9 Leis psicológicas que podem afetar o comportamento das pessoas

Psicologia
há 5 anos

Na vida, há muitos acontecimentos difíceis de serem entendidos.... você já parou para pensar em como as videntes conseguem ser tão precisas em suas previsões? O bom é que, há muito tempo, alguns desses “mistérios” do comportamento humano já foram desvendados por alguns cientistas e, ao que parece, as pessoas seguem sempre um mesmo padrão de comportamento. Por isso, às vezes não é difícil prever como uma pessoa irá agir numa determinada situação.

A equipe do Incrível.club pesquisou uma série de artigos de psicologia e compartilha com você as conclusões da Ciência sobre alguns comportamentos humanos. Acompanhe:

1. Teoria das janelas quebradas

A teoria das janelas quebradas, usada para explicar alguns crimes, foi desenvolvida pelos sociólogos norte-americanos de nomes James Q. Wilson e George L. Kelling. Os cientistas tentaram averiguar com que estava relacionado o aumento da delinquência nos Estados Unidos nos anos 80. Chegaram à conclusão de que os delitos leves (lixo espalhado pela rua ou pichações, por exemplo) influenciam ativamente na delinquência em geral.

Exemplo prático: se ao menos a janela de um edifício está quebrada e não tem vidro, então os pedestres pensarão que o lugar é descuidado e não há responsáveis por essa desordem. Por conta disso, outras pessoas se sentirão à vontade para depredar o mesmo edifício e por todo o bairro se estenderá a sensação de impunidade. As pessoas começarão a acreditar que não lhes acontecerá nada por praticarem delitos mais sérios (“se outros podem, por que eu não posso?”).

Um  desta teoria foi o prefeito de Nova York Rudolf Giuliani, que reduziu o nível de delinquência pela metade. Pode-se aplicar a teoria das janelas quebradas em outros contextos: na política internacional, a nível estadual, em sua cidade ou em seu trabalho.

2. Teoria do desamparo aprendido

O desamparo aprendido é uma situação de violação do comportamento em que uma pessoa não faz nada para melhorar a vida, mesmo que tenha todas as possibilidades para isso. Por que “aprendido”? Porque ninguém nasce com a ideia de que superar obstáculos seja algo útil. Este pensamento aparece depois de as pessoas terem experimentado estresse ou muitos fracassos. Ao receberem baques e rasteiras da vida, algumas se rendem e acreditam que nada depende delas.

Exemplo: uma pessoa fracassou em duas tentativas para entrar na universidade, tem um trabalho complicado com um salário muito baixo ou não pode sair de uma relação tóxica. Olhando de fora, tudo é muito fácil e simples. Para resolver, basta estudar mais, encontrar outro trabalho, divorciar-se... e não haverá mais problemas. Mas uma pessoa que já caiu em desamparo aprendido não vê uma saída simples e aguentará a dor.

O que fazer?

  • Deixar de pensar na perfeição. São poucas as coisas que podemos fazer com perfeição. Já ouvu falar que, em certos casos, o bom é inimigo do ótimo?
  • Baixar as expectativas, em particular, as negativas. O problema ainda não surgiu e, no entanto, já temos medo dele.
  • Aprender a ser otimista. Se existe o desamparo aprendido, na outra mão há o otimismo aprendido e você pode adotá-lo passando a entender que é responsável por seu estado de espírito e pode mudá-lo.

3. Teoria do túnel

De acordo com esta teoria, uma pessoa vê o mundo através dos filtros de sua experiência e convicções. A educação, formação, todos os momentos alegres e fracassos que vivenciamos são material de construção para o túnel da realidade. Por isso, as pessoas reagem de maneira diferente frente às mesmas coisas.

Tomemos como exemplo o quadro Mona Lisa, de Leonardo da Vinci. Somente em ver seu olhar, uma determinada pessoa notará um sorriso misterioso; outra dirá que tem uma perfeição matemática; mas também haverá quem diga que ela é uma mulher feia sem sobrancelhas. Nenhuma dessas três pessoas estará equivocada, já que todas vivem em seus túneis e acreditam que têm razão.

Tudo isso acontece de acordo com a teoria dos túneis: não existe uma única verdade. É difícil de escapar de seu próprio túnel: você enxerga a partir do espectro do que já vivenciou e vivencia.

4. Dilema do porco-espinho

As pessoas estão programadas para o convívio, a vida em sociedade. A maioria de nós precisa de família e amigos. No entanto, as relações próximas às vezes são acompanhadas de dor. As falhas das pessoas próximas nos obrigam a nos afastarmos cada dia mais. Mas dentro de um certo tempo, voltamos a cometer o mesmo erro: novamente buscamos o convívio, a proximidade com os demais e sofremos com isso.

O filósofo alemão Arthur Schopenhauer chamou esse fenômeno de “dilema do porco-espinho”. Em seus trabalhos, ele o descreveu com a seguinte frase:

“Em um dia muito frio, dois porcos-espinhos se encontram e sentem simultaneamente a necessidade de calor. Para satisfazer a necessidade, buscam a proximidade corporal um do outro, mas quanto mais se aproximam, mais dor sentem por causa dos espinhos do corpo alheio. Não obstante, ao se distanciarem, a sensação de frio aumenta. Portanto, devem se acomodar de uma maneira que não se firam nem sintam frio”.

A chave de uma relação feliz no amor e na amizade é saber dar suficiente calor e ao mesmo conservar seu próprio espaço. Não suporte os espinhos alheios, mas também não procure escapar de uma relação de confiança e intimidade. Mantenha uma distância razoável por meio da qual você sinta sua própria integridade.

