8 Vilões do cinema que se apaixonaram perdidamente
Quando assistimos a um filme, não sentimos empatia pelo vilão, porque, em geral, ele tem um confronto constante com o protagonista, que costuma roubar nossos corações. No entanto, ao longo da história, Hollywood mudou os estereótipos do antagonista “muito ruim” e do herói “muito bom”, de modo que as histórias de amor dos vilões começaram a ganhar relevância, ajudando-nos a entender um pouco melhor as razões que levaram tal personagem a ser o que é.
O Incrível.club compilou as histórias de oito vilões do cinema clássico que, contra tudo, arriscaram seus corações por um amor, nem sempre recíproco, mas cujas atitudes nos fizeram amá-los um pouco mais ou, pelo menos, vê-los com olhos diferentes.
1. O Conde Drácula em Drácula, de Bram Stoker
Diferentemente da história original escrita por Bram Stoker em 1897, ou dos filmes estrelados por Béla Lugosi (1931) ou Christopher Lee (1958), nesse caso, o malvado Conde não é um monstro cruel, mas um apaixonado que perdeu sua esposa, Elisabeta, nas Cruzadas, e a vê refletida em Mina Harker, uma donzela vitoriana que não sabe que existe um vampiro apaixonado na Transilvânia.
Esse Conde que só quer amar de novo, e que se encontra abatido pelo abandono e preso pela tirania da imortalidade, é visto em detalhes em Drácula, de Bram Stoker, filme dirigido por Francis Ford Coppola e lançado em 1992. Mesmo assim, a razão que leva Drácula a matar é o amor por Mina: podemos ver a raiva direcionada a Jonathan Harker (noivo de Mina), depois a submissão a Renfield para lhe trazer informações constantes da Inglaterra (onde ela reside), ou o assassinato por ódio de Lucy Westenra quando descobre que Mina finalmente se casou.
2. Erik em O Fantasma da Ópera
A história do Fantasma da Ópera não variou muito em cada adaptação, e a essência dos personagens principais foi respeitada. Na Paris do século XIX, Erik, um homem brilhante, mas com um rosto deformado, trabalha na ópera como assistente em cada montagem. Mas o engraçado é que ele usa suas habilidades e conhecimentos científicos para encher o teatro de armadilhas mortais e instrumentos de tortura que só ele conhece. Assim, aqueles que se aproximam ou zombam dele tornam-se vítimas de seus truques e morrem.
Erik vive nas catacumbas do teatro e não tem um bom relacionamento com as pessoas, já que se sente atormentado pelas deformidades de seu rosto, que sempre se mostrava coberto com uma máscara, gerando muito mais mistério em torno de sua imagem. Quando ele conhece Christine, uma jovem e inocente cantora lírica, todo o seu mundo muda, pois ele se apaixona por ela. Em sua ânsia de conquistá-la, ele timidamente a ajuda em sua carreira e a protege daqueles que querem prejudicá-la. Ela o considera um tipo de mentor e se sente bem ao seu lado, mas quando Raoul aparece, um personagem extremamente superficial e arrogante, tudo fica fora de controle e faz irromper a fúria de Erik.
A história original de Gastón Leroux, publicada em 1910, assim como suas adaptações, não terminam nada bem, porque Erik morre ou, pior, acaba tendo a solidão como sua única companheira.
3. Severo Snape em Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2
Durante toda a saga de Harry Potter, vimos Severo Snape, o professor de Poções (depois de Defesa Contra as Artes das Trevas e, finalmente, diretor de Hogwarts), como um homem duro, exigente e, às vezes, injusto com seus alunos, sobretudo com Harry. Ele o atormenta e fala mal de seu pai, Tiago, constantemente.
Mas, com o decorrer das sequências, descobrimos que o ódio de Snape por Harry não é aleatório. Snape e Lílian (mãe de Harry) foram melhores amigos na adolescência, e o jovem acabou se apaixonando por ela. No entanto, quando eles entraram em Hogwarts, ela conheceu Tiago Potter e ficou cega diante da imagem sedutora e popular do garoto, então abandonou completamente sua amizade com Snape, que era constantemente provocado por Tiago e seus amigos.
Assim, o professor Snape recebeu Harry Potter na escola como fruto de duas pessoas, uma amada e outra odiada. A pedido de Alvo Dumbledore para proteger Harry dos planos de Lord Voldemort, Snape dedicou sua vida a cuidar do garoto, porque, no fundo, era o legado de Lílian, a quem ele nunca deixou de amar.
4. Imhotep em A Múmia
No filme A Múmia (1999), como uma espécie de Conde Drácula, o sumo sacerdote Imhotep é condenado à vida eterna depois de matar o faraó Seti, amante de sua amada, Anck-su-Namun. O desastre é desencadeado quando o faraó Seti descobre o romance entre Imhotep e Anck-su-Namun, mas nada consegue além do caos ao ser morto por eles. O amor não prospera porque Anck-su-Namun comete suicídio e Imhotep foge pelo deserto para Hamunaptra, a cidade dos mortos, disposto a ressuscitar sua amada.
No meio do ritual da ressurreição, Imhotep e seus sacerdotes são capturados pelos guardas do faraó Seti, e a alma de Anck-su-Namun é enviada para o submundo. Os sacerdotes de Imhotep são mumificados vivos, e o sumo sacerdote é vítima da maldição de Hom Dai: cortam sua língua, enterram-no vivo com cem escaravelhos, e ele tem que suportar a vida eterna em agonia.
Milhares de anos depois, Imhotep é revivido por engano pela bibliotecária Evelyn Carnahan e Rick O’Connell. Ele vai querer aproveitar a oportunidade para ressuscitar sua amada e, finalmente, governarem juntos.
