6 Descobertas de adolescentes que comoveram o mundo nas feiras de ciências do Google e da Intel

Invenções
há 5 anos

Todos os anos, nos EUA, acontecem exposições científicas cujos participantes são crianças e adolescentes talentosos de todo o mundo: a Google Science Fair e a Intel ISEF. Esses jovens são capazes de deixar muitos cientistas de boca aberta e, mais do que isso: suas brilhantes descobertas poderão mudar a vida da humanidade em um futuro próximo.

Nós do Incrível.club ficamos impressionados com o sucesso destes gênios precoces e, com grande prazer, queremos compartilhar suas histórias inspiradoras.

1. Lauren Hodge:

Redução de carcinógenos nos alimentos

Lauren Hodge tinha apenas 13 anos quando leu algo no jornal sobre um processo judicial. Era uma ação contra uma rede de restaurantes que não avisava os clientes sobre o fato de que frango grelhado continha substâncias cancerígenas, embora, por lei, eles fossem obrigados a fazê-lo. Mais tarde, ela notou que as bordas do frango que sua mãe marinava com suco de limão adquiriam um tom claro, ou seja, um processo de desnaturalização ocorria. A garota teve a ideia de que marinar poderia influenciar a concentração de substâncias cancerígenas ao se preparar carne na grelha.

Lauren entrou em contato com alguns laboratórios e, depois de muitas tentativas, o laboratório da Pennsylvania State University permitiu que a garota de 13 anos se tornasse uma laboratorista. Ela temperou um frango em casa usando diferentes tipos de marinadas, depois preparou-o na grelha e o levou ao laboratório, respeitando todos os requisitos. Lá, pesquisou a quantidade de substâncias cancerígenas com a ajuda de equipamentos especiais. E aqui estão os resultados da
sua investigação:

  • o limão reduz em 98% a quantidade de substâncias cancerígenas no preparo de carne na grelha;
  • na água com sal e açúcar mascavo, esse número fica em 60%;
  • o azeite de oliva não reduz o nível de carcinógenos em quantidades estatisticamente significativas;
  • o molho de soja aumentou a concentração de substâncias carcinogênicas com maior frequência.

Por seu trabalho, Lauren Hodge recebeu o segundo lugar na Google Science Fair em 2011.

2. Jonah Kohn:

Sensores para as pessoas com
problemas de audição

Jonah Kohn tocava violão em um ambiente onde havia muitos músicos. Devido ao barulho, ele não podia ouvir a ressonância de sua própria guitarra. O garoto mordeu o braço de sua guitarra e fez uma descoberta: a vibração ia até seus dentes e era possível distinguir claramente o som. Assim, o jovem descobriu o fenômeno da condução nervosa do som e entendeu que poderia ajudar pessoas com problemas auditivos. Depois disso, criou seu próprio dispositivo, capaz de converter as ondas sonoras em vibrações e enviá-las a um sensor especial que é preso aos dedos.

Os testes realizados no dispositivo mostraram que as pessoas melhoraram em 95% a capacidade de perceber diferentes frequências e melodias. Jonah foi o vencedor da Google Science Fair de 2012.

3. Jack Andraka:

Teste para detecção precoce de câncer

Um homem saudável, amigo íntimo da família de Jack Andraka, tornou-se um esqueleto ambulante em apenas meio ano e morreu, devido a um câncer no pâncreas. Jack, de 14 anos, não conseguiu se conformar com a morte desse homem e decidiu procurar um método para lutar contra a doença. Ele não sabia por onde começar e... foi ao Google e à Wikipédia e descobriu que 85% dos pacientes com câncer de pâncreas são diagnosticados muito tarde, quando a probabilidade de sobrevivência é de apenas 2%. O método utilizado atualmente para o diagnóstico dessa doença foi inventado há 60 anos. “Ele consegue ser ainda mais velho que meu pai”, brinca o garoto. Além disso, tal análise não é confiável: cerca de 30% dos casos não são detectados. “O custo da análise é de 800 dólares, então o médico deve ter um conhecimento muito grande para realizar esse teste caro”, diz o rapaz.

