8 Animais pré-históricos descobertos recentemente que intrigam os paleontólogos
Os fósseis são as pistas mais sólidas que existem para conhecer como era a vida na Terra há milhões de anos. Hoje em dia, os paleontólogos continuam encontrando restos de animais pré-históricos, alguns já extintos e outros que são antepassados recentes dos que vivem atualmente. Essas descobertas são muito importantes para conhecermos o passado e para entendermos os caminhos que a humanidade vem percorrendo.
O Incrível.club juntou alguns casos curiosos sobre espécies que foram descobertas recentemente e sobre outras que, embora já fossem conhecidas, não haviam sido muito exploradas. No final do artigo você vai encontrar um bônus com um vídeo gravado recentemente de um tubarão que vive nas profundezas do oceano desde a era dos dinossauros.
1. Hércules, o papagaio de um metro com um bico super poderoso
Paleontólogos australianos encontraram restos de um papagaio gigante que habitou a região, que hoje é a Nova Zelândia, há 19 milhões de anos. Eles não pensaram duas vezes na hora de dar um nome para a nova espécie: Heracles inexpectatus. O nome é uma homenagem ao herói mitológico conhecido por sua força porque o papagaio media quase um metro, pesava 7 quilos e tinha um bico superforte.
Esse é o maior papagaio já registrado. Os pesquisadores acham que ele não voava e não sabem se ele era herbívoro ou se usava o bico para comer carne. Esses detalhes do descobrimento foram publicados recentemente na revista Biology Letters.
2. Uma espécie idêntica ao esquilo do filme A Era do Gelo
O simpático esquilo-dente-de-sabre que aparece nos filmes A Era do Gelo perseguindo nozes teve um antepassado real. Pesquisadores da Universidade Nacional de San Juan, na Argentina, encontraram recentemente, em Ischigualasto (no noroeste do país), uma espécie idêntica que viveu há 231 milhões de anos.
Ele media mais ou menos 25 cm, tinha presas longas e recebeu o nome de Pseudotherium argentinus. Os paleontólogos quiseram colocar o nome de Scrat, em homenagem ao personagem dos filmes, informou a Agência de Ciência, Tecnologia e Sociedade da Universidade Nacional de La Matanza.
3. O grande leão africano, maior que um urso polar
Dois paleontólogos encontraram uma nova espécie pré-histórica ao revisar uma caixa de fósseis estranhos no Museu Nacional de Nairobi, no Quênia, marcados como “hienas”. Eles chegaram à conclusão de que se tratava dos restos de um mamífero gigante que povoou a Terra há 22 milhões de anos, e o chamaram de Simbakubwa kutokaafrika, ou “O Grande Leão Africano” (traduzido do idioma suajili).
Apesar do nome, esse animal não é um antepassado do leão, mas é um membro antigo de um grupo de mamíferos extintos chamados hienodontídeos, que tinham alguma semelhança com as hienas. Segundo um estudo publicado no Journal of Vertebrate Paleontology, a espécie era carnívora, era maior que um urso polar e tinha o crânio com o tamanho de um rinoceronte.
4. Um pinguim pré-histórico do tamanho de um ser humano
Na época do Paleoceno, a primeira da era Cenozoica (entre 66 e 55 milhões de anos atrás) havia uma espécie de pinguim que media 1,60 metros de altura e pesava 80 kg, 40 cm maior e duas vezes mais pesado do que o imperador, o maior pinguim que existe hoje. Ele foi descoberto este ano no que hoje é a Nova Zelândia e a Antártida. O estudo foi publicado na revista Alcheringa: An Australasian Journal of Palaeontology.
Os cientistas afirmam que esses animais, chamados de Crossvallia waiparensis, foram beneficiados pela falta de predadores após a extinção dos dinossauros. Contudo, eles foram desaparecendo à medida que os grandes mamíferos marinhos começaram a dominar as águas.
5. Um caranguejo de olhos esféricos que trouxe novas pistas sobre a evolução
Um corpo pequeno como uma moeda, patas achatadas como remos e enormes olhos esféricos são alguns dos traços que caracterizam o Callichimaera perplexa, uma espécie parente do caranguejo que viveu na Terra há 95 milhões de anos e cujos restos foram encontrados na região da Colômbia e dos Estados Unidos.
De acordo com um recente trabalho publicado na revista Science Advances, esses traços, próprios das larvas, foram conservados nos adultos por meio de mudanças sofridas pela espécie ao longo do tempo, em um processo evolutivo chamado de heterocronia. “A descoberta lança luz sobre como as formas foram evoluindo e como ficam tão diferentes ao longo do tempo”, disse Javier Luque, paleontólogo da Universidade de Yale que participou da pesquisa.
6. Um crocodilo que media 12,5 metros de comprimento
No mês passado, um jovem brasileiro de 11 anos encontrou o fóssil de um crocodilo gigante enterrado às margens do rio Acre, na Amazônia. “Estava pescando com o meu pai quando, de repente, pisei em algo que chamou a minha atenção. Cavei um pouco e na hora em que eu o vi pensei que era um dinossauro”, contou o rapaz.
O que ele encontrou foi uma peça completa da mandíbula de um Purussaurus, um dos maiores crocodilos que já habitaram a Terra. Ele vivia na América do Sul há 13 milhões de anos, media 12,5 metros e tinha 8,4 toneladas. Sua mordida era muito forte e ele tinha uma alimentação bastante variada.
7. Um réptil voador com longas presas
Os pterossauros são conhecidos como os primeiros vertebrados a conquistarem o ar graças às suas asas formadas por uma membrana. No final do ano passado, um grupo de paleontólogos da Universidade de Portsmouth, na Inglaterra, descobriu o fóssil de uma nova espécie que, diferente das espécies já conhecidas, tinha enormes dentes em forma de presas de até 26 milímetros de comprimento.
Ele foi chamado de Klobiodon rochei, nome que significa “dente de jaula”. “Suas grandes presas se juntavam para formar uma jaula da qual poucos podiam escapar”, disse Michael O’Sullivan, membro da equipe que participou do descobrimento desse animal que viveu na Terra há 167 milhões de anos.
8. Um cachorro que atacava a presa e era do tamanho de um urso
A maior espécie de cachorro da história é chamada de Epicyon haydeni. Esse cachorro viveu há mais ou menos 16 milhões de anos, podia chegar ao tamanho de um urso polar, pesava 170 kg e, segundo um estudo recente publicado na revista Nature, atacava as suas presas como fazem, hoje em dia, as raposas e os coiotes.
Os cientistas chegaram a essa conclusão após estudarem em detalhes os crânios dessa e de outras espécies. Após fazerem um modelo no computador, eles descobriram que o ouvido interno dos animais pré-históricos, um órgão que controla o equilíbrio e a audição, permitia que eles criassem armadilhas na hora de caçar as suas presas.
Bônus: o vídeo de um tubarão “pré-histórico” que ainda mora nas profundezas do oceano
O Hexanchus griseus é a espécie de tubarão mais antiga do mundo. Ele está nas profundezas do oceano desde antes da maioria dos dinossauros e sobreviveu à extinção do Permiano-Triássico. No mês passado, uma missão da OceanX, uma empresa que explora os oceanos, conseguiu registrar um vídeo incrível do tubarão.
“Foi como ver um Tyrannosaurus rex na água”, disse Gavin Naylor, do Museu de História Natural da Flórida, encarregado de patrocinar a expedição.
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