5. Kong em King Kong
O filme King Kong de 1933 e suas subsequentes adaptações nos colocam na misteriosa Ilha da Caveira, onde o imprudente gorila Kong é considerado a oitava maravilha do mundo e adorado por seus habitantes, reverenciado como um deus. Quando uma expedição dos EUA altera a paz do lugar e ameaça os domínios do gorila, as coisas se tornam perigosas demais para os expedicionários. Kong fica furioso, mas quando conhece Ann, oferecida em sacrifício pelos nativos da ilha, ele se apaixona loucamente por ela.
Kong é levado para os Estados Unidos e lá tenta capturar Ann novamente, mas um esquadrão do exército o mata no topo do icônico Empire State Building. Antes de morrer, o gorila libera a garota e a coloca cuidadosamente em um local seguro para salvá-la e impedir que ela morra com ele.
6. Anakin Skywalker em Guerra nas Estrelas, Episódios I,II e III
Todos nos lembramos do malvado e sombrio Darth Vader, vilão da saga de filmes Guerra nas Estrelas, com seu traje preto e sua máscara escura que emite um suspiro alto quando fala. Quando se trata de atingir seus objetivos, Vader não hesita em remover quem quer que seja do caminho, matando a sangue frio com o uso da Força.
Mas, antes de se tornar esse vilão imprudente, Vader era Anakin Skywalker, e cresceu como um jovem brilhante, cujo poder foi cuidadosamente previsto por Yoda, o Mestre Jedi. Anakin conhece a rainha de Naboo e a senadora Padmé, e ambos se apaixonam, embora saibam que seu romance não pode continuar porque, dessa forma, suas carreiras seriam ameaçadas. Embora sejam forçados a terminar sua história de amor, Padmé fica grávida, enquanto Anakin está dividido entre ir para o lado sombrio ou continuar seu treinamento Jedi.
Distantes e sofrendo, Padmé decide procurar Anakin, mas é interceptada por Obi-Wan Kenobi, que procurava por Darth Vader para matá-lo. Vader acredita que sua amada o traiu e tenta estrangulá-la, mas Obi-Wan a salva para que ela possa dar à luz Leia e Luke. Finalmente, Padmé morre no parto e Vader fica confinado no lado sombrio para sempre, até ficar cara a cara com Luke e confessar que é seu pai.
7. Davy Jones em Piratas do Caribe: No Fim do Mundo
Davy Jones, um dos vilões mais emblemáticos de Piratas do Caribe, é um homem cuja paixão pelo mar vai além do compreensível. A tal ponto chega o seu amor pelas águas que ele se apaixona por Calypso, a deusa dos sete mares. Contra todas as probabilidades, ela lhe corresponde, e por um longo tempo o relacionamento prosperou e eles foram felizes, mas havia dois obstáculos que levaram as coisas diretamente ao fracasso: Calypso teve que viver como uma mortal e abandonar seus trabalhos no oceano e, além disso, ela era instável e indomável como o próprio mar, e não podia levar uma vida amorosa tranquila.
Assim, Calypso propõe a Jones comandar um navio chamado O Holandês Voador, enfeitiçado com seus poderes, para proteger e abrigar os mortos do mar (qualquer homem ou mulher que tenha morrido nas águas). As almas resgatadas poderiam descansar por mais 100 anos com um juramento ao capitão Jones. Em troca, o capitão só podia pisar em terra uma vez a cada 10 anos, enquanto Calypso ficava livre por esse tempo.
Mas a deusa não cumpriu o acordo. Quando Davy Jones fez sua primeira aterrissagem depois de dez anos, Calypso não estava esperando por ele como haviam combinado, então o homem, sentindo uma dor profunda, rasgou seu coração com suas próprias mãos, mas isso apenas acarretou um sofrimento maior porque um dos poderes que Calypso lhe havia concedido era o da imortalidade. O coração continuava batendo fora de seu corpo, confinado em um cofre, e ele se tornou o vilão cruel que conhecemos hoje.
8. Mulher-Gato em Batman: O Retorno
O filme Batman: O Retorno (1992) conta a história da Mulher-Gato, a inimiga malvada (à primeira vista) de Batman, e, mais uma vez, descobrimos uma história cheia de amargura e dor. A Mulher-Gato nasceu Selina Kyle e, como pudemos ver, ela não teve uma vida divertida, muito pelo contrário. Trabalhou como secretária de Max Shreck, um empresário cruel, dono de várias empresas em Gotham City, que tentou assassiná-la quando a jovem descobriu um plano macabro de seu chefe para deixar a cidade sem energia e monopolizar os negócios de eletricidade.
Como resultado, ela reúne toda a raiva e frustração acumulada ao longo dos anos e se transforma na Mulher-Gato. Em um figurino de couro preto, essa mulher tentará se vingar de seu chefe e de uma cidade inteira que sempre a atormentou. É assim que ela conhece Batman e começa a desenvolver uma relação de amor e ódio com ele, porque, supostamente, eles são opostos e trabalham para lados diferentes, mas, na realidade, eles são as faces da mesma moeda e, em certo ponto, almas gêmeas.
Ao longo do filme, a Mulher-Gato descobre que tem muito ressentimento guardado e que não é feliz consigo mesma, por isso não consegue se relacionar bem com as pessoas e, menos ainda, com Batman, tão ou mais atormentado que ela própria. Assim, ela é vista vagando pelas ruas de Gotham City, ofuscada e fora do eixo, entendendo que seu relacionamento com Bruce Wayne nunca daria certo, mas se lamentando por nem mesmo ter tido coragem de tentar.
Com quais desses vilões você simpatiza mais? Conhece algum outro antagonista de ficção que viveu uma história de amor trágica? Conte para a gente nos comentários!