Jack sonhava em inventar seu próprio teste. Ele achou uma lista na Internet de 8 mil tipos de proteínas que poderiam ser encontradas no câncer de pâncreas e iniciou sua pesquisa. O garoto procurava por proteínas que se destacassem em grandes quantidades desde os primeiros estágios da doença. E finalmente encontrou o que buscava: a mesotelina. Agora ele tinha que inventar um método acessível para identificá-la, algo que ninguém havia feito anteriormente.

“Fiz a descoberta no local menos provável: no intervalo da aula de biologia”, brinca Jack. Ao ler um artigo sobre um nanotubo de carbono e ouvir a aula sobre anticorpos, ele decidiu juntar esses dois conhecimentos em sua criação: integrar anticorpos à estrutura dos nanotubos e voilà. “Isso parecia tão simples quanto fazer biscoitos de chocolate. Bastava pegar um nanotubo, misturá-lo com as bactérias, mergulhar um bastão de papel e pronto: assim seria possível detectar o câncer. Foi assim que imaginei. Enviei esse método por e-mail a 200 laboratórios e recebi 199 rejeições. Ninguém respondeu algo como: ’Você é um gênio’, ’Você salvou o mundo’, como eu esperava”.

Apenas um laboratório respondeu positivamente ao pedido de Jack. Mas, na verdade, descobriu-se que o teste estava cheio de falhas. De maneira minuciosa e meticulosa, ele resolveu cada um dos problemas. E finalmente o teste estava pronto. Este método é 168 vezes mais rápido, 400 vezes mais preciso e 26 mil vezes mais barato que as tecnologias de diagnóstico existentes. Jack ganhou a Intel ISEF em 2012.

“Eu reconsiderei minha relação com a internet: aparentemente, ela não é útil apenas para fazer upload de selfies, é uma oportunidade verdadeira de influenciar o futuro da humanidade. Se um simples adolescente que nem sabia exatamente e o que era o pâncreas conseguiu fazer isso, imagine o que você poderia fazer”.

4. Eesha Khare:

Carga completa de dispositivos em
30 segundos

Os smartphones modernos fazem parte de nossas vidas, mas há um problema: eles ainda descarregam muito rápido. E algo ainda pior é que eles levam muito tempo para recarregar.

Eesha Khare, uma garota de 19 anos, não gostava muito dessa situação.

Sua mãe é bióloga e seu pai, engenheiro, mas eles não insistiram para que sua filha se envolvesse na ciência. Pelo contrário, fizeram todo o possível para promover seu desenvolvimento criativo, particularmente as aulas de dança. De acordo com Eesha, precisamente tal abordagem desempenhou um papel importante no fato de que ela poderia ver um problema já conhecido por um novo ângulo. A garota conseguiu inventar um supercapacitor que permite reduzir o processo de carregamento dos dispositivos para 30 segundos. Como consequência, ganhou 50 mil dólares e ficou em segundo lugar na exposição Intel ISEF em 2013.

O nível de trabalho de Eesha aos 19 anos corresponde ao realizado pelos doutores em ciências exatas. Agora seu principal projeto é combinar a capacidade de um acumulador e a carga rápida de que não apenas consiga carregar os celulares centenas de vezes mais rápido, mas também consuma menos energia e seja possível levá-lo conosco.

5. Erika Debenedictis:

Viagens ao espaço sem combustível

Erika tinha 14 anos quando viajou de ônibus pela Flórida com seus pais. Isso foi muito chato e eles propuseram entrar em um museu para ver uma cópia do “Saturno V”. “Estava muito quente e sufocante, a única coisa que eu esperava era que o local tivesse ar-condicionado”, diz Erika.

