6 Motivos pelos quais as pessoas estão parando de comprar roupas em lojas de rede (e não estamos falando dos preços)

Dicas
há 4 anos

Nos últimos 7 anos, as pessoas passaram a comprar menos roupas. Isso acarretou uma queda de cerca de 50% nos lucros para as grandes empresas e dezenas de milhares de lojas estão fechando e algumas até declararam falência. Os consumidores estão preferindo gastar mais em alimentos e cosméticos do que em peças de vestuário. Quem precisa de pilhas e pilhas das mesmas calças jeans e camisetas brancas?

Incrível.club tem tentado descobrir por que cada vez mais pessoas estão parando de comprar roupas nas grandes lojas de rede. E quais são as alternativas às grandes marcas.

Compras em massa

Só a gigante Zara produz anualmente 450 milhões de peças e desenvolve cerca de 40 mil novos modelos. Em média, o mundo produz cerca de 80 bilhões de novas peças de roupa anualmente.

No mundo de hoje, em que as pessoas se importam com a aparência, é importante se destacar na multidão. Maria Ruppert-Stroescu, professora da Escola de Design da Universidade de Washington, em St. Louis (EUA), avalia que a enorme produção em massa de roupas limita a individualidade: “As pessoas fazem compras espontâneas em massa e não pensam muito no que estão vestindo, com o que determinada peça pode combinar e o que fazer com essa quantidade exagerada de itens que possuem no guarda-roupa”.

Excesso de produção

Por conta da alta demanda de roupas, o próximo problema (esse muito maior) é a superprodução. O Greenpeace realizou um estudo e descobriu que só em Hong Kong 110 mil toneladas de têxteis são depositadas nos aterros sanitários anualmente, o que seria como dizer que os cidadãos da cidade jogam fora cerca de 1.400 blusas a cada minuto. Seriam necessários pelo menos 200 anos para reciclar essa quantidade de material. Outra questão ambiental seríssima: muitas das roupas são feitas a partir de fibras sintéticas, obtidas de fontes não renováveis e liberam microplásticos, prejudicando assim os ecossistemas.

Qualidade duvidosa

Visando a aumentar o poder de compra e reduzir os preços, os fabricantes utilizam tecidos e matérias-primas de baixa qualidade. As roupas deformam mais na costura, se desgastam mais rapidamente, os botões caem e a cor desaparece. Isso acontece porque, com o desenvolvimento do mercado de “moda instantânea” (fast fashion) e as mudanças de tendências, as pessoas não veem mais as roupas como bens duráveis. Na verdade, elas tornam-se quase compras descartáveis para usar apenas uma vez.

Algumas pessoas afirmam que, devido ao baixo preço e à má qualidade das peças que compram, passam a ir mais às lojas. E ao olhar para a pilha de roupas sem uso no guarda-roupa, sentem-se frequentemente insatisfeitas.

Mão-de-obra barata

Desabamento do edifício Rana Plaza em Savar, Bangladesh

Outra forma de reduzir o custo na fabricação de roupas seria baratear a produção. Fábricas têxteis estão localizadas em países que oferecem mão-de-obra barata. Os principais são China, Índia, Camboja e Bangladesh. Os trabalhadores recebem cerca de 3 dólares por dia (R$ 13) e praticamente não têm proteção de leis trabalhistas. Muitas das grandes empresas não são proprietárias diretas das fábricas; ou seja, não têm qualquer responsabilidade pelo que acontece lá.

Em 24 de abril de 2014, o edifício Rana Plaza, que continha várias fábricas de vestuário, desabou em Savar, capital de Bangladesh. Os trabalhadores haviam se queixado repetidamente dos buracos nas paredes, mas a administração não lhes deu ouvidos. O acidente deixou 2.500 pessoas feridas e mais de mil mortos.

Tamanhos limitados

Com grandes volumes de produção, as empresas nem sempre têm a capacidade de verificar padrões e corrigir erros. E os próprios funcionários não estão interessados em saber se os parâmetros estão exatamente corretos.

O principal público-alvo das roupas de grandes redes em massa são mulheres de tamanhos P e M. É nelas que os fabricantes focam a produção. Dificilmente você encontrará roupas de tamanhos grandes ou pequenos demais, mas algumas marcas criam coleções especiais para tais consumidoras.

A altura média das mulheres europeias é de 1,65 m. Se você for mais alta ou baixa, pode se preparar para gastar mais, levando a peça a uma costureira para ajustar para o seu tipo de corpo.

Tendências estranhas

Depois de as grifes famosas exibirem suas coleções nas passarelas durante as semanas de moda, as marcas de mercado em massa copiam o design e colocam suas roupas à venda. Mas o que é visto na passarela pode ser bem diferente do efeito de tais roupas no dia a dia. As bolsas transparentes, por exemplo, que apareceram nas últimas temporadas, pareciam ótimas nas modelos, mas não necessariamente teriam o mesmo efeito em uma metrópole barulhenta e suja.

Buscando seguir as tendências mais “inovadoras”, as empresas se esquecem de produzir o que o cliente pode vestir imediatamente ao sair da loja, o conhecido estilo “ready to wear” (“pronto para usar”). Como resultado, há muita oferta, mas pouca opção para o cotidiano.

Quais as alternativas

  • Alfaiataria individual. Faça uma lista de roupas necessárias para o trabalho e o lazer e encontre uma boa costureira. Você não precisa encomendar um guarda-roupa inteiro, basta escolher apenas algumas peças mais recorrentes. Por exemplo, um terninho, um vestido de festa, uma saia lápis ou um casaco. Tais peças serão provavelmente mais caras, mas servirão em você perfeitamente e por um bom tempo.

  • Swap Party. As “Swap Parties”, ou “Festas para Troca”, são eventos onde as pessoas trocam roupas, se conhecem e conversam em um ambiente bastante descontraído. Você pode levar algumas roupas do seu guarda-roupa que esteja pronta para trocar (naturalmente, sem furos, manchas ou grandes deformações). Caso não ache nenhuma peça de que goste, pelo menos vai liberar espaço no seu armário.

  • Segunda mão. Nos últimos 10 anos, as vendas de roupas usadas duplicaram. As principais consumidoras de tais produtos são mulheres de 25-37 anos, que querem se vestir bem sem gastar muito. Muitas vezes, é possível encontrar peças bastante originais de marcas conhecidas e até mesmo roupas ainda com a etiqueta.

  • Roupas de designers locais. Se não quiser apoiar marcas gigantes, pesquise as roupas de jovens designers locais. Assim, você vai não só ajudar financeiramente os pequenos empreendedores, mas também modernizar o seu guarda-roupa e o seu estilo. Como regra geral, as peças são produzidas em pequenas quantidades e a qualidade é alta.

Onde você prefere comprar suas roupas? Tem algum segredo para encontrar o vestido perfeito? Comente com a gente!

Comentários

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Bem eu uso por muito tempo minuas roupas só troco em caso de estrema necessidadr ou seja quando elas começam a desbotar, a elaciar, a ficar com bolinhas, dai ou eu faço doações ou jogo fora, em geral eu faco doações.

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