4 Erros que as mulheres cometem quando se esforçam demais para se tornarem mães ideais

Psicologia
há 3 anos

A verdade é que quase toda mãe quer o melhor para sua criança e, por isso, é natural que ela tente fazer tudo “correto e bem”. Principalmente com o primeiro bebê. Muitas vezes, porém, o desfecho inevitável é que essa mulher se perde nas tentativas de fazer tudo perfeitamente. Marina Melia — professora de psicologia e autora de um best-seller sobre psicologia do sucesso e responsabilidade parental — sabe em primeira mão os obstáculos da maternidade. Ao olhar para a foto dela (abaixo), fica difícil acreditar que ela tem 72 anos, é mãe de uma filha de 35, e de filhos de 44 e 48. No próximo ano, Marina celebrará 40 anos de casamento com seu marido.

Nós, do Incrível.club, ficamos impressionados com essa família feliz, forte e harmoniosa e, por isso, quisemos saber as dicas dessa profissional competente sobre questões tão fundamentais. Confira!

Erro № 1: buscar a perfeição

Não tente ser perfeita. Seja boa o suficiente, fiel consigo mesma e à sua linha de conduta. O pediatra e psicanalista infantil britânico Donald Woods Winnicott tem uma teoria sobre a “mãe boa o suficiente”. Qual é a diferença entre uma “mãe boa o suficiente” e uma ideal?

  • A “mãe boa o suficiente” está atenta aos desejos do filho, tenta fazer o que pode para ele se sentir bem e sabe o que ele precisa em determinado momento. Com bebês, é necessário cuidado moderado — nem muito, nem pouco. Cada criança precisa de uma dedicação de acordo com suas necessidades específicas, independentemente do que dizem os melhores livros sobre educação.
  • A “mãe boa o suficiente” não busca atender às necessidades da criança imediatamente e sob quaisquer circunstâncias e não tenta agradar o filho a todo momento. Tais mães não “servem” os filhos, mas os amam e conversam com eles, sem esquecerem de si mesmas, de suas próprias vontades e ambições e dos outros membros da família. Ela é capaz de diminuir o grau de apego, permite pausas entre o choro do bebê e a própria reação — sabendo que isso será importante para o melhor desenvolvimento da criança.

Quando não se tenta ser a mãe exemplar e apenas se aceita a ideia da “mãe boa o suficiente”, os níveis de estresse diminuem e há uma maior sensação de liberdade.

Erro № 2: focar apenas na criança e negligenciar a própria vida

Sou ciclista, pentacampeã de competições nacionais e uma atleta de nível internacional. Por isso, quando meu primeiro filho nasceu, eu o levei comigo aos eventos esportivos. Quando veio o segundo, eu terminava minha dissertação da faculdade, e, depois, levava os dois para o trabalho. Nunca deixei de fazer minhas atividades, pois sempre tive a certeza: o importante é que minhas crianças tenham em casa um modelo de sucesso na vida.

  • Dedique-se inteiramente ao seu filho somente no primeiro ano de vida dele. Essa é a época em que tudo é formado: habilidades intelectuais, resiliência, capacidade de comunicação. É esse o momento em que você precisa ser uma mãe amorosa e sensível para que seu pequeno se desenvolva e ganhe confiança no mundo novo à sua volta. No primeiro ano, podemos dar à criança uma reserva de força para a vida.
  • Encontre uma forma de seguir seus sonhos. Crianças precisam de mães que possam admirar e se inspirar — não uma pessoa que vive reclamando, infeliz, sem qualquer perspectiva de carreira e que não cuida de si mesma. Uma mulher bem-sucedida, interessante e preocupada com o próprio bem-estar encontrará uma melhor forma de se comunicar com seus filhos. Escutamos com frequência: “Crianças modernas não precisam de figuras de autoridade”. Isso não é bem verdade. Eventualmente, elas crescerão e sentirão a necessidade de se espelhar em alguma imagem, de seguir algum exemplo, de ter alguém para pedir conselhos quando não souberem como agir.

Erro № 3: tentar dar conta de tudo em um dia só

Hoje, muitas mães precisam atender a diversas exigências: ter um emprego decente, acompanhar as últimas tendências culturais, socializar com os amigos, manter a forma, ter hobbies. Isto é, precisam estar “antenadas”. Ademais, têm de ser boas mães. Na tentativa de fazer o máximo e imediatamente, é muito fácil se esgotar, visto que é impossível dar conta de absolutamente tudo. A partir daí surgem os sentimentos constantes de culpa, fadiga, irritação. Como amar plenamente uma criança se não há tempo nem forças para tal? Ame seu filho de maneira eficiente. Não importa a quantidade de horas que se passa com ele, mas a qualidade dessa interação.

  • Não há necessidade de cuidados excessivos. A preocupação parental deve ser direcionada para que a criança aprenda a cuidar de si mesma: arrumar a mochila, passar o uniforme do colégio, cozinhar algo simples. Assim, formam-se pessoas confiantes e independentes, e não infantis. O importante é não passar cada minuto com o filho, mas dedicar certo tempo a ele — e fazê-lo compreender que esse momento será somente dele. O tempo restante deve ser gasto com as próprias tarefas, educação, trabalho e interesses.

  • Responsabilidade, sim. Superproteção, não. Algumas mães sentem a necessidade de andar com o filho para todos os lados, o que pode deixar a criança bastante desconfortável. É essencial encontrar um meio-termo: ora segurar a mão, ora soltá-la, caso a situação permita.

  • Respeite seus filhos. Não grite, não humilhe, converse calmamente e de igual para igual — buscando não impor a sua opinião e manipular a criança, mas almejando uma saudável e equilibrada cooperação.

  • Confie mais. Muitos pais querem saber tudo dos filhos: leem as conversas pessoais com os amigos e escutam seus telefonemas, e depois ficam horrorizados com o conteúdo e estilo da linguagem usada. Minha primeira pergunta para tais pais é: “Por que se meteram nisso?” Eles precisam saber apenas o que é realmente relevante — a criança está bem ou mal e por quê. Devemos nos aprofundar nos problemas quando necessário, mas não tentar controlar cada passo dado. Somente assim haverá mais tempo para os pais cuidarem de si mesmos.

Portanto, para amar os filhos quando não há tempo ou forças, basta seguir quatro regras básicas. Todas elas estão inter-relacionadas: responsabilidade implica cuidado e respeito — o que, por sua vez, implica conhecimento.

Erro № 4: dedicar sua vida inteiramente às crianças

Você não deve, jamais, sacrificar sua vida por ninguém — nem pelo seu marido, nem pelos seus filhos. Isso não é ruim apenas para você, mas também para a pessoa a quem está dedicando toda a sua vida. Essencialmente, o indivíduo carregará um fardo impossível sobre os ombros. Não seria justo com você, tampouco com a sua própria família.

  • Viva a sua vida. Desse modo, as crianças poderão ter você como exemplo a seguir e buscarão percorrer um caminho similar. Esse é o melhor método educativo.
  • Não exija gratidão. Não repreenda seus filhos por você ter abandonado muitas coisas por eles. A frase “Eu fiz muitos sacrifícios por você” pode ser abandonada.

Uma mãe feliz e calma pode dar aos filhos o que eles mais precisam, especialmente nos primeiros meses de vida: paz, sensação de segurança, proximidade, atenção e amor. E a perfeição? Bom, não podemos esquecer que o ideal é sempre inalcançável.

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A minha mãe mete a porrada na minha cara se eu responder ela mal!!

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