Este homem encontrou seu antepassado de 9.000 anos atrás

Curiosidades
há 10 meses

Como você se sentiria se encontrasse acidentalmente seu parente que viveu por volta de 9.000 anos atrás? Foi exatamente isso o que aconteceu com Adrian Targett, um professor de história aposentado de Somerset, na Inglaterra. Ele notou um rosto familiar na primeira página de vários jornais. Era a imagem do chamado Cheddar Man. (Soa a queijo, certo? Enfim...) Seu esqueleto foi descoberto em 1903 no Desfiladeiro Cheddar, perto de Somerset. (Agora isso faz sentido.) Os cientistas usaram seu DNA como modelo para criar um retrato de um dos humanos mais antigos encontrados na Grã-Bretanha que viveu no Período Mesolítico (entre 10.000 e 8.000 antes de Cristo). A análise inicial do DNA do Cheddar Man mostrou que ele era um representante típico da sociedade de caçadores-coletores da Europa Ocidental. Anos mais tarde, com o uso de novas tecnologias, os cientistas conseguiram estabelecer que ele tinha cabelo castanho escuro ou preto, pele escura e olhos azuis brilhantes.

Em 1997, pesquisadores analisaram material genético retirado da cavidade de um dos dentes molares do Cheddar Man e o compararam com amostras retiradas de moradores locais cujas famílias viviam na região de Cheddar há séculos. O teste descobriu que o Sr. Targett era, de fato, descendente direto do Cheddar Man. Os genes foram passados de pai para filho através de 300 gerações. A única diferença óbvia na aparência entre os dois era a coloração da pele. Como os humanos migraram para o norte do áspero sol africano há muitos milhares de anos, sua pele ficou mais clara para absorver mais luz solar e vitamina D. Mas este processo não aconteceu da noite para o dia. Portanto, a pele do Cheddar Man é muito mais escura que a de sua prole, que nasceu sob o frio do sol britânico.

O senhor Targett admitiu que não sabia o que sentia sobre os resultados do teste. Mas ele não ficou surpreso, pois reconheceu a forma de seu nariz e olhos azuis brilhantes no rosto do seu ancestral. Seu nome acabou no Livro Guinness dos Recordes como o mais distante descendente rastreado pelo DNA. Estudar o Cheddar Man também abriu novas evidências de quando e como a agricultura chegou às Ilhas Britânicas. Os pesquisadores concluíram que o herói da época fazia parte de um grupo ampliado de famílias de cerca de 30 pessoas. Parece que eles chegaram depois que o mamute lanoso tinha desaparecido, mas antes de a agricultura se tornar algo na área.

A mais antiga árvore genealógica rastreável antes do caso do senhor Targett se estendia para 5.200 anos atrás, sendo mais antiga que Roma. A linhagem do clã chinês Kang se estende por mais de 80 gerações. Ela inclui mais de 2 milhões de pessoas, e uma delas é o famoso filósofo Confúcio! E ainda possui o título da mais precisa árvore genealógica mais longa.

Já se perguntou quantos antepassados você tem? Vamos fazer algumas contas aqui. Então, primeiro, são 2 pais, 4 avós, 8 bisavós... Sim, se continuarmos multiplicando por 2 e voltarmos 10 gerações, teremos 1.204 antepassados. Parece uma grande multidão, mas 10 gerações não são assim tantas quando se trata de milhares de anos de história humana. Cerca de 20 gerações, ou 400 anos atrás, cada um de nós deveria ter cerca de um milhão de antepassados, e 800 anos atrás — um trilhão de antepassados! Em teoria, isso nos deixa com centenas de trilhões de pessoas, o que é praticamente impossível, já que nunca houve tanta gente na Terra.

Imagine que há cerca de mil anos vivia um homem. A filha dele era avó de 33º grau (trigésimo terceiro grau) da sua mãe, e o filho dele era o avô de 33º grau do seu pai. Isso significaria que ele está em dois ramos de sua árvore genealógica, tanto do lado de sua mãe como do lado de seu pai. A maioria das pessoas que viviam naquela época apareceriam em nossas árvores genealógicas não apenas duas, mas milhares de vezes. Havia apenas cerca de 200 milhões de pessoas na Terra naquela época. Isso significa que cada uma delas teria que aparecer 5.000 vezes na árvore genealógica de cada um de nós que vivemos hoje. Mas a vida não é assim tão matematicamente. Algumas pessoas do passado nunca tiveram filhos, e outras tiveram muitos filhos, o que significa que apareceriam nas árvores de muitas, muitas pessoas.

