16 Padrões de beleza ao redor do mundo que desafiam a nossa percepção
Os padrões de beleza podem variar de acordo com as diferentes partes do mundo. Entretanto, de acordo com pesquisas, muitos dos padrões ocidentais são universalmente aceitos.
Durante séculos, tanto homens quanto mulheres foram obrigados a seguir determinadas regras para fazer parte da sociedade. Para verificar alguns padrões e práticas de beleza de todo o mundo, decidimos fazer um passeio pela história. Algumas dessas práticas e padrões ainda estão sendo seguidos, mas isso nem sempre significa que não sejam dolorosos ou desagradáveis.
1. A tribo Kayan, da Tailândia, tem a tradição de alongar o pescoço
Os pescoços longos simbolizam feminilidade na tribo Kayan. Há diferentes raízes para essa tradição, e muitos acreditam que, nos primórdios, protegia as mulheres da escravidão. Entretanto, algumas pessoas dizem que, com seus pescoços longos, as mulheres se assemelham a dragões, que são figuras importantes no folclore local.
As meninas começam a usar espirais de latão aos 5 anos e, com o passar do tempo, adquirem mais e mais anéis que alongam o pescoço.
2. A testa alta já foi considerada um sinal de beleza
No final do século 14, a Rainha Elizabeth, da Baviera, segundo historiadores, estabeleceu a tendência de testas altas e pescoços longos e finos. Para seguir os padrões de beleza, as mulheres raspavam os cabelos da testa, da nuca e até mesmo removiam as sobrancelhas. Os cílios também sofriam: às vezes eram completamente removidos em nome da beleza, não apenas da pálpebra superior, mas também da inferior.
3. No Japão, ter dentes pretos significava beleza, que você era respeitada, madura e leal
Vestígios de dentes enegrecidos podem ser vistos em ossos enterrados no Japão durante o período Kofun (250 a 538 d.C.), entre os séculos 3 e 6. Ao longo da história, essa prática, chamada ohaguro no Japão, teve vários significados diferentes, dependendo da época e do local em que foi usada. Por exemplo, em alguns casos, servia para mostrar que a mulher havia atingido a maioridade; em outros, para indicar que ela era casada ou para simbolizar a fidelidade. Acreditava-se também que era uma forma de prevenir a cárie dentária. Embora alguns historiadores afirmem que a pintura dos dentes era uma forma de fazer com que as mulheres casadas não parecessem atraentes, muitos estudiosos discordam dessa teoria.
A tinta ou corante, chamada kanemizu, era preparada com limalha de ferro diluída em vinagre, à qual se adicionava fel ou chá em pó. No final do século 19, o governo japonês proibiu a prática do ohaguro e, atualmente, só é usado em peças de teatro, filmes e alguns eventos tradicionais. Entretanto, essa tradição continua popular e ainda é praticada em algumas partes da Ásia, inclusive na Índia, e também na Oceania.
4. Giz moído e vinagre eram usados para dar brilho à pele
Um grande aumento nos produtos de beleza começou nos séculos 17 e 18. Nessa época, todos usavam maquiagem: mulheres, homens e até crianças. A pele branca e macia era o símbolo da aristocracia e da beleza. Para obter esse efeito, as pessoas da moda usavam diferentes cremes.
Muitas vezes, continham substâncias químicas potencialmente perigosas. Também eram feitos de coisas inócuas, como giz moído, pó, claras de ovos e vinagre. Essa mistura fazia a pele parecer macia e brilhante. O único problema é que as pessoas não podiam sorrir ou rir, caso contrário o rosto ficaria rachado.
5. As pessoas usam bandagens no nariz como sinal de cirurgia nasal no Irã
Devido à enorme popularidade da rinoplastia, o Irã foi apelidado da “capital mundial da plástica de nariz”. A explicação por trás disso é que as mulheres cobrem principalmente seus corpos e cabeças e, por isso, são apaixonadas por sua beleza facial.
