8+ Vezes em que produções brasileiras foram indicadas ao Oscar
Apesar de o Brasil nunca ter vencido o maior prêmio do cinema, o país estreou no Oscar em 1945, quando a canção Rio de Janeiro, do compositor mineiro Ary Barroso, concorreu ao prêmio de Melhor Canção Original pelo filme norte-americano Brasil.
Desde então foram mais de 8 indicações do país em diversas modalidades e, neste ano, Democracia em Vertigem, de Petra Costa, concorre como Melhor Documentário, apesar de os críticos indicarem os concorrentes como favoritos. Mas, claro, vale ficar de olho na 92ª cerimônia de entrega dos prêmios da Academia.
O Incrível.club está saudoso para relembrar alguns dos momentos em que as produções brasileiras estiveram presentes nas cerimônias da Academy Award e pretende contar aqui algumas curiosidades sobre essas indicações. Não perca o bônus no final!
1. Democracia em Vertigem
Este filme de 2019, dirigido por Petra Costa, foi indicado na categoria de melhor documentário em longa-metragem no Oscar deste ano. A narrativa é feita pela própria Petra, em tom intimista, e retrata fatos que culminaram com o impeachment da então presidente Dilma Rousseff.
O documentário estreou mundialmente no Festival de Sundance e foi lançado na Netflix em 19 de junho de 2019.
2. O Menino e o Mundo
O Menino e o Mundo é uma animação de 2013, com roteiro e direção de Alê Abreu. A produção já foi vendida para mais de 80 países e foi uma das 5 indicadas ao Oscar de 2016 como melhor filme de animação. Embora tenha rendido um Annie Award ao país, não teve chance contra Divertida Mente, da Pixar.
Cuca é um menino que vive em um mundo distante, numa pequena aldeia no interior de seu mítico país. Sofrendo com a falta do pai, que tinha partido em busca de trabalho na desconhecida capital, Cuca deixa sua terra e sai mundo afora à sua procura. Durante a jornada, descobre uma sociedade marcada pela pobreza, exploração de trabalhadores e falta de perspectivas.
3. Cidade de Deus
Cidade de Deus é um filme de ação de 2002, dirigido por Fernando Meirelles e codirigido por Kátia Lund. O roteiro, escrito por Bráulio Mantovani, se baseou no livro homônimo de Paulo Lins. Foi a única produção brasileira até hoje a receber 4 indicações ao Oscar, nas categorias de melhor diretor, melhor roteiro adaptado, melhor edição e melhor fotografia, mas não venceu em nenhuma.
O longa retrata o crescimento do crime organizado na Cidade de Deus, uma favela que começou a ser construída nos anos 1960 e se tornou um dos lugares mais perigosos do Rio de Janeiro no começo da década de 1980. Para contar a trajetória do lugar, o diretor se valeu de narrativas da vida de diversos personagens e de acontecimentos que se entrelaçam no decorrer da trama. Tudo pelo ponto de vista de “Buscapé”, o protagonista-narrador que cresceu em um ambiente muito violento, mas encontrou subsídios para não ser fisgado pela vida do crime.
Durante um bom tempo, Meirelles e sua equipe trabalharam com mais de 400 jovens e adultos em uma oficina de atores criada exclusivamente para o filme. As filmagens duraram apenas 9 semanas, entre junho e agosto de 2001.
4. Central do Brasil
Central do Brasil, de 1998, apesar de ser uma produção franco-brasileira, foi registrada na Academia como um representante brasileiro na competição. O longa, escrito por João Emanuel Carneiro e Marcos Bernstein, foi dirigido por Walter Salles e recebeu indicação de Melhor Filme Estrangeiro e de Melhor atriz para Fernanda Montenegro, que interpreta Dora. Mas ela perdeu para Gwyneth Paltrow, por seu papel em Shakespeare Apaixonado, enquanto A Vida É Bela ficou com a estatueta para a outra categoria.
O enredo retrata a vida de Dora, uma professora aposentada que trabalha escrevendo cartas para pessoas analfabetas na Estação Central do Brasil, do Rio de Janeiro. Ela ajuda Josué (Vinícius de Oliveira), que perdeu a mãe, atropelada por um ônibus, a encontrar seu pai no Nordeste.
A interpretação de Fernanda foi aclamada pelos críticos e pela imprensa nacional e internacional, tornando-a a primeira latino-americana, única brasileira e também a única atriz a ser indicada ao prêmio por uma atuação em língua portuguesa. Ela também foi indicada ao Globo de Ouro como Melhor Atriz em Filme Dramático. A produção recebeu diversos prêmios e indicações ao redor do mundo.
5. Uma História de Futebol
O Brasil recebeu sua primeira indicação de Melhor Curta-Metragem em “live action” (filmado com atores) em 2001, por Uma História de Futebol, produzido e dirigido por Paulo Machline. O enredo baseou-se no livro infantil homônimo de José Roberto Torero. A produção perdeu para Quiero ser (I want to be...), do México e da Alemanha.
O filme narra a história do time infantil de futebol “Sete de Setembro”, da cidade de Bauru, no interior de São Paulo, que vive a expectativa de disputar uma partida final em 30 de dezembro de 1950 contra o adversário “Barão da Noroeste”.
