13 Vezes em que os produtores deixaram passar imprecisões históricas no figurino de filmes e seriados de sucesso

Curiosidades
há 2 anos

Diferentes profissionais de diversas especialidades trabalham em conjunto para criar a imagem dos personagens de Hollywood. Enquanto uns desenham o figurino, outros os tiram do papel e um terceiro grupo ainda confere se as roupas e a aparência dos atores estão em conformidade com os padrões da época em que se passa o roteiro. Claro, nem sempre é possível evitar imprecisões. Mas, às vezes, os próprios produtores deixam passar algumas falhas no figurino em nome da beleza e da cenografia artística da produção.

Nós, do Incrível.club, analisamos alguns filmes e seriados de sucesso e encontramos 13 falhas no figurino para compartilhar com você. No bônus, ponderamos ainda algumas imprecisões recorrentes em filmes históricos estrelados por Keira Knightley. Confira!

Titanic

Os acontecimentos do longa se desenrolam durante a Era Eduardiana, ou seja, no início do século XX. Em uma das cenas, vemos como a mãe de Rose aperta firmemente o espartilho da filha. No entanto, a peça mostrada na produção não corresponde àquela época. O modelo usado por Kate Winslet cobre todo o seu busto e tem uma placa frontal curvada cobrindo a região. Contudo, no início do século passado, estava na moda manter o formato natural dos seios, logo, para acentuar a sua forma, as mulheres usavam espartilhos longos e com uma placa reta que ia até abaixo do busto.

Adoráveis Mulheres

É quase impossível imaginar mulheres da Era Vitoriana sem seus característicos chapéus e lenços. Contudo, na última adaptação cinematográfica do romance homônimo de Louisa May Alcott de 2019, os figurinistas negligenciaram descaradamente esses acessórios, substituindo-os por chapéus de palha ou deixando as personagens com os cabelos totalmente à mostra.

Elizabeth: A Era de Ouro

No longa Elizabeth: A Era de Ouro, Clive Owen, que interpreta Sir Walter Raleigh, literalmente não tira suas botas de couro de cano alto, até mesmo quando vai se encontrar com a rainha. No entanto, o verdadeiro Walter Raleigh dificilmente pensaria em vestir calçados de caça e cavalgada para ir em um encontro com a rainha. O guarda-roupa dos nobres do século XVI era muito mais variado do que estamos acostumados a ver no cinema. No mais, na maioria das vezes os cortesãos usavam sapatos de couro elegantes com meias longas.

Moulin Rouge — Amor em Vermelho

No musical Moulin Rouge — Amor em Vermelho, Nicole Kidman teve uma atuação, sem dúvidas, incomparável. Porém, infelizmente, quase nenhum de seus figurinos corresponde à realidade da época. O traje usado pelas dançarinas desse famoso cabaré parisiense, na verdade, era composto de uma saia cancan e calças pantalonas volumosas, geralmente brancas. E nas pernas, as atrizes usavam meias pretas justas, nada de meia arrastão ou meia-calça.

A Outra

Em quase todos os filmes relacionados à Idade Média, as personagens aparecem vestindo belos espartilhos com os ombros à mostra. E em A Outra não é uma exceção. A realidade, porém, era menos romântica do que no cinema. No século XVI, todas as damas nobres vestiam uma camisa por debaixo da roupa. Feitas de linho, algodão e, às vezes, de seda, essa peça íntima protegia as mulheres do frio e reduzia o atrito do espartilho apertado com a pele. No mais, lavar uma camisa de linho é muito mais fácil e simples do que roupas mais complexas e feitas de tecidos caros.

Bridgerton

No seriado Bridgerton, as personagens aparecem vestindo espartilhos diretamente sobre a pele. Em uma cena dá até para ver os machucados e arranhões nas costas de Daphne Bridgerton causados pelo uso frequente dessa peça desconfortável. Contudo, na vida real, isso não acontecia. No início do século XIX, assim como em outros períodos da história, o espartilho era usado por cima de uma camisa especial, a qual era considerada uma roupa íntima e era parte inseparável do guarda-roupa de todas as mulheres.

