9 Promoções que custaram milhões de dólares a empresas famosas
Os especialistas de marketing sabem que as pessoas sempre se sentem atraídas por cores brilhantes, vozes agradáveis e, obviamente, descontos. Esses e muitos outros detalhes estão sempre presentes nos comerciais e nas grandes campanhas. Mas não pense que as empresas sempre acertam; às vezes elas erram e o erro pode custar milhões de dólares.
Confira agora os erros de cálculo mais absurdos cometidos por empresas famosas.
1. Apple e o novo disco do U2
A maior empresa de tecnologia do mundo e uma das maiores bandas de pop rock do Planeta juntas. Não tinha como dar errado. Só que deu. Em 2014, a Apple, apostando na popularidade da banda U2, assinou um contrato com o grupo irlandês para o lançamento de seu álbum Songs of Inocence em suas plataformas. Só havia um detalhe: os usuários de dispositivos da Apple que estavam configurados para download automático tiveram o disco baixado sem que fossem questionados se queriam ou não. Como resultado 500 milhões de contas na plataforma iTunes receberam o pesado arquivo com o conteúdo do disco, ocupando boa parte da memória disponível. O resultado foi uma enxurrada de reclamações.
Mas o maior problema foi que o disco não saiu de graça para a Apple. A empresa gastou 100 milhões de dólares apenas em marketing e pagou outros 100 milhões para Bono e companhia. Mais tarde, a gigante criada por Steve Jobs permitiu que as músicas fossem eliminadas dos dispositivos.
2. Previsão do tempo da Walkers (Lay’s)
Em 2010, a empresa britânica Walkers Crisp (fabricante no reino unido da batata Lay’s), decidiu realizar uma promoção diferente: se uma pessoa comprasse um saco de batata de mais ou menos 65 centavos de dólar, podia fazer uma previsão de quando iria chover. Se a previsão se realizasse, o comprador ganhava 10 libras (mais ou menos 16 dólares).
O problema foi que a promoção foi feita na Inglaterra, onde quase sempre chove ou está nublado, principalmente no outono. Portanto, em uma semana muito chuvosa quase todas as previsões se realizaram. Era só prever chuva que não tinha erro. Em apenas 7 dias a empresa perdeu mais de 1 milhão de libras — cerca de 5 milhões de reais. Claro que houve um lado positivo, já que a promoção fez sucesso e as pessoas passaram a ter a marca na cabeça.
3. 1,5 milhões de balões
Em 27 de setembro de 1986, a empresa americana United Way decidiu quebrar o recorde mundial ao lançar 1,5 milhões de balões, e usar a façanha como publicidade. Na cidade de Cleveland, 2,5 mil pessoas encheram milhares de balões com gás hélio e, quando o teto do local de lançamento foi aberto, os balões foram soltos. A imagem foi linda, mas durou apenas alguns minutos.
Ninguém deu importância para a chuva naquele momento. Alguns balões ficaram e outros foram levados pelo vento por toda a cidade. Como resultado, o transporte urbano parou e as pistas do aeroporto foram fechadas (vídeo), além do porto da cidade.
O incidente causou a morte de 2 barqueiros, que não foram encontrados pela grande quantidade de balões. A esposa de uma das vítimas processou a empresa e ganhou 3 milhões de dólares. Além disso, a empresa precisou pagar uma grande multa para consertar os danos causados na cidade.
4. American Airlines e os voos gratuitos por toda a vida
Em 1981, a American Airlines decidiu permitir aos seus clientes mais ricos a compra de uma assinatura para voos ilimitados. Por 250 mil dólares o cliente tinha direito a um número ilimitado de passagens gratuitas na primeira classe. E por 150 mil dólares adicionais, podia comprar o direito para um amigo.
Os especialistas de marketing da companhia acreditavam que a compra seria feita apenas por grandes empresas, para as viagens de seus executivos, mas muita gente gostou da promoção. Um homem foi para Londres 16 vezes em apenas um mês. Como resultado, a empresa precisou levar milhares de passageiros de maneira gratuita e em apenas uma semana perdeu 5 milhões de dólares. As assinaturas foram canceladas imediatamente e o dinheiro foi devolvido aos participantes.
