12 Relatos que demonstram o quanto ainda existem pessoas boas no mundo
O mundo em que vivemos é um lugar complexo. Em meio ao interminável fluxo de notícias sobre o preço do petróleo, protestos em vários países e reuniões entre chefes de Estado para discutir a economia global, acabamos deixando passar episódios de alegria e solidariedade que acontecem ao nosso redor.
Hoje, durante o almoço, percebi que um dos funcionários do local (um homem barbudo de uns 40 anos) assistia um episódio de Bob Esponja num tablet. Como ele não se encaixava na idade do público-alvo do desenho, acabei perguntando se ele gostava. Ele fez uma careta e respondeu: “Mais ou menos” e continuou assistindo com muita atenção. Ainda sem entender, perguntei: “Então por que está assistindo?” e sua resposta me deixou ainda mais confuso: “É para minha filha”. Descobri que o homem tinha uma filha de 7 anos. Cega de nascença. Por isso, ele assistia “Bob Esponja” e, todas as noites, contava o episódio para a menina, na forma de um conto de fadas. Ele já tinha visto “Masha e o Urso”, entre outros desenhos animados. Já tinha tentado os audiolivros, mas a menina gostava de ouvir as histórias contadas pelo pai. Nós o ouvimos, e alguns não conseguiram segurar as lágrimas. O chefe da empresa de mudanças, que estava junto conosco, é um homem alto e grisalho. Ele escondeu o rosto sob as mãos e passou uns 10 minutos nessa posição. Foi interessante observar a reação de todos os presentes. Ninguém ficou indiferente. Todos estavam profundamente comovidos. Privda/ pikabu
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Vivíamos numa localidade turística, perto da estação de trens. Naquela época, as senhoras idosas sentavam à porta de suas casas chamando os recém-chegados, oferecendo quartos. Minha vó fazia a mesma coisa, pois tinha dois quartos para alugar. Nossa casa ficava exatamente ao lado da estação. Bem, um dia ela viu uma família se aproximar: duas mulheres e três crianças pequenas. As mulheres tinham o rosto de quem havia chorado muito. A família simplesmente caminhava, sem perguntar nada a ninguém. Minha avó, amável e curiosa que era, perguntou ao grupo o que tinha acontecido. “Mas venham, entrem. As crianças devem estar com sede”. Ela descobriu que a família estava vindo de uma cidade distante e tinha sido roubada no trem. Por isso, caminhavam sem rumo. Resumindo, minha avó os recebeu, e eles passaram duas semanas morando conosco. Não tinham dinheiro, mas isso não era problema. Mais tarde, pagaram tudo. Mas minha avó nem esperava por isso. Ela preparava o café da manhã para as crianças, cozinhava massa e batatas para as mulheres (isso nos anos 80, uma época difícil para nossa família, nós dividíamos tudo que tínhamos). Obviamente, aquela família voltou muitas vezes a nossa casa, ano após anos, durante 20 verões. E essa história era sempre contada à mesa. Naquele verão, nos tornamos uma só família. porschik/ pikabu
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Muitas vezes vou a abrigos de idosos com roupas, coisas gostosas, cosméticos e ainda aproveito para tocar violão para eles. Uma senhora solitária me causou uma comoção particular: ela não via o filho há anos, e passou a se fechar em si mesma de tanta tristeza, sentindo que, naquele abrigo, tinha chegado à etapa final de sua vida. Para encurtar a história, eu a levei para minha casa! Moro sozinha em um apartamento de três cômodos, não tenho parentes. Cuido quando ela adoece e a levo para lojas e exposições. Aquela vovozinha parece ter voltado à vida. Ninguém me entende, mas a verdade é que já a considero como alguém da família. E quando conheço uma pessoa nova, digo que aquela senhora é minha avó.
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Tinha me atrasado no trabalho, não consegui almoçar e estava com uma fome monstra. Fui
para casa e, ao entrar no prédio, senti um delicioso aroma de comida caseira. Na minha casa
havia apenas meio pacote de macarrão instantâneo e um pedaço de pão. Fiquei muito triste,
lembrando das noites em família durante minha já distante infância, quando meu pai
preparava panquecas e eu ficava rondando a mesa tentando roubar algumas delas o quanto
antes. Entrei em casa e, antes mesmo que eu tirasse o casaco, alguém tocou na campainha.
Era minha vizinha, a dona Maria, com um prato de panquecas que tinham acabado de ser
preparadas. “Sei que agora você mora só, não tem ninguém que cozinhe. Pegue, coma”. Aquilo
me comoveu tanto que fui às lágrimas. Abracei e agradeci minha vizinha. E preciso dizer que
não tinha comido nada tão delicioso nos últimos 20 anos. DisneyKoenig/ pikabu
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Tenho um broche que não tem nada de especial, pode-se até dizer que é um broche bem
comum. Um dia, no metrô, uma senhora de uns 70 anos sentou-se ao me lado e pediu que eu
lhe vendesse o broche, me oferecendo dinheiro em troca. Eu recusei, mas ela me deu seu
número de telefone e pediu que eu pensasse melhor: se eu quisesse um valor maior, ela
poderia conseguir. Perguntei sobre o broche à minha avó, mas ela deu de ombros e disse que
tinha ganho de presente muito tempo atrás. Bateu a curiosidade e eu liguei para aquela
senhora. Foi quando descobri que aquele broche tinha sido de sua mãe, que vendeu a peça 60
anos antes diante da necessidade de alimentar a família. Ela me mostrou fotos antigas para
comprovar o que dizia. Eu simplesmente dei o broche a ela como um presente.
