10 Fatos sobre o caráter e comportamento dos gatos que foram contados por uma psicóloga de animais

há 4 anos

Embora os gatos tenham uma reputação de serem independentes, eles não se desempenham muito bem sem o cuidado e a atenção de seus donos. Os animais de estimação não são capazes de dizer o que querem, e muitas coisas em seu comportamento nós não entendemos ou simplesmente tentamos adivinhar o que significa.

Nós do Incrível.club temos certeza de que você pode entrar em um consenso com qualquer gato se estudar seus hábitos corretamente. A psicóloga zoológica Marina Zherebilova decidiu compartilhar sua opinião profissional de se comunicar com essas criaturas misteriosas, que, ao que parece, não são assim tão difíceis de entender.

1. Humor

Em situações nas quais os gatos não se satisfazem total ou parcialmente, eles ficam frustrados.

Para quem gosta de entreter o animal com o laser, precisa entender que para o gato isso é um jogo sem resultados. Não é apenas o processo que importa, mas também a conquista: quando o animal prende as garras no corpo da vítima, ele fica imediatamente eufórico por causa da súbita liberação de endorfina na corrente sanguínea. Mas um gato nunca vai conseguir o que deseja correndo atrás de um laser. Brincar com um animal zangado apontando uma luz para diversos lugares o levará a ter um comportamento mais agressivo.

Se você o deixa de jejum para fazer algum exame de sangue ou quando precisa ser operado, esse animal também se sentirá frustrado, caso esteja acostumado a comer em um determinado horário. A melhor maneira de amenizar a situação é distraí-lo com outras atividades para que ele não pense em comida: procurar, verificar, caçar, “passear” nos ombros do dono pela casa.

Caso você feche a porta, mesmo que por acaso, do lugar onde está caixinha de areia, ele não vai entender por que não pode ir ao banheiro quando está com vontade. Olá, frustração! E como consequência disso, você terá um gato sujo, que pode adquirir uma doença urinária por estar forçando-o a segurar a vontade de fazer as suas necessidades.

2. Desamparo forçado

Qualquer ação sem resultado leva à frustração. E qualquer ação com consequências negativas leva ao chamado desamparo forçado. Por exemplo, o gato se aproximou do dono porque está entediado. Ele te cutuca, roça e mia, e ao invés de brincar, você começa a fazer carinho ou alimentá-lo, mas não era isso que ele estava pedindo. O gato não quer carícias ou comer, ele quer brincar: está preocupado com o excesso de energia acumulada durante o dia. E então, digamos, que você decida brincar, mas logo depois para a brincadeira repentinamente. Isso é entendido como uma punição, que o deixa sem saber o motivo do castigo. Tudo estava tão bem. O fim do jogo deve ser através de reforços. Você dá alguma guloseima, e isso é imediatamente entendido como uma premiação pelo jogo. O gato faz uma associação positiva.

3. Apetite

O apetite de um gato é um indicador importante da sua condição física. E se depois de realmente verificar que a saúde do seu animalzinho está boa, então as razões para a mudança de apetite podem ser de natureza psicológica.

  • Estresse agudo. Caracteriza-se pela recusa de alimentos ou pela redução do apetite. Acontece depois de se mudar para uma nova residência, por exemplo. Quanto mais cedo o animal for capaz de sair desse estado, menos danos ao corpo causará a fome por estresse.
  • Estresse crônico. É característica de gatos com transtorno de ansiedade (ele se alimenta como forma de compensar o fato de que o ambiente externo não é seguro e por achar que está “rodeado de inimigos”). É necessário entender a fundo a razão desse comportamento: medo de outros animais ou pessoas, medo do território onde vive, e assim por diante.
  • Síndrome bulímica. O gato come, mas engole grandes quantidades de comida, e depois vomita. Também vale a pena descobrir a origem desse comportamento e, além disso, dar comida em pequenas porções, mas com frequência (às vezes, é necessário dar comida em micropedaços). Para isso, o que funciona melhor é o treinamento por clique: tigelas especiais e formas de alimentação, nas quais o animal precisa “ganhar” uma porção de comida.
  • Comer em excesso compulsivamente. Isso é quando o animal passa fome o tempo todo. O gato busca por comida, implora para o dono, procura no lixo, o animal come até mesmo produtos atípicos e prejudiciais. É necessário evitar o acesso à lata de lixo, não deixar nenhum alimento em superfícies e analisar a composição da ração para entender se o animal está realmente sendo nutrido ou se há alguma falta de substâncias essenciais.

