7 Grandes nomes da arte mundial e seus outros lados pouco conhecidos (e até obscuros)

Arte
há 3 anos

Alexander Pushkin, um dos maiores poetas russos de todos os tempos, uma vez escreveu: “Genialidade e perversidade — duas coisas incompatíveis”. No entanto, muitos discordam e estão dispostos até a provar que esse grande escritor estava errado. Se considerarmos os grandes artistas protagonistas deste post, certamente Pushkin cometeu um equívoco em sua afirmação. Por exemplo, você sabia que todas as garotas de Moscou evitavam e até tinham medo de Isaak Levitan, um dos maiores pintores da história, e que o também pintor Caravaggio não fugia de uma briga? Grandes amestres da pintura e seus lados obscuros e pouco conhecidos são o tema deste post.

Nós, do Incrível.club, estudamos as biografias de alguns dos maiores nomes das artes e estamos prontos para compartilhar com você os fatos mais controversos sobre suas vidas. Acompanhe!

1. Salvador Dalí

Dalí, considerado por muitos o rei da excentricidade, sempre soube como atrair as atenções para si. Ele já deu aulas vestindo uma roupa de mergulho, passeou com um tamanduá, e prometeu enterrar seu corpo sob o chão de seu teatro-museu. A principal paixão de sua vida era sua esposa e musa Gala (Elena Diakonova). Dalí uma vez escreveu: “Eu amo Gala mais do que amo minha mãe, meu pai, mais do que Picasso e até mais do que dinheiro”.

Os contemporâneos de Dalí afirmavam que ele causava a impressão de ser uma pessoa impecável e moderna. O pintor rompeu suas relações com a família, pois seus pais não aprovavam sua paixão e consideravam Gala uma mulher de sentimentos corriqueiros. O conflito com sua família chegou a tal nível que o pai de Dalí retirou o nome do pintor de seu testamento. E como protesto, o gênio da pintura raspou a cabeça e enterrou seus cabelos na praia.

Em 1980, Dalí foi diagnosticado com a doença de Parkinson. O pintor passou a agredir Gala com frequência. Ele gritava com ela, jogava objetos nela, levantava-lhe a mão e até chegou a quebrar 2 de suas costelas. Para acalmar seu marido, Gala lhe dava drogas psicotrópicas.

Após a morte da esposa, os amigos decidiram internar Dalí em uma clínica. Lá ele recusava-se a comer, tornou-se agressivo, cuspia nas enfermeiras e até tentou arranhar o rosto delas.

2. Claude Monet

O impressionista francês Claude Monet decidiu se tornar um artista contra a vontade de seu pai. Monet não gostava de estudar e durante as aulas preferia passar o tempo desenhando caricaturas nas margens de seu caderno. Esse entretenimento acabou por se tornar uma fonte de renda. Aos 15 anos, Monet começou a vender suas pinturas na feira de artes local e rapidamente se tornou uma celebridade. Dessa forma o jovem conseguiu juntar 2 000 francos, os quais investiu em seus estudos de arte.

Estrada para Giverny no inverno, pôr do sol, por Claude Monet

Como todos os gênios, Monet tinha sua própria dose de esquisitice. Ele quase não conseguia se manter com o que ganhava e vivia endividado. Quando os credores tentaram penhorar seus quadros, o pintor não conseguiu pensar em nada melhor do que queimar todo o trabalho.

Monet era um homem incrivelmente teimoso. Uma vez, em fevereiro, começou a desenhar uma paisagem na qual havia um velho carvalho, mas rapidamente decidiu abandonar a obra. Só em maio, decidiu retomar o trabalho. No entanto, ficou furioso — o carvalho já estava repleto de folhas verdes — primavera no hemisfério norte. Por um longo tempo ele não conseguiu resolver esse problema, até que tomou uma decisão. Passou alguns dias arrancando as folhas da árvore, até que ela retomasse a sua aparência anterior de inverno.

3. Vincent van Gogh

Todo mundo já conhece a história de como Van Gogh cortou a própria orelha. Após uma briga com Paul Gauguin, o mestre holandês cortou o lóbulo de sua orelha com uma navalha, o colocou em um envelope e o deu de presente a uma prostituta como lembrança. Seus amigos diziam que o pintor tinha surtos de agressão. Van Gogh conseguiu ainda estragar suas relações com a única pessoa que continuava próxima dele — seu irmão. O artista vivia em solidão, evitava as pessoas, abusava de hábitos pouco saudáveis e exagerava no consumo de álcool.

Mas apesar de seu caráter temperamental e solitário, Van Gogh amava a humanidade. Uma vez, escreveu para seu irmão: “Não há nada mais verdadeiramente artístico do que amar pessoas”. Ele trabalhava duro e por longos períodos e ainda tinha de tolerar o escárnio de todos ao seu redor. Muitas pessoas o evitavam, considerando-o excêntrico e esquisito.