Steve Olson, autor do livro “Mapping Human History”, usou a ajuda de um estatístico, um cientista da computação e um supercomputador para calcular o quão interligada é a árvore genealógica humana. Se você voltasse no tempo de 2.000 a 5.000 anos, conheceria um humano que poderia chamar de seus descendentes todos que atualmente vivem. Uma viagem um pouco mais adiante no tempo, digamos 5.000 a 7.000 anos atrás, permitiria que todos os que vivem hoje conhecessem seus antepassados, e que seriam as mesmas pessoas. Isto sustenta a teoria de que nossas árvores genealógicas não são pirâmides invertidas que continuam se alargando infinitamente, mas sim diamantes. Você começa a partir de si mesmo, e ao recuar várias gerações, o vê crescer cada vez mais. Então, em algum momento, a árvore começa a se estreitar até descer para apenas alguns antepassados e até mesmo para uma pessoa. Esta pessoa provavelmente viveu alguns milhares de anos atrás, durante o reinado de Tutancâmon ou talvez durante a Idade de Ouro da Grécia antiga. Eles não fizeram nada particularmente notável, e nunca souberam que se tornariam os ancestrais de quase 8 bilhões de pessoas que vivem hoje no nosso planeta.

Portanto, da próxima vez que visitar uma exposição de arte egípcia do tempo em que as pirâmides eram construídas, lembre-se que cada hieróglifo e cada peça de joalheria ali foi criada por um de seus tatara-tatara-tatara-vezes-mil-avós. E aquela múmia no centro do salão — muito provavelmente é seu ancestral também. Em média, a maioria de nós pode rastrear nossos antepassados com alta precisão até o século XVII. Se você decidir construir sua árvore genealógica, tem que pesquisar e aprender o máximo que puder sobre seus antepassados. Comece em casa e estude todos os papéis e fotos que puder encontrar no sótão ou no porão. Cartas, especialmente aquelas com datas, diplomas, boletins, diários e cartões postais, serão todos seus melhores amigos na busca. Você também pode consultar a biblioteca ou arquivos locais. Eles devem ter registros do censo que possam ajudá-lo. Os resultados de sua busca dependerão do status social de seus antepassados e da riqueza passada. É sempre mais fácil encontrar dados sobre alguém rico e importante para sua comunidade.

Em alguns casos, os registros de nascimento podem ter sido destruídos ou extraviados. Suas origens também podem afetar a busca, pois muitas culturas tinham histórias orais e não registravam nada por escrito. Na Europa Ocidental, começaram a manter registros genealógicos durante o século XVI. Antes disso, os membros da família memorizavam toda a sua linhagem e, claro, lembravam-se principalmente apenas dos nomes. Às vezes, eles também se lembravam de grandes eventos ao lado de antepassados-chave. Em alguns casos, nos tempos antigos, a genealogia ajudava a encontrar o herdeiro legítimo ao trono. Membros da realeza e da nobreza que eram candidatos ao cargo apresentavam suas árvores genealógicas, assim como você envia agora seu currículo e sua carta de recomendação. Os Estados Unidos só começaram a manter registros de linhagem por volta de 1910. A Suíça tem registros que remontam a mais de 700 anos. A China, para comparação, vem fazendo isso há mais de 2000 anos. Outra fonte de conhecimento inestimável são seus parentes mais velhos. Cada artefato que você encontrar e mostrar a eles, muito provavelmente incentivará uma longa e interessante história cheia de nomes e detalhes.

Há muitos sites gratuitos que o ajudarão a organizar as informações que você encontrar. Quanto mais usuários o site tiver, maior a probabilidade de você encontrar alguns de seus antepassados na árvore de outra pessoa. Você também pode usar suas descobertas, especialmente histórias que consegue recuperar, para escrever seu livro de história de família. Esteja preparado para que esta pesquisa possa levar muitos anos. Quanto mais ancestrais você encontrar, mais você ainda terá para descobrir. No caso de preferir a biologia à papelada, você pode tentar fazer um teste de DNA dos antepassados. Cientistas analisarão seu material genético para traçar os caminhos de migração de seus ancestrais antigos de mil anos atrás e lhe darão algumas informações sobre suas raízes ancestrais. Mas você não aprenderá muito sobre quem eram seus parentes. Os testes atuais não podem remontar a mais de 8 gerações. Há muitos serviços de testes disponíveis, e se você escolher aqueles com um grande banco de dados, terá mais chances de conseguir uma correspondência com outras pessoas que procuram por antepassados. Feliz procura!

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