Grease — Nos Tempos da Brilhantina

Os acontecimentos do filme cult de sucesso Grease — Nos Tempos da Brilhantina se desenrolam em 1958. No entanto, em uma das cenas principais, Sandy aparece com um visual rebelde e com um penteado cacheado no estilo dos anos 70.

No mais, a calça legging preta brilhante da protagonista também não corresponde à época, sendo demasiadamente justa para os padrões daqueles anos, como também aparenta ter elastano em sua composição — e esse material só foi patenteado em 1959.

Enola Holmes

A maior parte do figurino usado por Enola Holmes foi feita com enorme precisão, porém, ainda assim, passaram algumas falhas. Os elementos de alguns trajes, como o corpete do vestido bordô e a saia do vestido rosa escuro, correspondem mais a década de 1870 do que a de 1880, durante a qual se passam os eventos do longa. Além da incoerência com a época, o corte do decote do vestido bordô destoa com os costumes do período: uma jovem dificilmente se arriscaria a sair com esse vestido na rua durante o dia.

Cruzada

Por mais ousado e corajoso que fosse o Balião interpretado por Orlando Bloom, ele dificilmente iria para o campo de batalha sem vestir o capacete da armadura.

Minha Bela Dama

O penteado mais popular no início do século XX (os acontecimentos do longa acontecem em 1912) era prender os cabelos formando cachos no estilo pompadour. Além de prático, esse penteado combinava com os chapéus de abas longas, bastante em moda naquela época. Por outro lado, o penteado usado por Audrey Hepburn no filme, apesar de parecer lindo na atriz, certamente não era popular na década de 1910.

Orgulho e Preconceito

Os eventos da adaptação cinematográfica, assim como no romance homônimo, acontecem nos anos de 1811 e 1812, quando os cachos naturais começaram a substituir a moda das perucas pomposas. As mulheres costumavam prender os cabelos formando um coque alto na parte de trás da cabeça, e o detalhe principal do penteado eram os cachos que pendiam justos nas laterais da testa e nas têmporas. Bem diferente do que vemos no longa, no qual Keira Knightley aparece com cabelos soltos, despenteados e com uma franja.

Emma

A Emma interpretada por Gwyneth Paltrow na adaptação cinematográfica de 1996 também apareceu sem nenhum acessório na cabeça. Ao longo do filme, a personagem aparece diversas vezes com a cabeça totalmente descoberta, o que era simplesmente incomum naquela época. Em 1810, segundo os costumes, toda mulher deveria ter pelo menos alguns chapéus e lenços para a cabeça, que as protegiam do sol e do mau tempo, além de serem também um indicativo de status social.

Bônus

Até o século XX, o corpo feminino com formas arredondadas era considerado o ideal de beleza. Essa tendência pode ser claramente observada nas obras de arte, especialmente nas telas de artistas famosos. Os grandes mestres da Renascença, os impressionistas e até os cubistas elogiavam as curvas nos corpos das mulheres. Portanto, as atrizes deveriam atender a essas características para interpretar as mulheres dos séculos XVIII–XIX.

Contudo, nos filmes históricos, quase sempre vemos representados os estandartes modernos de beleza através de atrizes com bochechas encovadas e maçãs do rosto expressivas. E um bom exemplo disso é a Keira Knightley — a atriz certamente está longe de atender aos padrões de beleza daqueles anos. Porém, precisamos ser justos: Keira é uma excelente atriz e suas atuações são capazes de penetrar na alma do telespectador.

Na sua opinião, imprecisões históricas em figurinos são um erro grave? Quais você já percebeu? Conte para a gente na seção de comentários.

Imagem de capa Bridgerton / Netflix

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