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Eu tinha 24 anos. Tinha brigado com meu marido e estava sentada num banco do parque, totalmente destruída. Foi quando ele se aproximou, sentou ao meu lado e se apresentou. Começamos a conversar, e ele sorria maravilhosamente. Depois, segurou minha mão, disse que eu era a mais linda, beijou minha mão e foi embora, junto com sua mãe. Obrigada, Daniel, de apenas três anos. Jamais te esquecerei.
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Uma senhora bondosa deixou que um homem em situação de rua entrasse em nosso prédio.
Ele estava bem na porta de entrada e cheirava muito mal. Conversei com ele e descobri que
ele sofreu um Acidente Vascular Cerebral. Depois disso, sua esposa e sua enteada, após
ganharem direito sobre os bens, venderam o apartamento onde moravam e se mudaram para
outro país. Dei a ele dinheiro para a viagem e para comida, as chaves de uma casa que eu tinha
fora da cidade e também algumas roupas. Agora tenho um caseiro muito responsável em
minha casa de campo. Ele mantém tudo limpo e organizado. O jardim e a horta estão lindos.
E ele ainda ganha um dinheiro extra ajudando os vizinhos. E eu agora só vou para a casa de campo para descansar.
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Nos anos 90, minha mãe, minha avó e eu vivíamos na pobreza. Minha mãe trabalhava num
hospital e, um dia, atendeu um homem que tinha chegado bem machucado. Ao receber
alta, ele começou a pedir dinheiro emprestado para todo mundo, com o intuito de conseguir
chegar em casa. De todos os funcionários, minha mãe foi a única a se compadecer. Ela deu um
pouco de dinheiro, sem esperar que ele fosse devolver. Após três meses, recebemos um pacote com comida, doces, e um valor em dinheiro três vezes maior do que aquele que minha mãe tinha emprestado. A quantia pagou nossas despesas durante um mês inteiro.
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Meu melhor amigo finalmente apresentou sua namorada para todo nosso grupo (todos já
pais de família). A moça tinha lábios grossos, cílios que iam até as sobrancelhas e adorava
selfies. Enfim, o nosso grupo não a aceitou. De repente, minha filha caçula teve um
problema de saúde e precisou de doação de sangue. Pedimos ajuda nas redes sociais, e as
pessoas que passaram a vida dizendo ser minhas amigas desapareceram. Fiquei totalmente
surpreso ao ver aquela “diva” no hospital. A jovem passou a visitar minha filha todos os dias,
levando presentes e lanches. Ainda ajudava minha esposa na limpeza da nossa casa e nos
cuidados com nossa filha mais velha.
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No auge do inverno do ano 2000, estávamos em um carro velho, com um aquecedor que não
funcionava direito, no meio de uma rodovia. Realmente precisávamos chegar em casa.
Quando anoiteceu, os faróis do carro se apagaram. Não podíamos parar e esperar amanhecer:
a gasolina estava acabando, podíamos acabar congelando até a morte, ou outro carro poderia
bater no nosso, já que estávamos com os faróis apagado. Nos arrastávamos pela estrada a
uma velocidade que ficava entre 10 e 20 km/h. Estávamos todos na casa dos 20 anos, e muito
assustados. Um caminhão grande surgiu atrás de nós, mas não nos ultrapassou. O motorista
diminuiu a velocidade, ligou o farol alto e permaneceu atrás de nós até o amanhecer,
iluminando nosso caminho e nos protegendo. Quando amanheceu, ele nos ultrapassou,
buzinou e seguiu seu caminho.
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Tenho 40 anos. Tenho uma vida confortável e havia chegado o momento de realizar um antigo
sonho: instalar uma máquina daquelas de “pescar” brinquedos, contanto que fosse
praticamente impossível perder nela. Pedi ao engenheiro que ajustasse a garra de tal maneira
que os brinquedos ficassem bem presos e não caíssem quando o gancho subisse. Comprei
cerca de 2 mil brinquedos pequenos e instalei aquele pequeno “milagre” na minha loja. Para
mim, a máquina não dá lucro, mas ela continuará lá. Fico absolutamente feliz ao ver a felicidade no rosto das crianças.
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Quando tinha 8 anos, tirei do mar um menino de um ano que estava se afogando. Quinze
anos se passaram, e aquele menino me procurou e pediu que eu fosse padrinho do seu filho,
dizendo: “Você salvou minha vida, então quero te confiar aquilo que tenho de mais valioso”.
Foi uma experiência incrível, principalmente ao ver o orgulho nos olhos da minha esposa e dos
meus pais.
Comentários
Sinceramente, eu gostei de todas! Em todas as histórias prevaleceu a solidariedade e a compaixão das pessoas e o desejo de ajudar o próximo.