A fita nasal usada após a cirurgia tem até um nome especial: “bandagem de honra”. As mulheres não tentam escondê-la, mas a exibem com orgulho como sinal de sua rinoplastia recente. Algumas delas continuam usando bandagens muito tempo depois de suas cirurgias como um símbolo de riqueza, para mostrar que podem pagar por esse tipo de operação.
6. As chinesas costumavam usar unhas extremamente longas
Na China, as unhas compridas estiveram na moda por vários séculos e o motivo era bastante incomum: essas unhas eram um sinal de que a pessoa não precisava fazer nada com as mãos, pois podia pagar por empregados.
Durante a dinastia Qing, que governou o país por quase três séculos (antes do início do século 20), essa tendência estava no auge. Não era muito confortável, por isso só tinham unhas longas nos dedos anelar e mindinho. Para não quebrá-las, usavam “estojos” especiais feitos de metais preciosos.
7. As enormes perucas, fixadas com banha de porco, eram um acessório muito elegante no século 18
Na corte francesa do século 18, houve uma época em que, para parecerem elegantes, as moças tinham de usar perucas monumentais. Elas as decoravam com todos os tipos de flores, joias, fitas e até pássaros empalhados. Essa era a ideia de beleza daquela época. A imagem da Princesse de Lamballe (acima), amiga e confidente da rainha consorte Maria Antonieta, nos mostra um bom exemplo de como era essa tendência.
Essas perucas eram obras-primas de profissionais habilidosos que prendiam o cabelo falso ao cabelo verdadeiro usando banha de porco. Como as mulheres costumavam passar muito tempo com suas perucas, era comum que atraíssem ratos e outros animais, especialmente quando estavam dormindo. Daí a origem da expressão “seu cabelo parece um ninho de rato”.
8. As sobrancelhas eram tingidas com fuligem ou raspadas
Há 4 séculos, as sobrancelhas escuras em formato de meia-lua perfeita estavam na moda. No centro, elas eram um pouco mais largas e ficavam mais finas perto das bordas. Para tornar a cor mais rica, elas eram tingidas com carvão, suco de sabugueiro e fuligem de lâmpadas a óleo. Os pelos extras eram arrancados. Algumas mulheres raspavam completamente as sobrancelhas e as desenhavam em seus rostos para serem consideradas belas. Elas também usavam peles para fazer sobrancelhas falsas, mas elas geralmente caíam.
9. A cintura fina era popular em diferentes épocas
Os protótipos dos espartilhos usados para fazer a cintura parecer mais fina surgiram na Idade do Bronze. Mas os europeus começaram a usá-los no século 15 ou 16, segundo diferentes especialistas.
O auge da tendência foi durante o reinado de Catherine de Médici: nesse período, os espartilhos podiam tirar até 25 centímetros da cintura, deixando-a linda, mas tinha um efeito terrível sobre os órgãos internos, afetando seu funcionamento e o fluxo sanguíneo em geral. Usar espartilhos regularmente e por longos períodos de tempo poderia até mesmo causar a deformação da caixa torácica.
10. Saias que “amarravam” as pernas e tornavam quase impossível andar no início do século 20
Amarrar e apertar: duas condições fundamentais para que as mulheres de antigamente se sentissem bonitas e elegantes ao usar uma saia. Talvez seja por isso que a saia hobble foi uma tendência de moda que prevaleceu entre 1908 e 1914. Essas saias pareciam uma espécie de tubo na parte inferior e obrigavam as mulheres a dar passos muito curtos para poderem andar. Na verdade, esse pode ser o motivo de seu nome.
O estilista francês Paul Poiret alegou ter criado essa estranha tendência da moda. Ele até afirmou ter sido o responsável por torná-la popular nos Estados Unidos. Em Nova York e Los Angeles, por exemplo, os bondes foram adaptados para que as mulheres pudessem entrar usando essas “saias de bebê”. No cartão postal acima, um homem pode ser visto rindo dessa peça de roupa e fazendo uma piada: “É uma saia com limite de velocidade.”
