6 Crenças do passado sobre gravidez que hoje dificilmente alguém levaria a sério

Mulher
há 1 ano

Na antiguidade, as crenças e tradições relacionadas à gravidez e ao parto eram frequentemente permeadas por mitos estranhos e sem base científica. Mesmo durante a Idade Média e até tempos mais recentes, essas ideias errôneas foram amplamente aceitas e seguidas por aqueles que viviam na época. Aqui, iremos explorar 6 dessas crenças, algumas mais bizarras que outras, e vamos descobrir como esses mitos ultrapassados influenciaram a maneira como a sociedade entende e lida com esses momentos únicos na vida das mulheres.

1. Passar banha de galinha no corpo da mulher poderia facilitar o parto

Durante a época medieval, havia uma escassez de informações detalhadas sobre o processo de parto. A falta de experiência prática dos médicos nessa área contribuíam para a limitada compreensão e documentação sobre o assunto. Ainda assim, alguns escritores médicos não ignoraram totalmente o tema, e desse modo, influenciaram na propagação de certos mitos.

Um deles é descrito pelo médico Aldobrandino de Siena no século XIII. Em um de seus textos, ele aconselhava que duas ou três semanas antes do parto a mãe se banhasse em água embebida em ervas e lubrificasse as pernas, coxas e região uterina com óleo de camomila e gordura de galinha, a fim de facilitar o parto.

2. As mulheres eram amarradas para que o bebê voltasse à posição correta

Na antiga Roma, quando os partos se tornavam mais complicados, devido ao bebê estar posicionado erradamente, as mulheres eram amarradas às escadas e sacudidas pelas parteiras para acelerar o trabalho de parto. Eles usavam as mãos como método para encorajar a abertura do útero ou tentar reposicionar a criança. Estas informações estão descritas em um dos quatro volumes sobre ginecologia, escrito pelo médico Sorano de Éfeso, que viveu no final do primeiro século d.C.

Nos dias de hoje, felizmente, existem pesquisas científicas que comprovam a eficácia e os benefícios da liberdade de movimento da mulher e da possibilidade de escolha de posições durante o processo de parto. “A liberdade de movimento é importante para facilitar o nascimento do bebê. É a melhor maneira de usar a gravidade para ajudar seu bebê a descer e aumentar o tamanho e a forma de sua pélvis. Ele permite que você responda à dor de maneira ativa e pode acelerar o processo de trabalho de parto”, escrevem Penny e Ruth Ancheta no livro O Progresso do Trabalho de Parto.

3. O espirro poderia ajudar na indução do parto

livro The Trotula: An English Translation of the Medieval Compendium of Women’s Medicine, um dos mais influentes sobre a saúde da mulher medieval, descreve que uma das formas de tratar uma mulher com dificuldades no trabalho de parto seria provocar “espirros com pó de incenso colocado nas narinas”. Eles acreditavam que o espirro auxiliava na indução do parto. No entanto, esta afirmação nunca foi provada cientificamente.

A ciência diz que os espirros durante a gravidez não representam risco para a mãe ou o bebê, no entanto, é necessário estar atento a gripes ou doenças mais graves, pois essas podem causar problemas mais significativos. Também as mamães quando espirram podem sentir uma dor ao redor da barriga, mas apesar do desconforto, não é perigosa — ocorre porque os ligamentos se esticam e se soltam durante a gravidez.

4. Ter azia é sinal de que o bebê será cabeludo

Existe uma crença folclórica comum na gravidez de que as mulheres que sofrem de muita azia dão à luz recém-nascidos com muito cabelo, mas será isso verdade? Primeiro, ter azia é extremamente comum durante a gravidez, pois os hormônios aumentam durante a gestação e causam relaxamento do músculo esfíncter do esôfago. Apesar de um estudo realizado em 2006, pela revista “Birth”, ter encontrado uma pequena correlação entre este dois, a verdade é que existem mais contrapontos que podem facilmente desmentir este fato.

O estudo incluiu apenas 64 mulheres, um número muito pequeno quando em comparação aos milhões de gestações que existem nos EUA, e as grávidas relataram diferentes níveis de azia, do mais “grave” ao mais “leve”. Dessa forma, é possível afirmar que a azia não está diretamente ligada ao fato do bebê ter pouco ou muito cabelo.

5. Você pode acelerar o trabalho de parto comendo abacaxi

Não há nada que comprove esse fato, tornando-o mais um mito. O abacaxi foi associado às mulheres grávidas, apenas porque contém bromelina, uma enzima frequentemente usada como amaciante de carne, ou seja, isso faria com que o tecido do colo do útero ’quebrasse’, amolecendo-o e assim estimulando o trabalho de parto.

Embora o abacaxi seja uma excelente fonte de nutrição, ele pode causar azia — algo que já é um problema para muitas mulheres grávidas. Nesse caso, será melhor sempre preferir outros métodos mais eficazes para induzir o parto. A Dra. Lakeisha Richardson, obstetra e ginecologista certificada pelo conselho, aconselha: “Uma das maneiras mais importantes de induzir o parto é permanecer ativa durante o terceiro trimestre. Quanto mais a mulher andar e ficar de pé, mais fácil será o trabalho de parto e maior a probabilidade de entrar em trabalho de parto espontâneo.”

6. Pele bonita e radiante significa que terá um menino, acne e outros problemas de pele terá uma menina

história é a seguinte: se você tiver pele opaca ou acne durante a gravidez, terá uma menina, mas se sua pele estiver saudável e clara, terá um menino. Não parecem existir pesquisas científicas que comprovem esta teoria. O que se sabe é que há mulheres que relataram ter uma pele mais saudável quando grávidas de meninos, enquanto outras disseram o mesmo quando grávidas de meninas. Agora, uma coisa é certa: sua pele obviamente ficará diferente durante a gravidez, devido aos hormônios e outras mudanças internas em seu corpo, mas isso não tem nada a ver com o sexo do seu bebê.

As condições da mulher na Roma e Grécia Antigas diferem enormemente da atualidade. Aquilo que hoje consideramos como certezas era praticamente impensável naquela época. Essa discrepância não se limitava apenas aos direitos e liberdades, mas também se estendia às práticas e costumes do dia a dia, e nós nos aprofundamos nesse passado distante para desvendar esses fatos.

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