11 Superstições que ainda são muito populares e suas origens
Muitas vezes, quase mecanicamente, procuramos atrair boa sorte (ou tirar o azar) com base em superstições, pequenos atos em que depositamos alguma fé. Esse desejo de influenciar os fatos não é novo, tem acompanhado o homem através dos séculos e, embora seja sobre crenças sem sustento científico ou religioso, elas tendem a nos dar uma vaga tranquilidade.
O Incrível.club convida você a conhecer diferentes superstições e suas origens.
1. Derramar sal
O sal, além de sua utilidade na cozinha, é cercado por várias superstições. Derramá-lo é sinônimo de má sorte e, quando isso acontece, muitos pegam um pouco e jogam sobre os ombros para evitar a má sorte. Este é um costume iniciado pelos antigos gregos e sumérios. Por outro lado, dar sal é desejar prosperidade. E em culturas como a japonesa, os efeitos desse produto mudam para protegerem, já que se joga sal sobre si mesmo quando se vai a um funeral. Também é verdade que na Roma antigaos funcionários públicos eram pagos com esse tempero (daí o termo salário). É por isso que é um símbolo de prosperidade e o saleiro não é passado de mão em mão para evitar conflitos. A fim de não gerar argumentos por derrubar o sal, os antigos romanos depositavam-no na mesa para que alguém o pegasse. Em alguns países, como a Argentina, quando alguém tem pouca sorte, dizem que essa pessoa está “salgada”.
2. Gato preto
As histórias de gatos como animais místicos remontam ao tempo do antigo Egito, onde eram reverenciados e era proibido matá-los. Seu amor por essas criaturas era tal que, diante da morte de um deles, os egípcios raspariam as sobrancelhas de luto. Em diferentes culturas, o gato não era apenas venerado, mas também considerado sagrado (como no antigo México). Na Inglaterra, os pescadores estavam convencidos de que ter um gato a bordo dava boa sorte. A crença do gato preto como portador de má sorte remonta à Idade Média, quando foi associado às bruxas. Supunha-se que, naqueles anos, as feiticeiras os usavam para cumprir rituais secretos. Tamanha foi a perseguição e a morte desses felinos que alguns argumentam que seu declínio contribuiu para a expansão do rato preto e da peste bubônica, uma doença que matou mais de 50 milhões de pessoas.
3. Bater na madeira
Muitos consideram que bater na madeira é uma maneira de afastar maus presságios. Essa crença se originou há séculos, possivelmente no ano 2000 a. C. Naquela época, o carvalho era considerado uma árvore cultuada e recebia inúmeras oferendas. Acreditava-se que o contato com a madeira evitava doenças. A princípio, o hábito estava centrado nessa árvore, mas depois passou a valer com qualquer madeira. Mesmo em algumas culturas são dados dois traços suaves, um para agradecer e outro para transmitir o desejo. Havia civilizações que consideravam que nas árvores viviam as fadas e também os diferentes deuses.
4. Não ver a noiva antes do casamento
Existem muitas superstições em torno do casamento. A noiva não usa pérolas para evitar lágrimas, o noivo não pode ter uma gravata torta se quiser uma vida harmoniosa, joga-se o buquê para descobrir quem será a próxima mulher a se casar... Uma das mais conhecidas é aquela do noivo não poder ver a noiva com o vestido até chegar ao altar. Esta superstição tem sua origem nos tempos em que os casamentos eram organizados com objetivos econômicos. Para impedir que este acordo não fosse cumprido, os namorados foram proibidos de se encontrarem a fim de evitar uma rejeição.
5. O número 13
O número 13 está inevitavelmente relacionado à má sorte. Segundo alguns países, a combinação desse número com terça ou sexta-feira pode ser catastrófica. Hamurabi, rei da Babilônia, já omitia esse número em seus éditos, considerando-o um mau presságio. No entanto, muitos argumentam que ele mencionava sim o número e que o azar ligado ao 13 era um problema de tradução. O medo desse número é chamado de triscaidecafobia. Porém, muitas culturas reivindicam este número. Por exemplo, os Estados Unidos, já que a águia de sua bandeira guarda 13 flechas em sua garra. Os japoneses odeiam outro número, o 4, que tem um som parecido com a palavra “morte” quando pronunciado. Portanto, em hospitais no Japão, esse número não aparece nos quartos nem nos números de telefone. Esta crença nasceu na China, em cujos edifícios não há o quarto andar (chamado 3A ou ignorado). A mesma coisa acontece com o número 14.
6. Espelho quebrado
Até o final do século XV, os espelhos não eram feitos de vidro, mas de metal. Depois, uma folha de prata começou a ser colocada atrás do vidro até se chegar aos que usamos agora. Em Veneza, talvez o berço dessa superstição, era costume dos ricos usar espelhos muito grandes. O valor de um deles correspondia a vários meses de salários dos empregados, por isso eles eram avisados para ter cuidado quando os limpassem, porque a quebra equivaleria a trabalhar muito tempo de graça. Mas o espelho carrega outras superstições. Por um tempo, acreditava-se que refletia a alma, então quebrá-lo nos prejudicaria. Há uma crença européia de que ver a luz de velas num espelho traz má sorte. Em alguns países, eles são geralmente cobertos durante os funerais.
