13 Momentos em que a amizade se tornou algo muito diferente do que esperávamos
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E o Oscar de Melhor Figurino vai para... Os criadores das roupas históricas com maior precisão. Muitas vezes, direcionamos a atenção somente para os ganhadores e esquecemos dos outros indicados. Aos vencedores, a glória. Aos perdedores, o descaso. Bom, está na hora de mudarmos essa história: produções não vencedoras também são dignas de reconhecimento pelo belo trabalho realizado. As roupas dos personagens não são apenas componentes da estética, mas também do enredo.
A redação do Incrível.club está em busca de justiça. Por isso, apresentará abaixo alguns dos indicados ao Oscar de Melhor Figurino dos últimos dez anos. Confira!
Figurinista — Janet Patterson.
Os trajes da personagem principal, Fanny Brown, foram os que ganharam mais atenção. Patterson tentou transmitir — pela roupa — a personalidade, as emoções e aflições da heroína.
Um exemplo: na cena em que Fanny e seu amado, John, são pegos por uma chuva, a garota está usando um vestido rosa. A designer precisou procurar cuidadosamente por um tecido apropriado — que se desgastasse bastante quando molhado. A cena retratava um momento de traição. O traje certo seria responsável por intensificar o efeito dramático. E foi isso que aconteceu: o lindo vestido de Fanny se transformou em algo semelhante a um pano de chão velho.
Figurinista — Jenny Beavan.
O filme conta uma história que aconteceu há mais de 70 anos. Os atores, em sua maioria, tiveram de usar roupas de idade equivalente. Os figurinos históricos foram alugados e reparados, pois a grande maioria estava desgastada demais.
Segundo Beavan, alguns atores não se sentiram confortáveis com as roupas de época. Era como se estivessem usando fantasias; não parecia natural. Por isso, foi preciso sacrificar a precisão histórica em favor da leveza e simplicidade. Por exemplo, a heroína protagonizada por Helena Bonham Carter preferia vestidos em cores brilhantes. Na atriz, contudo, o resultado ficou muito aquém do esperado. Foram escolhidas, então, roupas em tons mais escuros para que a personagem parecesse mais crível para o público.
Figurinista — Michael O’Connor.
O’Connor é famoso por seus trajes complexos e repletos de detalhes, como no filme A Duquesa. Em Jane Eyre, no entanto, o objetivo era outro. O estilo da personagem principal devia ser descomplicado e despretensioso. Para alcançar o propósito, o designer focou no seguinte: o vestido de Jane precisa retratar a essência interior da personagem — o que seria difícil de atingir com figurinos densos, exuberantes e cheios de decorações.
Para a personagem de Mia Wasikowska, foi desenvolvida uma roupa especial, que ficava por baixo do vestido: meia-calça e espartilho. O diretor queria filmar Mia tirando as roupas e, por isso, era importante ter uma roupa íntima compatível com a da época.
Figurinista — Paco Delgado.
Quando recebeu a proposta de fazer o figurino do filme, Delgado disse: “Meu Deus, quanto trabalho!” Não foi exagero: os trajes tinham de ser criados do zero — praticamente para todos os personagens do musical. Além disso, a equipe de designers (cerca de 50 pessoas) também teve de fazer uma pesquisa histórica, visto que o filme englobava um período bastante longo: de 1815 a 1848. As roupas dos personagens precisavam, portanto, refletir as mudanças estilísticas com o passar do tempo.
O primeiro desejo de Delgado foi vestir todos de preto já que a história daquela época era bastante sombria. No entanto, o diretor precisava de cores. Assim, o designer optou por um esquema de cores vibrantes, com ênfase no azul saturado.
Figurinista — Michael O’Connor.
O designer pesquisou a moda da época (meados do século XIX): estudou e analisou filmes e fotografias do período. Uma das particularidades do filme é que os atores não trocavam de figurino; era a mesma roupa com apenas alguns detalhes diferentes. Isso é uma homenagem à história: as pessoas não tinham dinheiro para comprar muitos vestidos. Sempre que saíam de casa, adicionavam algum acessório ou detalhe à roupa para que parecessem novas.
Figurinista — Jacqueline Durran.
O filme é repleto de detalhes históricos. Um dos mais importantes, o figurino. Uma pessoa ficou encarregada de pesquisar os componentes de cenário e das vestimentas. Ela foi contratada dois anos antes dos designers começarem o trabalho.
