18 Sogras que desafiam os limites do amor e da paciência

Quando ouvimos a palavra “mosqueteiro”, logo vem à mente a imagem de heróis nobres, com chapéus estilosos, comportamento elegante e um forte senso de dever, tudo graças aos romances de Dumas e suas adaptações para o cinema. Mas, se a gente parar para pensar no que é verdade e no que é mito, perceberemos que os mosqueteiros de verdade estavam longe desse ideal e, na realidade, causavam bastante dor de cabeça para o povo de Paris.
Embora os mosqueteiros na França tenham ganhado um uniforme oficial — capas azuis com uma cruz branca —, no dia a dia eles usavam roupas mais simples e resistentes, feitas para aguentar as duras condições das campanhas militares. Por baixo das capas elegantes, muitas vezes escondiam-se roupas gastas e sujas. Naquela época, a higiene era precária, e as roupas íntimas dos homens quase sempre estavam sujas. Em vez de lavar, o costume era trocar de camisa várias vezes ao dia, mas nem isso era feito com frequência. Até hoje, em francês, existe a expressão “fazer a lavagem à gasconha”, que quer dizer simplesmente vestir a camisa suja do avesso.
As mulheres evitavam esses cavalheiros, pois casar com um mosqueteiro significava aceitar uma vida de dificuldades ao lado de alguém pouco confiável. Apesar do papel importante na defesa do país, os mosqueteiros não eram vistos como bons partidos. Suas vidas eram marcadas pela grosseria, falta de modos e reputação duvidosa, o que os tornava pouco atraentes para as mulheres. Eles não podiam oferecer estabilidade ou conforto, e seus relacionamentos costumavam ser mais agressivos do que românticos. Poucas mulheres tinham coragem de escolher um mosqueteiro como companheiro.
Há uma impressão geral de que eles eram cavaleiros galantes e valorosos, mas, na realidade, os mosqueteiros tinham má fama por frequentemente agirem de forma rude e agressiva, ignorando as normas sociais. Seu comportamento estava longe dos ideais de cavalaria, que incluem honra e nobreza. Muitas vezes, eles se comportavam como verdadeiros arruaceiros: roubavam comerciantes, não pagavam suas dívidas, provocavam brigas e aproveitavam-se da impunidade total.
O comportamento dos mosqueteiros era marcado por grosseria e folgadice, impulsionados por uma arrogância e vaidade exageradas. Pouca gente gostava deles. Logo, passaram a dominar as ruas de Paris, entrando em brigas frequentes com outros soldados e até com pessoas comuns. Os parisienses tinham medo e se assustavam com a sua falta de respeito e audácia.
O salário dos mosqueteiros mal dava para o básico, e por isso viviam quase sempre sem um tostão no bolso e afundados em dívidas. Como nos romances, passavam a vida tentando arrumar dinheiro e viviam pedindo emprestado. Quando a coisa apertava de verdade, apelavam para soluções nada honrosas: invadiam lojas, pegavam o que queriam e iam embora sem pagar. Se o dono protestasse, levava ameaça, ou, no pior cenário, via a loja toda ser quebrada.
Os mosqueteiros viviam ultrapassando os limites da lei, contando com a própria impunidade. Era comum deixarem de pagar aluguel, certos de que sua posição os protegeria de qualquer consequência. E, na prática, era isso mesmo: o governo quase sempre fazia vista grossa. No fim das contas, as histórias de nobreza e honra eram só isso: histórias. A realidade era bem menos romântica.
Os mosqueteiros do século XVII adoeciam com frequência por causa da péssima higiene, das condições insalubres nos alojamentos e da falta de cuidados médicos adequados. Durante as campanhas militares, o quadro piorava com a escassez de comida, a sujeira e os ferimentos maltratados. Era comum que sofressem de disenteria, sífilis, tuberculose e febres. Além disso, muitos enfrentavam distúrbios mentais; algo que na época não se sabia tratar, o que os deixava sem qualquer tipo de ajuda qualificada.
Os mosqueteiros tomavam banho raramente. Para disfarçar o mau cheiro, usavam perfumes e substâncias aromáticas no corpo, nas roupas e no cabelo. Isso se devia à crença comum da época de que a água podia entrar no corpo pelos poros e causar doenças. Por isso, o banho regular era visto como algo perigoso.
A história geralmente é apresentada a nós em filmes e livros sob uma luz bonita e dramática, mas nem sempre reflete a realidade. Aqui, você encontra alguns dos fatos mais distorcidos das aulas de História.