4. Maus hábitos

A “Síndrome de Pica”, ou apetite compulsivo, é o desejo de se alimentar de objetos não comestíveis. Razões: falta de nutrientes na dieta e mau equilíbrio de minerais. Anomalias comportamentais — neurose obsessiva ou TOC (transtorno obsessivo-compulsivo). ⠀

A primeira coisa a se fazer é verificar com seu veterinário para saber se o intestino do animal está funcionando corretamente, se há presença de algum parasita que esteja causando alguma deficiência nutritiva ou anemia, e também fazer exame de leucócitos.

Em seguida, observa-se o comportamento, que é um problema complexo. Existem estudos que revelam desordens mais frequentemente em gatos que tiveram uma transição abrupta ou incorreta do leite materno para alimentos sólidos, assim como o desmame precoce da mãe.

5. Agressão

Há muitos tipos de agressão. Às vezes, lidamos com uma combinação de vários tipos diferentes. O que devemos fazer se o gato estiver violento?

  • Não tente pegar um animal agressivo no colo para acalmá-lo. Existe uma coisa chamada estado de euforia. Nem o humano nem o animal estão pensando logicamente, e você pode acabar se ferindo gravemente.

  • Jogue algum casaco, cobertor ou toalha no animal para que ele fique “no escuro” e isso o deixará um pouco desorientado. Ele só pode ser apanhado no colo quando estiver coberto, por isso é melhor embrulhá-lo com cuidado.

  • Não fale alto, quanto menos grite. Faça tudo em silêncio: um grito pode instigar o comportamento agressivo e ele pode acabar associando a sua voz com algo desagradável.

  • Deixe o animal isolado de 10 a 15 minutos em um quarto escuro, ainda coberto. O silêncio e a escuridão vão ajudar a tirar seu bichinho desse estado de euforia.

  • Após 15 minutos, deixe o gato sair, e certifique-se de esconder ou tirar aquilo que causou a agressão (objeto, som, outro animal). Libere-o em um ambiente calmo e agradável: você pode distraí-lo com alguma coisa ou oferecer alguma guloseima; o principal é não irritá-lo novamente.

6. Apresentando novos amigos

Adoro o método do arranhador pela sua eficácia para que gatos novos se conheçam. Se 2 gatos já estão acostumados a afiar suas garras com o arranhador, o método é o seguinte:

  • Deve-se adquirir 2 arranhadores novos e sem cheiro.

  • Devemos encorajar cada gato a usar o seu próprio arranhador — por exemplo, mostrando-lhe um cadarço para entretê-los.

  • Troque os arranhadores de ambos os gatos e, da mesma forma, use um cadarço para atraí-los e motivá-los a usar o objeto.

    Repita isso diariamente antes de deixar os gatos se verem. O ponto do método é que gatos que vivem juntos tendem a afiar as unhas no mesmo local, o que deixa o cheiro do animal no objeto. Se 2 gatos usarem o mesmo arranhador, eles vão se acostumar com o cheiro um do outro e, assim, forma-se um cheiro em comum — o cheiro de família.

7. Plantas e gatos

Um fato infeliz é que quase todas as flores caseiras são tóxicas para gatos. Como a lista de plantas perigosas é muito longa, sugiro lembrar da lista de plantas seguras e também daquelas que distraem a atenção do gato de plantas perigosas, se essas crescem em proximidade:

  • schisandra chinensis;
  • tangerina;
  • cactos (não é perigoso porque os gatos não são estúpidos e não encostam nos espinhos; devem ser plantados em grupo, caso contrário os vasos pequenos individuais serão derrubados no chão depois do primeiro “ataque”);
  • begônias;

  • camélias;
  • dracaena, exceto a marginata (relativamente segura);

  • violetas caseiras (também relativamente seguras).

Flores individuais cortadas devem estar fora do alcance: além da toxicidade natural, elas também são processadas por vários produtos químicos. Para que seu gato não mastigue as flores, ele precisa ter uma alternativa — pequenas ervas e vegetais seguros para consumo: cereais, catnip, hortelã, melissa, tomilho, espinafre, rúcula e aipo.