4. Isaak Levitan

Amante da natureza russa, o pintor paisagista Isaak Levitan era um homem de propósitos. De família pobre, seu pai era um rabino que foi forçado a abandonar sua prática religiosa para poder alimentar de alguma forma a esposa e os filhos. Para pagar os estudos na escola de artes e ajudar os pais, Levitan teve de trabalhar muito. Ele pintava ilustrações sob encomenda e quadros para vender.

Maria Tchekhova, uma das paixões de Isaak Levitan

O jovem e belo Levitan não passava despercebido pelas mulheres, e o próprio pintor tinha fama de charmoso e apaixonado. Sua atração pelas damas rapidamente tornou-se assunto de fofocas. Levitan chegou a dar um tiro em si mesmo por causa de uma mulher. Também perseguiu suas amadas por toda a cidade de Moscou e até ajoelhou-se publicamente para agradar as damas, além de ter protagonizado cenas públicas de ciúmes. As mulheres tinham tanto medo de acabar sendo o alvo da atenção constante do pintor que tentavam evitá-lo. Até a irmã do famoso escritor russo Anton Tchekhov, Maria Tchekhova, acabou sendo alvo das paixões do artista.

5. Caravaggio

Os artistas da Renascença também não eram imunes às excentricidades. Caravaggio enlouqueceu toda a Itália com suas peripécias pouco ortodoxas. Fundador do realismo na arte, Michelangelo Merisi (esse era seu nome de batismo) foi um pintor inovador. Ele retratava as pessoas comuns que via nas multidões das ruas: meninos, ciganos e vendedores ambulantes. O artista tentava representar na imagem uma exatidão quase que documental, o que não agradava nem um pouco seus contemporâneos. Para retratar Lázaro em sua pintura A Ressureição de Lázaro, ele contratou algumas pessoas para cavar o túmulo de um jovem recém enterrado e segurar o seu corpo de determinada forma até que terminasse de desenhar os esboços.

Fragmento da pintura A Ressureição de Lázaro, de Caravaggio

Caravaggio era famoso por seu caráter temperamental. Certa vez, durante uma briga por causa de um jogo de cartas, bateu com tanta força em seu adversário que simplesmente o matou. Por conta disso, foi obrigado a fugir da Justiça por muito tempo. A segunda vítima do artista foi o jovem Ranuccio Tommasoni, que ficou gravemente ferido após uma briga com Caravaggio. O Papa Paulo V chegou até a oferecer um prêmio pela cabeça do pintor.

6. Paul Gauguin

Paul Gauguin foi um corretor de sucesso e um homem de família exemplar. Ele casou-se com a dinamarquesa Mette Sophie Gad, com a qual teve 4 filhos. No entanto, Gauguin não se dava muito bem com seu filho mais velho, Émile. E quando aconteceu a quebra da bolsa de Paris, sua família acabou ficando sem meios de pagar por moradia e alimentação.

A esposa de Paul Gauguin, Paura, segurando seu filho recém-nascido

Cansado da falta de dinheiro, Gauguin abandonou a família e foi viver no Panamá, mudando-se depois para o Taiti. Lá, acabou casando-se com a local Paura Tai. Enquanto o pintor já havia passado de seus 40 anos, Paura tinha apenas 14. Ela deu à luz duas crianças filhas do artista.

Uma das características mais marcantes da personalidade de Gauguin era a sua arrogância. O artista sempre estava certo de sua sabedoria superior. Pessoas próximas o consideravam narcisista. Talvez essa sua característica o tenha ajudado a não desanimar nos momentos de maior pobreza e nos quais esteve gravemente doente.

7. Ilya Repin

O pintor russo Ilya Repin era adepto do estilo de vida saudável. Ele preferia dormir ao ar livre e não consumia carne. Fora isso, buscava ajudar os pobres e necessitados, chegando até a salvar o renomado escritor Maiakovski da morte por inanição.

A avareza excessiva e frugalidade de Repin em relação a si mesmo chocavam todos. Ele acordava muito cedo para ir ao trabalho, pois pela manhã a passagem de bonde custava a metade do valor cobrado à tarde. E quando sua filha Vera precisou fazer uma terapia com massagem, o artista lhe sugeriu que memorizasse tudo que o massagista fizesse, para que depois ela pudesse reproduzir em si mesma em casa, sem que outras sessões fossem necessárias.

E nem em casa o artista se permitia ter alguns “mimos”. Salmão, chocolate, laranjas e diversos outros alimentos e guloseimas eram considerados um luxo excessivo que deveria ser evitado. Repin pedia que em sua mesa fossem servidos batatas cozidas, pepinos e sopa de lentilha. Por causa disso, os amigos do artista brincavam que ele comia sopa de feno no almoço.

Você conhecia esse outro lado desses grandes nomes da pintura? Acredita que esses comportamentos podem, de alguma forma, manchar a reputação de suas carreiras? Conte para a gente na seção de comentários.

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