11. As chinesas usavam sobrancelhas multicoloridas
No que diz respeito ao rosto humano, as sobrancelhas provavelmente foram as que mais sofreram quando se trata de padrões de beleza. Por exemplo, na Grécia Antiga, a chamada sobrancelha única era um sinal de beleza e, se uma mulher não tivesse uma, ela usava um “implante” especial feito de pelo de cabra.
Mas as mulheres da China medieval foram ainda mais longe. Nos séculos 2 e 3, elas começaram a fazer sobrancelhas multicoloridas. Um dos imperadores daquela época ordenou que suas esposas tivessem sobrancelhas verde-azuladas. Para cumprir a ordem, as mulheres tinham de raspar as sobrancelhas e desenhar novas sobrancelhas usando tinta cara importada de outros países. Isso não era apenas para o prazer do imperador, mas também sua maneira de mostrar às outras pessoas o quanto ele era rico, pois somente pessoas muito ricas podiam comprar essa tinta.
Mas essa tendência não durou muito tempo e as sobrancelhas com aparência natural se tornaram populares novamente. O formato podia variar de longo e fino a curto e grosso.
12. As mulheres na Inglaterra tentavam parecer o mais pálidas possível no século 18
Ter a pele muito clara já foi considerado um sinal de beleza, e essa tendência teve seu auge na Inglaterra no século 18. Para deixar a pele o mais pálida possível, as mulheres usavam métodos bastante incomuns, como esterco seco de cavalo, por exemplo. Mas o método mais perigoso era o chumbo, usado para pintar o rosto. As maiores quantidades de chumbo estavam na tinta vermelha que era colocada nos lábios e nas bochechas para criar contraste. Além disso, as mulheres usavam lápis azul para desenhar veias em seus rostos para destacar sua palidez.
13. Há uma tradição de lixar os dentes na Indonésia
Para os habitantes de Bali, lixar os dentes, deixando-os pontudos, é um ritual tradicional. Esse procedimento é feito principalmente por adolescentes para “afastar os maus espíritos”. Os dentes lixados na Indonésia são um sinal de maturidade. Após esse procedimento, as adolescentes estão prontas para se casar.
Embora o processo de lixar os dentes não seja tão severo e não seja tão difundido como costumava ser, alguns balineses ainda o fazem, mesmo que morem longe de sua terra natal.
14. As unhas dos pés compridas são populares na Índia
Em 2015, Shridhar Chillal, da Índia, tornou-se a pessoa com as unhas mais longas em uma única mão já reconhecida pelo Guinness World Records. Entretanto, as mulheres indianas não se limitam às unhas compridas nas mãos, elas também cultivam unhas compridas nos pés. Ao contrário das tendências mundiais, unhas dos pés longas e coloridas são consideradas populares aqui.
15. O rosto em forma de coração é uma tendência na Coreia do Sul
Os países asiáticos têm suas próprias visões de beleza. A Coreia do Sul tem o maior número de procedimentos cosméticos do mundo per capita. O contorno facial está no top 3 da lista das cirurgias plásticas mais populares na Coreia do Sul. Apesar dos possíveis riscos, as mulheres podem se submeter à redução das maçãs do rosto, à linha em V e à correção da mandíbula para tentar obter um rosto em formato de coração.
16. “Yaeba” ou dentes tortos estão na moda no Japão
Enquanto as pessoas em outras partes do mundo gastam muito dinheiro para endireitar os dentes, considerando isso um sinal de beleza, a tendência oposta está acontecendo no Japão. Aqui, as mulheres pagam para deixar seus dentes encavalados. Essa tendência é chamada de yaeba ou “dente duplo”. Os dentistas fazem os “dentes tortos” colocando placas de plástico permanentes ou temporárias nos caninos superiores.
Esses dentes tortos fazem com que as mulheres pareçam mais jovens e, portanto, ter uma dentição irregular é um dos padrões de beleza para muitas meninas no Japão.
Cada período histórico tem (ou teve) seu próprio padrão de beleza. O que era considerado bonito e atraente ontem, hoje parece estranho e louco. A moda está sempre se reinventando. Confira neste artigo como os estilos e gostos mudaram ao longo das épocas.