8. Cães e gatos

Vejamos o mundo dos cães e gatos. Quando vê um cão, o gato tende a fugir, o que é visto pelo cachorro como um convite para brincar. Naturalmente, o cão vai perseguir o gato. Ou vice-versa, o gato pode também perseguir o cachorro: depois de avaliar a força e o tamanho do concorrente, ele deixa claro que não quer ver ninguém no seu território.

  • Ao adotar um gatinho que viverá junto de um cachorro, é importante que nos primeiros momentos ele esteja fora do alcance de visão do cão, numa sala separada.

  • Mantenha-os longe um do outro: o gato certamente terá medo do cachorro e será forçado a se defender com garras e miados!

  • Alimente ambos individualmente em locais separados.

  • Um gato pode ficar muito estressado se sentir que o cachorro está do outro lado da porta.

  • Quando for passar a mão nele, certifique-se de que suas mãos estejam limpas e sem o cheiro do outro animal. Para o cachorro, no entanto, faça carinho nele depois do gato para que se habitue com o cheiro do novo inquilino. Para o felino você pode trazer alguns brinquedos com o cheiro do cachorro.

  • Não castigue o seu cão se ele estiver tentando chegar perto do gato ou latindo para ele, basta distraí-lo com algum brinquedo. Os cães entendem bem os comandos e estão dispostos a obedecer, se tiverem uma boa relação com seus donos.

  • Depois de alguns dias, leve o gato para a área do cachorro, enquanto ele estiver passeando fora de casa. Pouco a pouco. E não permita que eles se encontrem antes do tempo!

  • O cão pode ver o gato pela primeira vez a uma distância de 2 metros, e é essencial que o cachorro esteja na coleira. É importante acostumá-lo a não ver o gatinho como uma presa, e em caso de reação negativa, você poderá mantê-lo sob controle.

9. Remoção cirúrgica das garras

Os gatos são criaturas que andam nas pontas dos pés, ou seja, nos dedos. As garras, portanto, são importantes para isso. Não é recomendado em nenhuma circunstância fazer a onychectomy — amputação das falanges superiores dos dedos, juntamente com as garras. Além do fato de que tal procedimento é simplesmente desumano, o gato terá que aprender a andar de uma maneira completamente nova.

Se estiver preocupado com a mobília de casa, há opções mais apropriadas para resolver isso, visto que eles precisam afiar suas unhas independentemente da superfície usada.

  • Uma opção é cortar suas unhas constantemente. Isso é bem fácil e você pode fazer em casa mesmo, sozinho, ou levá-lo à um centro de estética uma vez por mês.
  • Mude a textura da mobília cobrindo-a com outro tipo de tecido.
  • Ofereça-os outros locais adequados para afiar as unhas. Há uma grande variedade de arranhadores hoje em dia. O ideal é que se tenham vários e diferentes, e um em cada cômodo da casa.

10. Contato físico

Pesquisas recentes sobre o comportamento dos gatos domésticos têm revelado resultados interessantes: os animais de estimação nem sempre gostam de afeição por parte de seus donos. Especialistas de universidades de medicina veterinária no Brasil, Reino Unido e Áustria descobriram que gatos frequentemente sentem ansiedade e tensão no contato humano. Portanto, para não sujeitá-los ao estresse constante, o dono deve evitar carícias frequentes e outros tipos de afeição física com seus animais.

Um dos supervisores do experimento disse que os gatos que se estressam mais são aqueles que permitem as carícias mesmo quando não querem. Os animais que eram frequentemente e persistentemente acariciados pelos seus donos tinham níveis elevados de cortisol, o hormônio do estresse. Além disso, se você tiver muitos gatos, certifique-se de que cada gato tenha seu espaço pessoal, produtos de higiene individuais e suas próprias tigelas.

E você, já consegue entender seu companheiro com facilidade? Comente!

Imagem de capa catlogica / instagram

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SE A PESSOA ACHA QUE DEVE AMPUTAR A UNHA DO GATO PARA PROTEGER SUA PRECIOSA MOBILIA,A DICA É :NÃO TENHA UM GATO.

NEM CACHORRO NA VERDADE.

ANIMAIS PRECISAM DE ESPAÇO, BRINQUEDOS, CUIDADOS DE UM DONO RESPONSÁVEL.

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