5. Técnica do pé na porta

A princípio, a pessoa faz um pequeno favor e depois cai em uma armadilha: a cada vez, as exigências são mais atrevidas e não há forças para recusá-las. A técnica do pé na porta é utilizada plenamente pelos especialistas de marketing que querem vender algo a você.

Exemplo: “experimente a versão gratuita de nosso programa”, ou " assine nosso serviço, o primeiro mês é grátis“. O consumidor, no entanto, não pagou ainda um único centavo, mas já caiu na armadilha, porque é mais fácil vender a assinatura ampliada para as pessoas que experimentaram a versão gratuita do serviço.

Se o vendedor promete um grande desconto ou um produto “pague dois, leve três”, muito provavelmente já colocou “o pé na sua porta”. E, depois que abriu essa porta, dificilmente você voltará a fechá-la.

6. Teoria da normalidade progressiva

As pessoas são capazes de aceitar tranquilamente as mudanças mais terríveis da vida, desde que as mudanças ocorram pouco a pouco e não de uma vez por todas.

Exemplo: os habitantes de uma megalópole estão dispostos a suportar a contaminação do ar e deterioração do meio ambiente na cidade porque isso ocorre lentamente e as pessoas têm tempo para se acostumar com aquilo que é negativo.

Essa teoria é capaz de explicar uma série de situações, desde aquelas em grande escala até da vida cotidiana. Por que o povo da Alemanha, nos anos 1930 e 1940, não se manifestou contra o governo nazista a respeito dos campos de concentração? Por que as pessoas vivem em um matrimônio que destrói seu psicológico? A resposta é simples: todos se acostumaram e aceitaram, porque as mudanças não ocorreram de um dia para o outro. Sua realidade mudava, mas lentamente, e, por fim, algo muito anormal se tornou ’normal’.

7. Teoria da autoridade anônima

De acordo com esta teoria, não é tão difícil manipular as pessoas com ajuda de palavras “mágicas”. Tais expressões como “de acordo com cientistas” ou “especialistas afirmam”, que não necessariamente foram confirmadas por fontes de pesquisas científicas, ganham mais credibilidade facilmente. Damos importância de forma inconsciente à autoridade anônima: especialista ou cientista, mesmo que esse pesquisador não exista — ou mesmo que tenha existido, que não provou nada ou não publicou qualquer estudo relevante.

Exemplo: na publicidade dos medicamentos, dizem que sua eficiência está provada por cientistas. Ou, nos comerciais de creme dental, o produto é aprovado por dentistas. O espectador começa a confiar na afirmação. Como não dar credibilidade?

Não confie rapidamente em informações impessoais. Em anúncios, revistas ou na Internet algumas frases deveriam fazer você ficar atento. Aqui vão alguns exemplos:

  • Frases sem designação precisa de uma quantidade: “muitos cientistas”, “algumas pessoas” (quem são essas pessoas?“;
  • Uso de voz passiva: “Acredita-se” (quem acredita?);
  • “Eficácia de até 100%” (essa porcentagem vai de zero até 99%!);

Em qualquer situação confusa, peça provas, pesquise. E acredite somente naqueles que realmente possam ser provados.

8. Profecia autorrealizada

Muitas previsões que se cumprem misteriosamente não têm uma única gota de magia. Afinal, qualquer um que faça previsões genéricas tem boas chances de acertar. Ou, como diz um ditado, até um relógio quebrado acertará a hora duas vezes por dia. E às vezes, os charlatões utilizam esse paradoxo com muito sucesso.

Exemplo: uma vidente previu que um homem de um dia para o outro, estaria no hospital. Essa pessoa levou muito a sério a previsão e submergiu em tal pensamento sobre uma possível doença, distraindo-se por vários dias. Nosso herói escorrega, cai e, é claro... mesmo que tenha apenas torcido o tornozelo, foi para o hospital muito preocupado. A “previsão” da vidente se cumpriu, mas não porque a vidente tem super poderes, e sim porque o homem realizou a previsão de forma inconsciente.

Às vezes, é suficiente acreditar instintivamente em uma ideia dada por outras pessoas para começar a gerar pensamentos que a confirmem. E infelizmente, essas ideias dadas por outras pessoas podem ser más. É possível escapar da armadilha da profecia autorrealizada: você simplesmente precisa elaborar uma atitude positiva frente a isso.

9. Síndrome do pato

Um pato recém-nascido percebe sua mãe como o primeiro objeto que se move e começa a segui-lo. A “mamãe” pode ser uma pessoa, cachorro, cabra ou objetos inanimados em geral. Cientistas já nomearam tal comportamento como “impressão” e também afirmam que todas as pessoas têm um pouco de “pato recém-nascido”.

A síndrome mental do pato se manifesta em uma pessoa que, ao enfrentar um novo ambiente, começa a considerar o primeiro objeto visto como o melhor. É difícil convencer esse patinho a experimentar algo novo. É quase impossível demonstrar que o novo pode ser melhor que o anterior.

Exemplo: “os livros de papel são melhores que os eletrônicos”, “os celulares om teclas são melhores que os de toque na tela” ou “o novo design (não importa do que seja) é horrível” são frases típicas de uma pessoa com síndrome de pato.

Esse efeito faz com que uma pessoa não seja objetiva e não escute o ponto de vista dos demais. As coisas novas também podem, sim, ser positivas e confortáveis.

Nós percebemos que várias dessas leis realmente fazem parte da nossa vida. De que modo você acredita que essas leis psicológicas se aplicam ao seu cotidiano? Comente!

Ilustrador Leonid Khan exclusivo para Incrível.club

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