha armadeira rastejando em um galho de árvore bem na sua frente.
Oito dessas espécies podem ser encontradas na região amazônica.
Elas são algumas das aranhas mais agressivas e venenosas que existem.
Então, você faz um grande desvio e se afasta dela. Você sente alguém caminhando ao seu lado novamente, mas ainda não consegue descobrir o que é.
Você vê um penhasco íngreme com uma cachoeira caindo em um grande lago à sua frente. Parece tranquilo, até enxergar um bando de jacarés-açus se reunindo ao redor da margem. Eles são os maiores predadores de todo o ecossistema amazônico e se alimentam de tudo que se move.
É uma vantagem você estar em um terreno elevado, caso contrário — Uooooouu! Você escorrega e cai no rio, na parte profunda. Até agora, nenhum jacaré-açu o viu. Você nada debaixo d’água e tenta chegar à margem oposta.
Conforme sai e se seca, percebe alguns grandes pontos pretos em seu corpo. Você tenta puxá-los, mas eles seguem lá, agarraram com bastante força. A sanguessuga-gigante da amazônia encontra seu alvo rastreando movimentos e sombras. Uma vez que se fixa na pele, é extremamente difícil retirá-la. A melhor maneira de fazer isso é deslizar o dedo próximo à boca e puxá-la lentamente.
Você consegue tirá-las do seu corpo e vê que os jacaré-açus estão nadando em sua direção. Você está preso à parede, com o lago de répteis famintos se aproximando. De repente, um golfinho rosa salta da água e espirra em cima deles. Os botos-cor-de-rosa podem ser maiores que um homem e são as celebridades da Amazônia. Os cientistas acreditam que sua cor vem dos capilares sanguíneos em sua pele.
A Amazônia tem até tubarão cabeça-chata. Esses peixes carnívoros gigantes são ameaçadores para os humanos e podem nadar tanto em água salgada quanto em água doce. Esses tubarões atacam qualquer coisa ao seu alcance, incluindo outros tubarões. O golfinho distraiu os jacarés, então você sobe a falésia e tenta encontrar a melhor maneira de escapar. Logo abaixo estão as mandíbulas abertas esperando que você caia.
Você tem sorte de escalar até o topo. Mas quando dá um impulso para cima com os braços, a primeira coisa que vê é uma onça-pintada olhando diretamente para você. Essa é a criatura que está te seguindo esse tempo todo. Você se levanta enquanto ela começa a arrodeá-lo, cronometrando seu ataque.
Você sabe que não pode enfrentar uma onça-pintada, nem pode fugir dela. Então pega um grande galho de árvore do chão para se defender. Ela pula em você, mas você se abaixa a tempo. A onça pousa na água longe dos jacarés-açus. Ainda bem que esses gatinhos grandes são excelentes nadadores.
Você se levanta e continua. E, para sua surpresa, encontra seu barco novamente. Você conserta tudo e sai navegando da Amazônia.