10 Obras de arte famosas que escondem segredos além das molduras

Arte
há 1 dia

Cada pintura carrega um universo próprio, assim como quem a criou. Tem história, tem mistério e muitas vezes esconde segredos que passam despercebidos. O mais curioso é que até as obras mais conhecidas ainda conseguem surpreender. Às vezes, o que a gente achava que sabia é só o começo. Por trás de cada pincelada, existe um lado pouco explorado e é justamente aí que a arte mostra sua força.

Abaporu e a brasilidade

Abaporu é uma das obras mais conhecidas quando o assunto é arte brasileira. A tela foi pintada por Tarsila do Amaral, uma das grandes referências do modernismo no Brasil. E ela guarda algumas curiosidades: o pé gigante, por exemplo, não foi só uma escolha estética, ele representa o trabalho e a construção de uma identidade com raízes populares e autênticas.

Outro detalhe interessante é que a obra foi criada como um presente. Tarsila queria presentear seu marido, Oswald de Andrade, e ele ficou tão inspirado com a pintura que escreveu o Manifesto Antropofágico, propondo a ideia de “devorar” as influências europeias para criar uma arte tipicamente brasileira.

Brasil real

Outra obra bastante conhecida de Tarsila do Amaral é o quadro Operários. A pintura retrata dezenas de rostos lado a lado, homens e mulheres de diferentes tons de pele, todos com expressões sérias, simbolizando a classe trabalhadora. Uma curiosidade interessante sobre a obra é que, ao fundo, vemos apenas fábricas, como se os operários não tivessem outro destino, outro caminho, além daquele.

Como uma aldeia se transformou em cachoeira

A pintura de Paul Gauguin, Vila Breton Sob a Neve, após sua morte, foi leiloada junto a outras seis por um valor considerado insignificante. Contudo, o mais lamentável foi a venda da obra sob o nome de Cataratas do Niágara. O avaliador simplesmente não sabia a posição correta da pintura e, por algum motivo, virou-a de cabeça para baixo e enxergou uma das atrações naturais mais famosas da América do Norte.

Autorretrato apagado

Georges Seurat é um famoso pintor impressionista e criador de um método de pintura especial chamado pontilhismo. Ao se aproximar de suas telas, o observador verá que elas consistem em pequenas pinceladas, que só se fundem em uma pintura completa à distância. Sabe-se que não existe um único autorretrato conhecido do artista. Contudo, é possível encontrá-lo sob luz infravermelha.

Na tela Jovem Maquilhando-se, no lugar do vaso de flores adicionado posteriormente, havia o autorretrato do próprio artista. Ele pintou o vaso por cima porque um amigo sugeriu que a pintura havia ficado estranha. Além disso, a mulher na pintura era a amante grávida de Seurat, na época um homem casado.

A pintura que todos usavam

Os admiradores da grife Yves Saint Laurent reconhecerão inequivocamente a arte abstrata acima e dirão: “Sim, esse é o motivo da coleção Mondrian!” Nos anos 1960, os vestidos dessa coleção estavam no auge da moda e estamparam a capa da revista Vogue. Os fabricantes de roupas populares, então, correram para copiar o tema.

Mas nem todos sabem que uma das fontes de inspiração do estilista francês foi a pintura Composição com Vermelho, Azul e Amarelo, criada justamente pelo artista Piet Mondrian, em 1929.

3D na Renascença

O estranho objeto na pintura Os Embaixadores, de Hans Holbein, que se parece com um disco voador, é na verdade um exemplo vívido de anamorfose: uma projeção distorcida de qualquer coisa ou pessoa, visível em sua verdadeira forma apenas de um certo ângulo de vista. O espectador deve olhar para essa obra da parte inferior esquerda para enxergar um crânio humano grande nela. Ele é colocado nesse retrato cerimonial como um memento mori, um lembrete simbólico da transitoriedade da vida e da vaidade de tudo o que existe.

“Só poderia ter sido pintado por um louco”

No canto superior esquerdo da pintura O Grito, de Munch, há uma inscrição quase imperceptível a lápis: “Só poderia ter sido pintada por um louco”. Por muitos anos, os críticos debateram sobre quem poderia ter escrito essa frase: um vândalo desconhecido ou o próprio artista? E no fim concluíram que foi o próprio Munch.

Acredita-se que o catalisador para a inscrição na pintura seja a ideia de Munch de responder as críticas e especulações públicas sobre o seu estado mental, após a exibição de sua obra.

Conto de Viena sobre a Cinderela

Os historiadores ainda debatem quem serviu de modelo para a pintura La Belle Chocolatière, de Jean-Etienne Liotard. Muitos acreditam na versão de que ela era Anna Baldauf. A história conta que, um dia, um jovem príncipe chamado Dietrichstein foi tomar uma xícara de chocolate em um café vienense, onde foi atendido por uma bela moça de uma família nobre empobrecida. O príncipe se apaixonou e, apesar da oposição de sua família, eles se casaram. Como presente de casamento, ele encomendou um retrato de sua amada com o mesmo traje em que a viu pela primeira vez.

Segredo de Adele

Gustav Klimt desenhou mais de cem esboços para O Retrato de Adele Bloch-Bauer. Tantos “rascunhos” foram feitos para tentar esconder uma pequena deformidade no dedo de Adele. É por isso que sua mão está em uma posição incomum.

Gesto de um anjo

O teto da Capela Sistina no Vaticano é decorado com uma série de afrescos magníficos. Pouco antes de o Papa Júlio II confiar a Michelangelo esse trabalho, eles tiveram uma grande divergência. Alguns biógrafos afirmam que a ideia de encarregar o escultor da decoração da abóbada do edifício, cujas paredes foram pintadas pelos mais famosos pintores do final do século XV (como Botticelli, Ghirlandaio e Perugino), partiu de malfeitores que desejavam envergonhar Michelangelo, que nunca antes havia se envolvido em projetos pictóricos de grande escala.

Segundo alguns especialistas, além de dar ao mundo uma obra-prima, Michelangelo também expressou sua atitude para com o Papa: um dos anjos atrás do ombro do Profeta Zacarias cruza os dedos e faz um sinal de figa, que em alguns países é considerado um gesto grosseiro.

Nem todo artista pinta quadros, alguns usam o corpo humano como moldura, por meio da tatuagem. E foi justamente com essa técnica que a artista Raquel Gauthier ajudou a ressignificar a história de muitos de seus clientes.

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