Menção especial: a personagem Hannah Danby — uma empregada que nunca sai de casa e que está apaixonada pelo personagem principal. Em comparação com as outras amantes de William Turner, essa mulher devia parecer “pobre” e “deselegante”.
Durran refletiu e decidiu: na vida real, uma pessoa assim usaria sempre o mesmo vestido. No máximo, dois. Por isso, Hannah ganhou dois figurinos. Um, em boas condições. Outro, totalmente destruído. Dessa forma, a estética ajudou a expressar a degradação da personagem ao longo de seu relacionamento com o protagonista.
Figurinista — Sandy Powell.
O enredo acontece em torno de Carol, a protagonista. Para diferenciá-la das outras personagens femininas do filme, a designer recorreu a uma artimanha: acrescentou ao figurino da atriz detalhes de vestimentas masculinas. Tratava-se de uma estratégia para que o telespectador percebesse Carol como uma mulher independente e autossuficiente.
Outra peculiaridade: a heroína sempre pintava as unhas de vermelho. E a manicure era impecável. Na foto, pode-se ver a diferença entre as unhas das duas personagens.
Ao longo do filme, o diretor dá ênfase nas mãos. O telespectador nota que Carol não é o tipo de pessoa que faz trabalho físico — e provavelmente nunca o tenha feito: limpar o banheiro, varrer o chão, lavar as roupas. A amiga dela, por outro lado, representa o oposto.
Figurinista — Consolata Boyle.
Como recriar a atmosfera de Nova Iorque no início do século XX, em que vivia a famosa cantora lírica Florence Foster Jenkins? Com muito esforço e suor. Foi isso que a equipe de Boyle fez: estudaram documentos históricos a fundo e analisaram imagens da própria Florence — principalmente fotos das vestimentas que ela usava no palco. A priori, não havia muita diferença entre a vida do cotidiano e a vida no palco. A cantora tinha paixão por tecidos e estilos exóticos.
Todas as roupas apresentadas no filme foram criadas do zero.
Figurinista — Consolata Boyle.
A principal dificuldade para a designer foi se manter fiel à representação histórica. A rainha usava roupas muito escuras, pois estava de luto pela morte do marido. Sacrificar os fatos para ganhar mais cores não era uma opção. Boyle, então, optou pelo seguinte: manter a paleta de cores, mas mudar as texturas. A vestimenta passou a ter maior contraste e dimensão por conta dos elementos adicionados.
O figurino ajudou o telespectador a assimilar as nuances nos relacionamentos dos personagens ao longo do filme. A diferença notava-se no traje da rainha. No começo da história, só havia elementos escuros. No final, acessórios mais claros — principalmente nas cores brancas. Essa estratégia foi importante para reforçar a transição do luto para a superação da tristeza.
Figurinista — Sandy Powell.
Todos os figurinos do filme foram criados do zero em apenas seis semanas. O orçamento do longa era baixo, portanto, os designers escolheram materiais baratos e paleta de cores limitada: preto e branco. As joias eram, na verdade, bijuterias baratas. Parte delas feitas à mão. Outra, pérolas artificiais encomendadas.
Muitos tecidos foram adquiridos em lojas de segunda mão. Um exemplo: a vestimenta da cozinheira (na foto acima) foi costurada a partir de jeans velhos, comprados em lojas populares.
O filme não buscou representação precisa dos fatos históricos.
Figurinista — Arianne Phillips.
Arianne desenvolveu um conceito interessante para as roupas dos personagens principais: uma espécie de talismã. Os looks ficavam mais memoráveis. A personalidade dos heróis, mais evidente.
Rick Dalton, protagonizado por Leonardo DiCapro, ganhou um medalhão. De um lado, a imagem da rosa de tudor. Do outro, a letra “R”. O personagem usava um cinto, cuja fivela também continha a inscrição da letra “R”. De acordo com Phillips, pessoas que usam roupas com monogramas são geralmente arrogantes e narcisistas. E Rick era exatamente assim.
Cliff Booth também tinha uma imagem na fivela do cinto: o emblema da associação de dublês. Além disso, o personagem de Brad Pitt usava uma camiseta havaiana — uma das camisetas havaianas mais famosas, criada por Tarantino.
Quando assiste a um filme, você repara na roupa dos personagens? Qual a mensagem que os figurinos passam para você? Comente!