5. O maior picolé do mundo
Em 2005, a Snapple (empresa que fabrica o refrigerante Dr Pepper, famoso nos EUA) decidiu expandir a linha de produtos e passou a fabricar picolés. Os especialistas da marca pensaram em uma grande campanha publicitária: fazer o maior picolé do mundo e entrar no Livro dos Recordes.
O picolé pesava 17,5 toneladas, foi congelado em uma fábrica e deveria ser levado para Nova York, local de lançamento. Um grande picolé em uma cidade super quente no verão. O que poderia dar errado? Tudo.
Quando o sorvete chegou no centro da cidade e o caminhão foi aberto, ondas e mais ondas de xarope de morango cobriram tudo que estava no seu caminho. As ruas tiveram de ser fechadas por 2 dias e a empresa precisou pagar milhões de dólares pelos danos causados.
6. A rede de supermercados Tesco e a matemática
Em 2011, a cadeia britânica de supermercados Tesco organizou uma guerra de preços com a rival ASDA. Os comerciais da Tesco diziam: “Se você encontrar o mesmo produto mais barato na ASDA pagamos a diferença”. Ou seja, se você comprasse um vinho na Tesco por 20 libras e encontrasse o mesmo vinho por 18 dólares na ASDA, a Tesco devolvia 2 libras.
A empresa avaliava que os clientes comprariam apenas produtos necessários. Mas as pessoas passaram a comprar tudo que era mais barato na ASDA, ganhando a diferença. Como resultado, os clientes ganharam uma bela quantia de dinheiro e a Tesco perdeu muito, embora o valor nunca tenha sido revelado.
7. Oprah e a KFC
Em 2009, a rede de fast food KFC decidiu fazer promoção de um novo prato, oferecendo-o. O lançamento foi no programa de ninguém menos que Oprah Winfrey, mais famosa apresentadora de TV dos EUA. Só que os marketeiros não imaginavam (ou deveriam imaginar) o poder de persuasão da apresentadora. Ou seja, eles subestimaram o poder de Oprah e da televisão.
Quando a audiência descobriu que podia imprimir um cupom para comer de graça no KFC, 16 milhões de pessoas não pensaram duas vezes e o fizeram. Os almoços acabaram em poucas horas e antes mesmo de acabar a promoção da empresa já tinha perdido 40 milhões de dólares, mesmo valor que tiveram de pagar à apresentadora pela propaganda.
8. Jogos Olímpicos e McDonald’s
Em 1984 os Jogos Olímpicos foram realizados em Los Angeles, nos Estados Unidos. O McDonald’s criou uma campanha com a frase ’Se os Estados Unidos ganham, você ganha’ (vídeo). Por cada medalha vencida pelos americanos os clientes recebiam comida e bebida de graça. Por uma medalha de bronze, uma Coca-Cola, por uma de prata, uma batata frita, e por uma de ouro, um Big Mac.
Mas um imprevisto (na verdade um previsto!) aconteceu. Nesse ano, a União Soviética, principal rival dos Estados Unidos, não foi aos jogos por conta da Guerra Fria. Os americanos ganharam 83 medalhas de ouro, 61 medalhas de prata e 30 medalhas de bronze. Isso foi muito além do esperado, e a ação quase levou o McDonald’s à falência, já que todos comiam de graça.
9. Febre de números da Pepsi
Em 1992, a Pepsi estava muito atrás da Coca-Cola no sudeste asiático. Portanto, os executivos filipinos do fabricante de bebidas decidiram lançar uma campanha chamada ’Febre de números’. O plano era simples: nas tampas da bebida havia um código com um valor (até 40 mil dólares).
No final da campanha seria anunciado um número e o vencedor seria o felizardo que tivesse o código. Mas a empresa cometeu um erro. Ela sorteou o número 349, que estava impresso em 800 mil tampinhas. Ou seja, 800 mil pessoas ganharam o prêmio.
A empresa não podia pagar o valor e disse que o resultado foi um erro de um de seus computadores. As pessoas não aceitaram e houve muitos protestos. Caminhões foram queimados e até a fábrica da Pepsi foi atacada. No final, 3 funcionários da empresa foram assassinados e a Pepsi precisou pagar o valor prometido, além de arcar com um enorme prejuízo de imagem.