10+ Clichês de filmes que nos dão uma ideia errada da Grécia Antiga

Curiosidades
3 horas atrás

Mesmo com a ajuda de vários consultores para garantir que os fatos históricos nos filmes sejam retratados com precisão, muitos cineastas acabam abrindo mão da fidelidade aos eventos reais para deixar a história mais emocionante ou visualmente mais impactante. O problema é que isso pode gerar uma série de mal-entendidos sobre certos acontecimentos e períodos históricos na cabeça do público. No fim do artigo, a gente mostra como era, de verdade, a Rainha Olímpia, cuja imagem foi (quase) perfeitamente representada por Angelina Jolie nas telonas.

As mulheres desejavam ser magras

Universal / Courtesy Everett Collection / Everett Collection / East News

Filmes e séries costumam mostrar mulheres bem magras na Grécia Antiga. Mas, na realidade, os padrões de beleza daquela época eram bem diferentes, os gregos viam o corpo mais cheio como um sinal de prosperidade. Por isso, muitas mulheres sonhavam mesmo era em ganhar alguns quilinhos. Se você reparar bem, quase todas as estátuas femininas desse período retratam figuras com formas mais arredondadas.

Helena de Troia era conhecida por seu corpo esbelto e pele cor de bronze

Muitas lendas falam sobre a beleza de Helena de Troia e não é à toa que, nos filmes, ela costuma ser interpretada por algumas das atrizes mais deslumbrantes de cada época. Embora ninguém saiba ao certo como ela era fisicamente, é possível afirmar que sua aparência provavelmente seguia os padrões de beleza da época.

Acredita-se que Helena de Troia tinha a testa baixa, um nariz grande e reto (sem a curvatura no dorso), queixo levemente projetado e formas curvilíneas. Segundo o texto História da Queda de Troia, que chegou até nós ao longo dos séculos, a mulher mais bela do mundo tinha a pele clara, os cabelos loiros, olhos grandes e até uma pequena verruga entre as sobrancelhas.

Os espartanos usavam cabelos curtos

Image supplied by Capital Pictures / East News

Muitas pessoas imaginam os espartanos como guerreiros desleixados que não se preocupavam nem um pouco com a aparência. Mas ficamos bastante surpresos ao saber que os homens espartanos cuidavam muito bem de sua aparência.

Os homens espartanos davam atenção especial aos cabelos, que eram cuidadosamente trançados. Fontes antigas mencionam que eles usavam os fios longos, geralmente até a metade das costas. E esse estilo não era raro: várias imagens que chegaram até nós mostram exatamente esse tipo de penteado, confirmando sua popularidade na época.

As mulheres da Grécia Antiga usavam vestidos elaborados

A maioria dos filmes sobre a Grécia Antiga retrata as mulheres com vestidos super elaborados, ajustados no corpo e cheios de decotes sedutores. Mas, na vida real, a história era bem diferente.

Na vida real, as roupas usadas na Grécia Antiga eram bem mais simples do que os figurinos glamourosos que vemos nos filmes. Tanto homens quanto mulheres usavam basicamente os mesmos trajes: túnicas e um manto chamado himation.

As mulheres geralmente vestiam o peplos, um grande retângulo de tecido, normalmente de lã, dobrado na parte de cima até a altura da cintura. Ele era preso nos ombros com alfinetes e, às vezes, amarrado com um cinto. As laterais podiam ser costuradas ou unidas com alfinetes também.

Outra peça comum era o quíton, feito de um tecido mais leve, como o linho importado. Diferente do peplos, o quíton era costurado nas laterais e preso nos ombros, além de ser ajustado na cintura. Nas mulheres, ele geralmente ia até o chão; nos homens, ficava um pouco abaixo dos joelhos.


Por cima da túnica, usava-se o himation, um manto que podia ser jogado sobre um dos ombros ou usado como uma espécie de estola. As mulheres ainda podiam complementar o visual com um xale, chamado epiblema. Os tecidos eram tingidos com cores vibrantes e muitas vezes decorados com bordados detalhados, mostrando que, apesar da simplicidade do corte, o visual grego podia ser bastante sofisticado para a época.

As mulheres da Grécia Antiga tiravam as sobrancelhas e andavam com os cabelos soltos

Nos filmes, as mulheres da Grécia Antiga costumam aparecer com os cabelos soltos ao vento, sobrancelhas bem-feitas e aquele bronzeado típico do Mediterrâneo. Mas, na realidade, o padrão de beleza da época era bem diferente.

