10 Vezes em que algo extremamente útil foi inventando por puro acidente

Acidentes acontecem. Às vezes por algum descuido, outras, porque se pretendia fazer algo específico que acabou dando errado mesmo. É natural, e todos passamos por isso de vez em quando. Mas e quando o resultado desse “acidente” acaba se mostrando útil? Pior é que dá para inventar coisas realmente úteis sem querer! E isso não é tão raro quanto imaginamos...

Hoje, o Incrível.club reuniu 10 invenções acidentais tão boas que acabaram se tornando parte da nossa vida. E você provavelmente já deve ter ouvido falar da maioria delas. Confira!

1. Penicilina

Tirar férias é bom, né? Quando chega o momento, dá vontade de sair correndo para aproveitar cada segundo. O bacteriologista escocês Alexander Fleming parece partilhar desse sentimento. Tanto que acabou fazendo uma descoberta por puro acidente. Deixou um experimento com bactérias largado na mesa do trabalho ao sair de férias e, quando voltou, tinha bolor para todo lado. Só que aquele mofo acabou se mostrando muito útil. Estava impedindo que as bactérias se reproduzissem. Estudando a fundo o produto do seu desleixo de férias, Fleming acabou descobrindo a penicilina!

É basicamente a mãe dos antibióticos, com uma gama de ação impressionante, principalmente se considerarmos todos os medicamentos que dela foram derivados. Só não se manteve como principal substância no combate a infecções bacterianas pois seu uso indiscriminado acabou reduzindo sua eficácia. Ainda assim, o impacto da descoberta deu o prêmio Nobel a Fleming e dois colegas que ajudaram a tornar a penicilina mais eficaz e passível de ser produzida em larga escala. Tudo por causa de um “acidente”. Acidente que viria a salvar um número incalculável de vidas, imagine isso!

2. Plástico-bolha

Estourar as bolinhas para relaxar até virou brinquedo, mas todos nós já usamos plástico-bolha para sua finalidade original, certo? Bom, isso é improvável considerando o que Alfred Fielding e Marc Chavannes tinham em mente em 1957, quando o inventaram. Originalmente o plástico-bolha deveria ser um papel de parede texturizado. O experimento partiu de duas cortinas de chuveiro que, ao passarem por uma máquina, acabaram formando um plástico cheio de bolinhas de ar.

Obviamente que, pensando no propósito original da invenção, o experimento se mostrou um fracasso. Mas Fielding e Chavannes não ficaram se lamentando. Logo perceberam a característica almofadada do plástico-bolha servia muito bem para embalar e proteger objetos frágeis. Bingo! Fracasso convertido em sucesso com... sucesso.

3. Supercola

Todo mundo conhece pela marca mais famosa, mas a fórmula da supercola tem um nome bem menos charmoso: Cianoacrilato. Foi descoberto em 1942 por Harry Coover, que pesquisava um material para aprimorar dispositivos óticos. Como a característica grudenta não era o que procurava, Coover simplesmente descartou a descoberta!

Apenas nove anos depois, a fórmula foi resgatada pelo próprio Harry Coover, quando ele e sua equipe descobriram o poder de fixação da substância em prismas de vidro. O potencial comercial ficou claro e o cianoacrilato foi patenteado. A cola foi batizada de Eastman #910, o que deve ter deixado o pessoal do marketing de cabelos em pé! Só um tempo depois a fórmula foi licenciada para a Loctite e finalmente o nome Super Bonder surgiu, fazendo alguns cabelos repousarem novamente.

4. Botox

Você já ouviu falar em Blefarospasmo‎? Se já, ou é oftalmologista ou alguém que sofreu com a doença. O mal provoca tremores nas pálpebras e, em 1987, a Dra. Jean Carruthers usava ‎toxina botulínica‎ para tratar pacientes com essa doença. Um dia, ao fazer as aplicações, uma de suas pacientes pediu para injetar a solução em sua testa. A Dra. Jean disse que não havia espasmos ali, mas a paciente ficou irritada e disse que suas rugas sumiam quando recebia aplicações na testa.

Jean dividia o consultório com o marido, o Dr. Alastair Carruthers, especialista em câncer de pele e procedimentos estéticos. Após seu relato, o Dr. Alastair decidiu testar o potencial estético da toxina botulínica. Convenceu a recepcionista a ser cobaia! Cathy Bickerton ficou satisfeita, o casal Carruthers ficou satisfeito e os pacientes da clínica ficaram ainda mais satisfeitos. Mesmo assim, em 1991, ao apresentarem seus achados em um congresso em Orlando, Dra. Jean e Dr. Alastair foram desencorajados. Dois anos depois, porém, o Botox começou a desenrugar o mundo!

5. Massinha de Modelar

Se você é do tipo que não gosta de ver crianças brincando de massinha por causa da sujeira, talvez o que vem a seguir possa te chocar. Em 1930, os irmãos Noah e Joseph McVicker inventaram a massinha de modelar. Só que a invenção, na verdade, deveria servir para limpar papel de parede, removendo a poeira sem estragar o papel. Ambos trabalhavam numa fábrica de sabão e produtos de limpeza, por isso o objetivo nunca foi inventar um “brinquedo”.

A invenção não deu errado exatamente, mas Noah e Joseph logo perceberam que funcionava muito melhor para divertir a criançada. Depois de apresentarem a descoberta em escolas da própria cidade, perceberam que o produto era um sucesso com a molecada e decidiram fundar a empresa Rainbow Crafts. Em 1956, a massinha de modelar Play-Doh ganhava o mundo. Provavelmente algumas foram parar em papéis de parede, então não dá para dizer que a invenção foi um completo fracasso, vai?