7. Passar embaixo de uma escada
Há os que são capazes de dar uma grande volta, se necessário, para não passar por baixo de uma escada. Alguns acreditam que esta superstição tem sua origem no Egito, onde as pirâmides eram lugares sagrados, e uma escada encostada a uma parede tem essa forma piramidal. Outras teorias colocam seus olhos na Idade Média, quando a forca foi muito usada. Aqui a análise tem duas visões. Por um lado, argumenta-se que passar por baixo da escada era o caminho que o futuro enforcado devia fazer, enquanto outros dizem que a crença está ligada a acidentes com escadas por meio da queda do executado. Para a fé cristã, uma escadaria encostada na parede forma, junto ao chão, um triângulo, símbolo da Santíssima Trindade, e para passar por ela desafia-se esse dogma. No entanto, é sempre arriscado passar por uma quando alguém está executando tarefas nela. Isso tem pouco a ver com superstição, mas é a pura verdade.
8. Abrir um guarda-chuva dentro de casa
A crença sobre a má sorte que traz o ato de abrir um guarda-chuva dentro de casa tem alguns séculos, mas não tantos quanto nos casos anteriores. Lembre-se de que esse objeto foi inventado há cerca de 2.600 anos, na China. Embora a forma de se proteger da chuva ou do sol sempre fosse procurada, começou a ser usada na França no final do século XV, ligado apenas às mulheres. Segundo os estudiosos, a moda de usar guarda-chuvas foi imposta por Jonas Hanway, que chegou da França e não teve problemas em usá-lo nas chuvas de Londres. Agora, a superstição tem sua origem no fato de que muitos vinham da rua com o guarda-chuva aberto e o fechavam dentro de casa, sem ver se havia alguém por perto. O que resultou em vários acidentes domésticos, especialmente relacionado aos olhos. Talvez, esse mito tenha crescido para que as pessoas fossem cuidadosas ao lidar com o guarda-chuva e não prejudicassem terceiros.
9. Cruzar os dedos
Para esta crença, uma das mais populares e habituais, sua origem não é clara. Alguns argumentam que cruzar os dedos representa uma cruz e que isso, antes do catolicismo, foi considerado boa sorte. E em tempos de perseguição católica, um modo dissimulado de demonstrar fé. Há outra teoria que nos fala sobre os arqueiros durante o confronto entre a França e a Inglaterra, conhecida como “Guerra dos Cem Anos”. Nela, para estender as cordas do arco, cruzavam-se os dedos para apertá-lo com mais força. Seja uma ou outra opção, ninguém pode negar que esse gesto simboliza uma das superstições mais universais.
10. A ferradura
Existem duas versões sobre a origem da boa sorte que traz o fato de manter uma ferradura presa em uma porta. Esse objeto surgiu na Grécia, onde era feito de ferro. Este metal estava relacionado com a fertilidade e, tendo uma forma crescente, conferia fertilidade e boa sorte. Sua origem também é ligada à Itália, onde foi identificada com a força de trabalho do cavalo e a enorme colaboração que deu ao agricultor no trabalho. A segunda versão está atrelada a São Dunstano, que antes de ser arcebispo de Canterbury, foi um ferreiro. Segundo a lenda, apareceu para Dunstano uma criatura estranha, meio homem, meio animal, que lhe pediu para ser calçado. Ao fazê-lo, o ferreiro descobriu que este ser era o Diabo e o feriu dolorosamente, de modo que teve que pedir misericórdia e fugir. Daí a fama da boa sorte desses objetos.
11. Um trevo de quatro folhas
Os trevos de quatro folhas devem sua fama de boa sorte a uma história que surgiu no ano 200 a.C., quando os druidas das Ilhas Britânicas os consideravam um símbolo sagrado. Com eles era possível ver e afastar os maus espíritos. Algumas culturas aproveitam esta boa sorte considerando que cada folha do trevo tem um significado: saúde, dinheiro, amor e prosperidade. Outros o identificam com os pontos cardeais ou com as estações climáticas. Há quem diga que o trevo deve ter sido encontrado por acaso para fazer fortuna.
Bônus: superstições no teatro
O teatro é uma das áreas em que as superstições são muito fortes. Séculos se passaram desde que surgiram, mas algumas crenças ainda são mantidas hoje:
- Cor amarela: é comum que nenhum ator use esse tom no palco (em alguns países, isso acontece com o roxo). A origem seria a estreia da peça O Doente Imaginário, de Molière, já que o dramaturgo morreu no palco vestido de amarelo.
- Boa sorte: esta frase nunca é dita no dia da estreia. Uma das maneiras de substituí-la é “quebre a perna”, cuja história está relacionada ao fato de que, no final da apresentação teatral no período elisabetano, foram jogadas moedas aos atores. Eles se agacharam para pegá-las e, assim, romperam com a formação das pernas retas. Também é substituída pela palavra “m...”, já que na antiguidade, quanto mais bem-sucedida a obra, mais carruagens eram puxadas por cavalos que geravam sujeira nas portas dos teatros.
- Proibido assobiar: não é bem visto assobiar no teatro. Essa ideia vem dos velhos tempos, quando os técnicos passavam as instruções com assobios. Se alguém emitisse um som semelhante, poderia causar erros e até mesmo uma catástrofe na cena.
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Sem cravos: essa crença originou-se no século XV, quando os diretores costumavam dar uma
ou várias rosas quando o contrato do ator era prorrogado. Mas quando era cancelado, enviavam-lhe cravos. - Sempre uma luz: nos cenários há sempre uma leve luz acesa. Isso é para espantar os fantasmas que assombram esses lugares.