Erika ficou chocada com o tamanho do foguete. Depois de descobrir as verdadeiras dimensões destes dispositivos, seu interesse pelas viagens espaciais começou. Erika refletia como uma garotinha: “Se o universo é tão grande, é possivelmente ainda mais interessante”.

Um dos problemas importantes para as viagens espaciais é o combustível. Já parou para pensar quanto combustível os foguetes usam? A terceira versão do “Saturno V”, por exemplo, pesa 132 toneladas. Para voar para Marte e depois retornar, é necessário reabastecer. Para fornecer combustível de reabastecimento, é preciso usar outras espaçonaves com combustível. No final, usaremos combustível para fornecer combustível, para reabastecer com combustível.

Em seu projeto, Erika propõe uma rede de trânsito interplanetário (Interplanetary Transit Network): em vez de apenas o envio de uma nave a partir do ponto “A” até o ponto “B”, pode-se pensar cuidadosamente sobre a rota que ela percorrerá. E permitir que a força da gravidade do Sistema Solar leve a nave para lá. Erika elaborou um resumo detalhado dos asteroides no cinturão de asteroides situado entre as órbitas de Marte e Júpiter — já se demonstrou que a força gravitacional de Júpiter é capaz de atrair e afastar objetos, mesmo tão grandes quanto o “Saturno V”.

No entanto, seu projeto tem uma desvantagem: transportar pessoas usando este método levaria uma eternidade. Em vez de alguns dias de voo, seriam necessários 5 anos. Porém, não se trata de uma causa perdida: com a sua ajuda, é possível fornecer combustível para reabastecer naves, enviando-o com antecedência.

Por seu conceito, Erika conquistou o primeiro lugar em física na conferência da ISEF em 2010.

6. Easton LaChappelle:

Prótese de mão 170 vezes mais barata

Easton vem de uma cidade com uma população de pouco mais de 1,3 milhão de pessoas. Ele estava no ensino médio quando conheceu uma menina de 7 anos cuja prótese biônica custava 80 mil dólares. “Deus, um movimento, abrir e fechar a palma. Um sensor, por tanto dinheiro? Quem pode se dar ao luxo de comprar isso?”.

“Eu realmente senti a possibilidade de mudar a indústria através da criação de uma prótese com um custo menor do que mil dólares”. Mas ele tinha 14 anos e nenhuma ideia sobre como começar a lidar com isso. “Usei pequenas hélices de aviões de brinquedo, anzóis e peças de LEGO... e criei uma prótese que poderia ler o movimento de uma luva na outra mão”.

Easton montou sua prótese em seu quarto. Mais tarde, usou projetos criados e oferecidos por fontes abertas, combinou-os com a tecnologia de modelos 3D do HP Sprout e criou uma variante aprimorada de sua prótese. Depois de terminar o ensino médio, Easton e seus amigos fundaram a empresa Unlimited Tomorrow, na qual as próteses são fabricadas. Além disso, eles colaboram com a NASA.

O custo médio de uma prótese é de 60 mil dólares. Easton criou uma com a mesma funcionalidade, mas a um custo de 350 dólares.

Atualmente, Easton tem 19 anos. Ele afirma: “Consegui realizar uma quantidade suficiente de descobertas nos últimos 5 anos. Eu poderia vendê-las, simplesmente não as compartilhar com ninguém ou posso desenvolver uma tecnologia que ajude outra pessoa que, por sua vez, a usará para desenvolver algo próprio. Assim, continuaremos juntos melhorando a vida das pessoas”. Seguindo essa afirmação, Easton continua a lucrar com suas invenções e fornece acesso gratuito a todo o seu software. “Uma pessoa sozinha não pode mudar o mundo; todos nós juntos podemos fazer isso”.

Qual dos adolescentes mais te surpreendeu com suas descobertas?

Comentários

Receber notificações
Sorte sua! Este tópico está vazio, o que significa que você poderá ser o primeiro a comentar. Vá em frente!

Artigos relacionados