6. Baquelite

Antes de mais nada, se você não sabe o que é baquelite, basta dar uma olhada à sua volta. Parece um plástico, mas está mais para uma borracha bem rígida. A baquelite pode ser usada no gabinete do seu computador, na maçaneta da porta, em móveis e até nos braceletes coloridos que você usa nos pulsos. Aliás, esta última utilização é muito comum pois o material é muito maleável. Quer saber por que acabaram criando esse material?

Porque um material chamado goma-laca, proveniente de um inseto asiático e usado como isolante elétrico, começou a ficar escasso. Com a dificuldade de coletar a resina do bicho, diversos pesquisadores procuravam alternativas. Incluindo Leo Hendrik Baekeland, mas que acabou descobrindo por acidente a baquelite (o nome não é coincidência) quando tentava opções de revestimento rígido para madeira. A mistura de fenol e formaldeído precisou ser aperfeiçoada, mas acabou se tornando o primeiro plástico sintético do mundo. Viu como vale reciclar até experimentos!

7. Vidro laminado

Quem nunca deixou cair um pote de vidro, não é? Bom, quando o químico francês Édouard Bénédictus bancou o estabanado em seu laboratório em 1903, o frasco que caiu deveria ter estilhaçado em pedacinhos. Mas, para sua surpresa, o pote ficou todo rachado, mas os pedaços continuaram formando um... frasco. Então ele pensou: “Que sorte!”, não é? Claro que não. Como cientista ele não podia deixar de investigar o que tinha acontecido para o frasco manter sua forma.

Ele descobriu que o recipiente tinha uma película interna, formada depois de armazenar uma substância chamada colódio — bastante usada para selar cortes cirúrgicos. Bénédictus achou a descoberta legal, mas meio que deu de ombros. Só depois de ler sobre o acidente causado por um para-brisa quebrado que decidiu rever a descoberta. O bendito Édouard, então, empenhou-se em desenvolver o “onipresente” vidro laminado. Quem diria que um pequeno acidente de laboratório levaria a uma descoberta que ajudaria a prevenir inúmeros acidentes, até dos mais severos!

8. Dinamite

Com o propósito de tornar compostos detonáveis menos perigosos, Alfred Nobel empenhou-se numa busca que tinha um cunho bastante pessoal. A invenção da dinamite foi o resultado de um esforço para substituir o uso da nitroglicerina, que era extremamente volátil e perigosa. O composto não foi descoberto em 1867 por acidente, exatamente — Nobel motivou-se em sua pesquisa a partir de um acontecimento pessoal trágico. Com a invenção, tornou-se um dos homens mais ricos de seu tempo e deixou a maior parte de sua fortuna para criar uma fundação.

Assim surgia a condecoração anual àqueles que contribuem de forma incisiva para o mundo: o Prêmio Nobel. Quer melhor exemplo de superação do que transformar o flagelo pessoal em marca tão positiva no mundo?

9. Picolé

Se você acha que grandes invenções são coisa de gente grande, pense de novo. Em 1905, bem sem querer, é verdade, Frank Epperson inventou o picolé! Detalhe: ele só tinha 11 aninhos de idade. E a invenção foi um puro descuido. Enquanto brincava na neve, Frank tomava suco. Quando a brincadeira acabou, ele esqueceu o copo ainda com suco e uma colher dentro na varanda de casa. Quando reencontrou o “suco” no dia seguinte estava completamente congelado. E foi então que Frank teve seu momento eureca e tornou-se milionário com usa invenção, certo? Não, não foi mesmo.

Frank só decidiu repetir o suco congelado em 1913, aos 18 anos, quando já trabalhava com imóveis. Bom, aí sim a coisa deslanchou. Em 1923 o picolé do Frank foi patenteado e em 1925 uma empresa de Nova York comprou a patente e rebatizou o Eppsicle para Popsicle, palavra inglesa equivalente ao nosso clássico picolé. Para você ver que, às vezes, por melhor e mais acidental que seja uma invenção, pode levar um bom tempo para que ela amadureça e ganhe o mundo!

10. Aço Inoxidável

Às vezes o acidente não é fruto de total acaso, mas sim um “acertar onde não mirou”. Em 1907 Harry Brearley tentava desenvolver um material mais resistente para objetos metálicos. Algo que deteriorasse menos e fosse mais resistente. Como a questão estava diretamente relacionada a altas temperaturas, Brearley começou a testar diversas composições metálicas. No meio de um monte de testes, uma das “misturas” chamou atenção: o metal parecia não enferrujar!

A ferrugem nada mais é do que a corrosão do metal por moléculas de oxigênio presentes no ar, mas quando Harry Brearley misturou aço e cromo percebeu que o processo ficava muitíssimo mais lento. O cromo, ao oxidar, acabava formando uma cama finíssima que protegia todo o resto da liga de metal. O inglês logo abandonou sua pesquisa original e decidiu investir no desenvolvimento do que hoje conhecemos como aço inoxidável, ou apenas inox. Foi sem querer querendo que se fala?

Talvez o fracasso seja uma questão de perspectiva. Afinal, quantas coisas inventadas não precisaram de um novo ângulo para que sua utilidade ficasse clara? E aí, você imaginava que tanta coisa útil e cotidiana tinha surgido por acidente? Aliás, e você, já descobriu um truque ou até mesmo inventou alguma coisa por acaso? Conte tudo para gente nos comentários!