7 Mitos sobre a memória em que muitos, equivocadamente, acreditam
Você tem uma memória boa e confiança em todas as suas recordações? Mesmo se respondeu “sim” sem piscar, depois de terminar de ler este post provavelmente você não será tão categórico. Nossa memória é mais astuta do que pensamos.
O Incrível.club compilou para você 7 mitos comuns sobre a natureza de nossas memórias, e propõe refutá-los sem misericórdia.
Mito N° 1. Nossas lembranças são bastante exatas
Pode parecer surpreendente, mas seria mais correto dizer quão imprecisas são nossas memórias. Nós nos lembramos da maioria das coisas mais ou menos, muitas vezes, independentemente do grau de relevância.
Em 1986, a explosão do ônibus espacial americano “Challenger” se tornou um acontecimento muito debatido. No dia seguinte à tragédia, os pesquisadores entrevistaram cem estudantes, pedindo-lhes que respondessem onde estavam no momento em que ouviram as notícias. Dois anos e meio depois, uma parte dos mesmos alunos foi entrevistada novamente, e a coincidência nas respostas nem chegou à metade.
Paralelamente à precisão, os cientistas também notaram o grau de confiança dos alunos em suas memórias. Seus indicadores ficaram em torno de 90%. Ou seja, mesmo que você garanta a confiabilidade de suas memórias, isso não garante sua precisão. Isso assusta um pouco, não é?
Mito N° 2. As lembranças não mudam
Na verdade, nossa memória se distingue pela sua impressionante flexibilidade. Então, os neurocientistas chegaram à conclusão de que as memórias às quais retornamos repetidas vezes estão mais sujeitas a mudanças do que as que não usamos muito.
Toda vez que falamos de algum acontecimento significativo, como, por exemplo, o experimento anterior, vivenciamos novos tons de emoção, que facilmente afetam (e, o que é mais importante, imperceptivelmente) nossa atitude em relação ao evento e, consequentemente, sua memória
Mito N° 3. Esquecer é um processo gradual
Parece lógico: as memórias desaparecem com o tempo, e os acontecimentos do ano passado são muito mais embaçados na memória do que os da semana passada. É assim que comumente associamos lacunas na memória ao envelhecimento. Tudo isso é verdade apenas para a memória a longo prazo.
No entanto, vários estudos mostraram que a maioria das informações e conhecimentos que recebemos diariamente é registrada pela nossa memória de trabalho, ou de curta duração, e desaparece instantaneamente, num piscar de olhos. E você provavelmente sabe o quão bem isso funciona quando é apresentado a uma pessoa e imediatamente esquece o seu nome, ou quando lhe perguntam se você entendeu tudo.
Mito N° 4. As lembranças reprimidas são algo comum
Nos filmes, memórias reprimidas que retornam à superfície da mente são um fenômeno psicológico desagradável, mas bastante comum. Os verdadeiros psicólogos não são tão categóricos quanto a isso. A prática mostra que se uma pessoa teve uma experiência traumática na infância, a probabilidade de seu esquecimento é extremamente pequena.
Mito N° 5. Não existem as lembranças falsas
Definitivamente você se acha uma feliz exceção e que 100% das suas memórias são verdadeiras? Você nunca esteve tão errado. Ao contrário das cenas de filmes complexos, na vida não há necessidade de implementar falsas memórias ou fazer esforços significativos para mantê-las.
Um estudo publicado nos Anais da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos (PNAS), em 2013, descobriu que muitas pessoas são propensas a ter falsas memórias, e quanto melhor sua memória autobiográfica, mais detalhes fictícios haverá. Para “despertar” falsas memórias, basta fazer as perguntas certas.
Isso foi demonstrado durante um experimento em que voluntários com diferentes níveis de memória autobiográfica assistiram a uma notícia em que jornalistas contavam sobre um acidente de avião.
A maioria dos participantes do experimento confirmou que eles tinham ouvido falar sobre essa tragédia. Na realidade, porém, esse acidente nunca existiu, e as notícias foram filmadas especificamente para esse experimento.
Mito N° 6. Algumas pessoas possuem memória fotográfica
Muitos estudos mostraram que esse conceito simplesmente não existe. 15% das crianças têm o que é chamado de memória visual, ou seja, conseguem lembrar uma imagem muito precisa de algo em poucos minutos. No entanto, com a idade, essa capacidade é perdida e, entre os adultos, apenas uma pequena porcentagem desenvolveu a memória visual.
Mito N° 7. Nossa memória é uma lista que se completa infinitamente
Em geral, a capacidade de esquecer as informações anteriores nos dá a oportunidade de estudar e memorizar melhor a nova. Essa foi a conclusão a que chegaram os pesquisadores da Universidade de Illinois, em Chicago, que disseram que os participantes de sua experiência memorizaram mais facilmente a lista de palavras do que na segunda parte do estudo, quando lhes foi pedido para esquecer metade delas.
Esse tipo de “atualização” da memória permite uma melhor concentração na assimilação e no trabalho posterior com as coisas que são importantes no momento.
Sua memória já lhe surpreendeu? Encontre pessoas de ideias afins nos comentários do post.