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Lucinha Lins aos 70: “A busca pela juventude me assusta”

Talvez você já tenha reparado que muitas pessoas da nova geração estão “prevenindo” suas marcas de idade, já que querem manter a aparência jovial mesmo não sendo mais tão novas quanto pensam. Essa prática de não aceitar os anos a mais e revogar as rugas, além de criticar os idosos e quem não pratica procedimentos estéticos, se chama idadismo (ou etarismo). Algumas celebridades, como Lucinha Lins, estão tentando quebrar esse paradigma e preconceito contra o envelhecimento.

Recentemente, a artista brasileira Lucinha Lins concedeu uma entrevista à revista QUEM, na qual abordou o tema do etarismo com sinceridade. Em suas declarações, a atriz, cantora e compositora destacou que a obsessão pela aparência jovial a assusta, e que, em sua opinião, é importante realizar procedimentos estéticos de forma comedida para obter um resultado mais natural.

“Existe uma busca pela juventude que me assusta. Vejo pessoas muito jovens se machucando porque estão estereotipadas em bocas e peitos. Elas estão adiantando a natureza de uma maneira, se preocupando com pé de galinha aos 20. Quando tiverem 60 anos vai dar problema porque não tem volta. Elas vão ficar esquisitas. São pessoas que mexem muito na cara”.

“Um cirurgião plástico, de quem gosto muito e que já está aposentado, me dizia que só a partir dos 40 anos a gente deveria procurar alguém, criterioso, que respeitasse a gente. Daí a gente poderia começar a dar um beijinho de botox no cantinho do olho, dar uma atenção para o pescoço... Sem sair cortando e preenchendo. Não deixe que ninguém perceba que você mexeu. Vá fazendo devagar coisas que mantenham sua pele e musculatura no lugar. Tem tantas coisas hoje para ajudar a envelhecer bem”, revelou.

Lucinha Lins compartilhou não apenas suas opiniões sobre o etarismo, mas também sobre seus sonhos pessoais e a esperança por dias melhores para o Planeta Terra. Ela afirmou que seus sonhos são muito particulares, mas que incluem também o desejo por um mundo mais próspero e sustentável.

“Tenho muitos sonhos: quero trabalhar até fisicamente não conseguir mais, saúde, amor e que o planeta se cure. Quero um país melhor, que não exista mais foro privilegiado, que exista prisão em segunda instância e que a fome e a guerra acabem.”

Depois que Lucinha comemorou seus 40 anos, ela contou que os julgamentos e críticas sobre sua idade e aparência começaram a aparecer entre diálogos.

“Passei a ouvir uma palavra que acho que vai me acompanhar até o resto da vida: o ainda. A partir dos 40, após as pessoas me conhecerem pessoalmente, passei a ouvir: ’Nossa, você está bonita ainda!’. É como se você não merecesse continuar bonita, saudável, alegre, estudando e querendo alguma coisa depois de uma certa idade.”

A artista ainda contou que muita coisa muda com a idade, claro, mas que as mulheres não deixam de fazer o que gostam e que ainda há muito julgamento e preconceito perante a sociedade. Por isso o etarismo “limita” as pessoas, e talvez esse seja o medo do envelhecimento.

“Entrar para os 70 não me assustou. Nos 40 eu me achei um máximo, nos 50 me senti forte e disse, ‘ok, agora sou uma senhora e já sei o que eu não quero’, mas nos 60 foi esquisito e pesado. Fiquei assustadíssima. Agora não tenho mais medo. É um dia de cada vez tendo certeza que o hoje é o melhor dos tempos.”

O que é etarismo

Como comentamos anteriormente, o etarismo é um preconceito que as pessoas têm com os mais velhos, por exemplo, achar que eles não são mais capazes de fazer algo, ou simplesmente invalidar a própria pessoa devido à velhice. Esse rótulo que a sociedade coloca sobre o envelhecimento está ligado a diversos fatores da vida, como vestimentas, mercado de trabalho, etc., ou seja, um idoso não “pode” ter os mesmos privilégios que um jovem.

O idadismo, infelizmente, tornou-se algo comum e é normal ver um grupo de pessoas que têm medo do envelhecimento, e que se tornam, desde cedo, adeptas a procedimentos dos mais simples até os mais invasivos. Será que tudo isso vale a pena mesmo? Pois, cedo ou tarde, todos nós vamos envelhecer.

Assim como Lucinha, muitas celebridades são contra os estereótipos da idade e discutem abertamente esse assunto. A modelo Rosa Saito, inclusive, comentou sobre a pauta em entrevista ao jornal CNN: “Mesmo que esteja na flor da juventude, é o momento de a pessoa realmente parar, pensar, pôr a mão na cabeça, porque são pessoas que já vivenciaram, que têm experiência. Então, seja no trabalho ou dentro de casa, são pessoas que têm uma carga tão grande de sabedoria, de vivência, que têm que ser respeitados. As pessoas têm que se pôr no lugar”.

A visibilidade que as estrelas dão a esse tema são de suma importância pois, segundo uma médica em entrevista à CNN, o preconceito contra a idade pode afetar a saúde mental das pessoas mais velhas, além de impactar o cotidiano delas.

Mulheres que também se amam e aceitam a idade delas

  • Tenho 74 anos, mas não tenho rugas, só uso um batom e rímel. Sou assim natural, sempre fui magra e peso 37 quilos, tenho corpo de modelo. Eu me acho linda mesmo com a minha idade e também me vejo muito bem, sou muito feliz. © Rosana Ferrari / Facebook
  • Até hoje, acho que não existe coisa mais linda que a natureza da vida, como crescer, envelhecer e não ter vergonha disso. É o presente mais belo que se pode ter. Viva a vida sem medo ser quem você é. © Amanda Araujo / Facebook

  • Envelhecer é você olhar para trás e dizer: “Sou feliz, eu estou viva”. É uma coisa linda, é como se você fosse uma borboleta em fase de metamorfose, não sentir vergonha e sim orgulho por ser agraciada com esse presente. Muitos irão te olhar e dizer: “Poxa, você está diferente.”, mas o sentimento que prevalece é a honra, pois mesmo que você tenha envelhecido, aquela pessoa te reconheceu, então nada vai mudar, afinal, você será a mesma, só que mais velha. Resumindo, cada vez que fazemos aniversário devemos por mais um ano de vida. © Maria Anunciada Oliveira Espirito Santo / Facebook

  • Nunca fui fã de maquiagem e outros sortilégios, tanto é que, aos meus 70 anos, continuo do mesmo jeito que sempre fui. As pessoas ficam admiradas quando revelo a minha idade e até perguntam: “Cadê as rugas?”. Creio que aceitar o envelhecimento contribuiu muito para a minha aparência. © Rai Ramos / Facebook

  • Não importa como você envelhece, desde que esteja feliz consigo mesmo. Precisamos encarar que os padrões precisam mudar, pois, hoje em dia se vive muito mais do que antigamente. Sem falar no rótulo da mulher “velha” antes dos 30, é muita pressão, não dá, isso tem que mudar. © Eleusa De Souza da Silva / Facebook
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