A grande esperança do treinador, Landão, de ganhar a Taça Júlio Ramalho é o jogador Dico (apelido de infância de Pelé). Quem narra os acontecimentos é Zuza, companheiro de Dico no time e seu melhor amigo que, além da partida, relembra fatos da infância daquele menino que viria a se tornar o maior jogador de futebol do mundo. O filme ganhou prêmios nos Festivais de Gramado, Brasília, Fortaleza e no Grande Prêmio Brasil.
6. O Que É Isso, Companheiro?
O Que É Isso, Companheiro?, de 1997 foi dirigido por Bruno Barreto, com roteiro parcialmente baseado no livro homônimo de Fernando Gabeira, de 1979. O longa foi indicado ao Oscar como Melhor Filme Estrangeiro, mas perdeu para a Holanda, por Caráter. A produção foi de Luiz Carlos Barreto e o lançamento ocorreu nos Estados Unidos com o título Four Days in September.
O enredo conta a história verídica do sequestro do embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Charles Burke Elbrick, em setembro de 1969, por integrantes dos grupos guerrilheiros MR-8 e Ação Libertadora Nacional, que lutavam contra o regime militar instaurado no país em 1964. Alguns nomes dos personagens ligados à guerrilha foram trocados em relação aos verdadeiros, tanto no livro quanto na vida real.
7. O Quatrilho
O longa de 1995, dirigido por Fábio Barreto, foi indicado como Melhor Filme Estrangeiro em 1996. Mas A Excêntrica Família de Antonia, da Holanda, acabou levando a estatueta. O enredo se baseia na história real retratada no livro homônimo de José Clemente Pozenato e narra a vida de uma comunidade rural no Rio Grande do Sul, em 1910, formada por imigrantes italianos.
Dois casais muito amigos decidem morar na mesma casa, para que possam sobreviver. Mas o tempo faz com que Teresa (Patricia Pillar), esposa de Angelo Gardone (Alexandre Paternost), se interesse por Mássimo (Bruno Campos), marido de Pierina (Glória Pires), e é correspondida. Após algum tempo, os dois amantes decidem fugir e recomeçar outra vida, deixando para trás seus parceiros, que viverão uma experiência dramática e constrangedora, mas nem por isso desprovida de romance.
Uma parte do filme foi gravada no município de Farroupilha, na cascata do Salto ventoso, no Rio Grande do Sul. Há cenas também em Bento Gonçalves, Carlos Barbosa, Caxias do Sul e Antônio Prado, cidades da Serra Gaúcha. Alguns integrantes da família do diretor aparecem em pequenos papéis, inclusive ele mesmo, como o personagem “Gaudério”.
8. O Pagador de Promessas
O Pagador de Promessas, de 1962, baseado na peça de Dias Gomes, foi o primeiro longa brasileiro a receber indicação de Melhor Filme Estrangeiro, mas acabou perdendo para o francês Sempre aos Domingos.
Com roteiro e direção de Anselmo Duarte, é a única produção brasileira e sul-americana a conquistar a Palma de Ouro do Festival de Cannes, na França, um dos mais importantes prêmios cinematográficos do mundo. Em novembro de 2015, O Pagador de Promessas entrou na lista dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos, da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine).
Zé do Burro é um homem humilde do interior da Bahia. Ele enfrenta a intransigência da Igreja ao tentar cumprir a promessa feita em um terreiro de Candomblé de carregar uma pesada cruz de madeira por um longo percurso e promete dividir sua terra igualmente entre os mais pobres, caso seu melhor amigo que está doente, um burro chamado Nicolau, melhore. Assim que o animal se recupera, Zé dá início à sua jornada.
Bônus 1: A canção Rio de Janeiro, do compositor mineiro Ary Barroso, garantiu a entrada do Brasil no Oscar.
9. Brasil
O compositor Ary Barroso foi o responsável pela primeira indicação do país ao Oscar. Em 1945, sua música “Rio de Janeiro” disputou como Melhor Canção pelo filme musical Brasil (Brazil, nome original) mas acabou perdendo para “Swinging On A Star”, de O Bom Pastor.
O enredo narra a história do brasileiro Miguel Soares, que conseguiu um grande sucesso com Brasil, mas tem dificuldades para compor uma canção para concorrer no festival que será realizado no Rio de Janeiro. Soares se envolve com a bela Nicky Henderson, autora do best seller Why Marry a Latin? (Por que Casar-se com um Latino?), que está na cidade, fazendo pesquisas para seu próximo livro.
Bônus 2: Rio, filme de animação norte-americano, foi indicado ao Oscar de Melhor Canção Original (Real in Rio), composta pelos brasileiros Sergio Mendes e Carlinhos Brown.
10. Rio
Rio, uma animação 3D norte-americana e dirigida pelo brasileiro Carlos Saldanha, recebeu indicação ao Oscar 2012 de “Melhor Canção Original” por “Real in Rio”, composta por Sérgio Mendes e Carlinhos Brown, mas perdeu para “Man Or Muppet”, do filme The Muppets.
A animação é ambientada na cidade do Rio de Janeiro e conta a história de Blu, uma arara azul macho que é levada ao Rio para se acasalar com uma fêmea. Os personagens são dublados na versão original por Jesse Eisenberg, Anne Hathaway, George Lopez, Jemaine Clement e Jake T. Austin.
Outras coproduções brasileiras também receberam indicação ao Oscar. Clique aqui para saber mais.
Você já assistiu a esses filmes? De qual deles mais gostou? Acha que o Brasil tem chance de levar o prêmio neste ano? Tem outras sugestões imperdíveis de produções brasileiras? Deixe sua opinião nos comentários!