10+ Modelos que vêm redefinindo a beleza e rompendo estereótipos na moda

O psiquiatra americano Eric Berne (1910-1970) foi um dos maiores especialistas em relações inter pessoais da História. Seu livro “Os jogos da Vida” é um clássico do assunto. Berne descreve as formas como as pessoas ’jogam o jogo da vida’ no dia-dia e as formas mais comuns de manipulação.
Para uma demonstração compreensível, o autor coloca como exemplo um casal de ficção. Neste post, vamos tratar do assunto e mostrar as formas mais comuns de manipulação.
A mulher às vezes reclama de que não conseguiu muito na vida devido a um marido tirano. Ele a restringe de tudo, inclusive às aulas de dança. Entre as suas amigas existem várias mulheres que fazem dança. Mas, no fundo, a mulher que não pode frequentar as aulas tem pavor de dançar.
Jogar o “É tudo culpa sua”, é só uma maneira de justificar os próprios medos, a própria preguiça ou outras razões que não lhe permitem dançar ou fazer alguma outra coisa. Além disso, o sentimento de culpa que a mulher impõe ao seu marido permite que ela receba presentes e outras cortesias da parte dele.
Imagine que a mulher convide o marido para ir ao cinema e ele aceite. Começam a se vestir e em seguida ela, de repente, declara que não seria ruim fazer alguns reparos em casa. Surpreso, o marido responde abruptamente: “Não temos dinheiro! Trabalho de sol a sol, o que mais eu poderia fazer?”
A mulher se ofende e diz ao marido que ele deveria ir ao cinema sozinho, já que ele está de mal humor. E ele vai sozinho. Talvez nem vá ao cinema, e sim vá à um barzinho com seus amigos, por exemplo. E a mulher continua em um beco sem saída que ela mesma escolheu. Mas existe mais uma carta na manga: a oportunidade de culpar o marido por tê-la deixado sozinha.
O que se pode fazer? Os dois podem parar esse jogo. É mais fácil para a mulher, porque ela sabe que o mal humor do marido é uma reação normal a uma declaração inoportuna. E ele jogar na cara que trabalha bastante é uma tentativa de chamar a atenção. Tudo o que ela deveria fazer seria aceitar que ele está trabalhando muito e adiar essa conversa até que houvesse um momento mais adequado.
O marido também pode parar tudo isso. Ele sabe que a ofensa da sua esposa não deve ser levada a sério. Ela, na realidade, quer que seu marido a agrade e lhe peça que não se ofenda. Ele deveria fazer o jogo e logo os dois deveriam ir bastante contentes ao cinema.
Esse jogo às vezes se joga em público. O marido conta uma história ou simplesmente diz uma frase que deixa a sua esposa em maus lençóis, mas no final ele diz: “Não é mesmo, querida?” E, quanto mais ofensiva é a história, mas sarcasticamente soa a palavra “querida” no final.
Como resultado, o objetivo é alcançado: a esposa fica irritadíssima, mas a última frase soa doce aos olhos dos outros e não perite a ela manda-lo para aquele lugar diante de todos. A mulher começa a ficar brava, mas não tem razões objetivas para fazê-lo. Porque, visto de fora, seu marido é um amor e isso também está contra ela.
O marido está consertando algo quebrado em casa — pintando um encanamento no banheiro, por exemplo. Nesse momento a esposa aparece com a pergunta: “Você me ama?” Ou talvez com outras perguntas mais cotidianas como: “Você já vem almoçar?”, “Vamos passear?” Distraído pela sua esposa, deixa cair a lata de tinta sobre sua perna e com a frase “Olha só o que eu fiz por sua culpa” um verdadeiro escândalo tem início.
O marido quer o divórcio mas não quer ser ele a pessoa a tomar iniciativa. Sua esposa vê que algo não anda bem e convida o esposo para uma terapia de casal. Ele aceita, mas começa a comportar-se de maneira ainda pior, tentando demonstrar dessa maneira que a terapia não funciona. Finalmente, a esposa se cansa e pede o divórcio. O homem se regozija. Conseguiu o seu objetivo, mas ele não tem a culpa, porque não queria o divórcio e inclusive tentou evitá-lo.
Outro exemplo popular desse jogo é a situação em que um dos cônjuges não trabalha porque tem preguiça. Jamais diria em voz alta as verdadeiras razões de estar sem trabalho, mas habitualmente acaba criando uma aparência de que está procurando emprego. Isto lhe permite responder a qualquer censura com raiva: “Você percebe o quanto eu tenho tentado?”. Depois disso, o desejo de tocar no assunto desaparece por muito tempo e o outro fica com um sentimento de culpa, porque acaba por perceber que o cônjuge realmente está tentando.
Eric Berne diz que a primeira situação ("É tudo culpa sua) é a mais comum para a maioria dos casais. Você concorda ou os outros exemplos são tão comuns quanto este?