Na Grécia Antiga, o ideal era ter a pele bem clara, sobrancelhas naturalmente unidas e cabelos longos, que, no caso das mulheres casadas, eram geralmente presos em um coque. Para alcançar esse visual, muitas mulheres clareavam a pele com misturas caseiras, escureciam as sobrancelhas com fuligem e até usavam sobrancelhas falsas feitas de pelos de cabra tingidos, que eram coladas na testa.

Os gladiadores tinham físico atlético

Estudos feitos a partir de restos mortais de gladiadores encontrados em uma vala comum revelaram algo curioso: esses guerreiros tinham uma espessa camada de gordura subcutânea. Isso levou os cientistas a concluir que sua alimentação era pobre em proteína animal e bastante rica em carboidratos, obtidos principalmente de grãos e legumes. Não por acaso, os gladiadores da Roma Antiga ganharam o apelido curioso de “comedores de cevada”.

Mas isso não quer dizer que as autoridades estivessem tentando economizar na alimentação dos lutadores. Pelo contrário, tudo indica que essa dieta à base de vegetais era pensada para aumentar a resistência e o vigor físico dos gladiadores. Em outras palavras, eles eram alimentados com muitos carboidratos justamente para aguentar melhor os combates. E para suprir a falta de cálcio, os lutadores tomavam uma bebida especial feita com cinzas vegetais.

Os gladiadores lutavam até o fim, dando a vida

Ao contrário do que os filmes costumam mostrar, os gladiadores nem sempre lutavam até a morte. Na verdade, esse desfecho era até considerado ilegal. As lutas seguiam regras específicas e contavam com juízes encarregados de garantir que tudo fosse feito corretamente. Além disso, os gladiadores eram verdadeiros investimentos: seu treinamento, alimentação e cuidados exigiam tempo e dinheiro. Por isso, perdê-los em combates frequentes não fazia sentido do ponto de vista financeiro. Em muitos casos, a luta era interrompida antes que alguém morresse, e o destino do derrotado podia ser decidido pelo público ou pelas autoridades.

Todos os gladiadores eram escravos e mantidos em condições adversas

Apesar da imagem brutal que os filmes costumam passar, os gladiadores viviam em condições relativamente boas. Eles tinham uma alimentação especial, acesso a cuidados com curandeiros e, em muitos casos, eram verdadeiras celebridades da época. Seus retratos apareciam em espaços públicos, e muitos garotos sonhavam em ser como os guerreiros que brilhavam nas arenas.

As lutas não eram os duelos comuns que são mostrados nos filmes. Eram um show espetacular com cenários e adereços elaborados. Os gladiadores usavam trajes intrincados e muitas vezes estranhos que se assemelhavam vagamente a uma armadura clássica.

E não pense que todos eram escravos ou pertenciam às classes mais baixas. Havia também voluntários, residentes livres que escolhiam se tornar gladiadores, fazendo o juramento por vontade própria em troca de dinheiro e fama, mesmo que isso significasse abrir mão da liberdade pessoal.

O destino de um gladiador era determinado pelo polegar para cima ou para baixo

Existiam alguns gestos que definiam o destino do gladiador, mas eles não tinham nada a ver com o famoso polegar para cima ou para baixo. Na verdade, para mostrar misericórdia, a mão era fechada em punho, indicando que o lutador seria poupado.

As mulheres usavam maquiagem para realçar sua beleza

Muitos espectadores têm uma ideia de como eram as mulheres da Grécia antiga por causa do filme Doutor Faustus, com Elizabeth Taylor. Apesar da atuação incrível da atriz, o diretor acabou nos enganando um pouco. Naquela época, mulheres respeitáveis, especialmente as de destaque, jamais usavam maquiagem, pois isso era considerado totalmente indecente.

Bônus: Qual era a aparência da Rainha Olímpia na vida real

Ao ver a encantadora Angelina Jolie no papel da Rainha Olímpia, mãe de Alexandre, o Grande, a gente acaba imaginando que todas as mulheres do mundo antigo tinham um nariz perfeito, lábios volumosos e maçãs do rosto bem definidas. Mas, na verdade, a Rainha Olímpia estava bem longe dessa imagem criada por Hollywood. Pelas poucas representações que chegaram até nós, ela tinha um perfil clássico grego, com testa baixa, queixo levemente arrebitado e traços suaves no rosto.

cinema moderno está cheio de heróis carismáticos que conquistam o público, mas, na maioria das vezes, o que vemos na tela pouco lembra a vida real dos atores. Confira no próximo artigo as principais diferenças entre os astros de Hollywood e os homens perfeitos que eles interpretam.

Imagem de capa WARNER BROS. / BUITENDIJK, JAAP / Album / East News

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