Uma famosa psicóloga contou por que já está na hora de abandonar o sonho de se transformar em uma mãe ideal

Psicologia
há 4 anos

O nascimento de um bebê expõe no coração de uma mulher todos os seus complexos, medos e ressentimentos, segundo a psicóloga e médica Olga Tovpeko, fundadora da Escola de Psicologia para Mães. Fadiga, descarga de um dia ruim em seus familiares, insatisfação consigo mesma e com a própria vida são os problemas das mães de primeira viagem que recorrem a um especialista com mais frequência. Uma vez que eles sejam resolvidos, superando suas preocupações e compreendendo a si mesma, a mulher encontra não apenas paz em sua alma, mas também harmonia no lar. E nenhuma privação de sono ou birras de criança voltarão a tirá-la do sério novamente.

Incrível.club observou algumas verdades que essa psicóloga de família buscar repetir para suas clientes, para que possam finalmente relaxar, aceitar suas imperfeições e criar filhos felizes.

№ 1: mães ideais não existem, aceite isso

O mais importante em uma mãe não é viver de acordo com alguns estereótipos, valores, dogmas e outros, o principal é ser ela mesma. É isso que proporciona uma oportunidade maravilhosa para criar um filho feliz. O melhor presente que você pode dar a uma criança não é a tática correta ou as ações adequadas, mas um contato direto com sua alma, aceitando a si mesma e a integridade e coerência internas.

Mas ser você mesma não é um resultado que se pode obter como nos esportes, nem é um produto a ser comprado em uma loja. Este é um caminho a seguir, uma jornada para o autoconhecimento, a cura de feridas abertas desde a infância, a aceitação de sua dureza e irregularidades da alma... Mas este caminho é o que leva até a felicidade, uma profunda plenitude interior e satisfação, tanto para a mãe quanto para o filho.

№ 2: se você simplesmente começar a se amar, as relações familiares também vão melhorar

Realmente é desse jeito. Não é surpresa que muitas vezes nesta área surge uma mistura de conceitos. A autoestima é percebida como uma bravata (“que todos me deixem em paz, vou fazer o que eu quiser, porque me amo!”); ou como uma autopiedade (“não faço nada direito, bem, tudo bem, continuarei no limite da vida”). Um amor verdadeiro por si mesma, como o amor pelas crianças, é sempre um equilíbrio entre sensibilidade e firmeza, compreensão e disciplina.

№ 3: sua “criança interior” influencia significativamente na sua relação com seus filhos

Figurativamente falando, a “criança interior” é um grupo de necessidades que refletem os aspectos mais vulneráveis de sua personalidade: o desejo de ter apoio, proteção e calor humano. Se na infância essas necessidades são satisfeitas, você raramente voltará a sentir uma dependência tão forte de um apoio externo. Internamente sempre habita uma “mãe” que a apoia. Mas se não conseguir satisfazer essas necessidades sutis, sua “criança interior” permanecerá imatura.

A “criança interior” que sofre não é sua culpa, mas sua responsabilidade. Você precisa desenvolver sua “mãe interior”, que cuidará de sua “menina interior”. Ao atender suas necessidades, também pode ajudar seu filho efetivamente. Então, ganhará força para dar o próximo passo: “Sim, ele não quer se vestir, mas eu sou uma adulta, posso entendê-lo e encontrar argumentos convincentes”. Você aprenderá a distinguir claramente o que causou uma ou outra emoção particular em si mesma: o comportamento de seu filho, seus sentimentos de infância ou um simples cansaço.

№ 4: as crianças nem sempre sentem falta da sua atenção

Outro dos meus mitos favoritos e populares entre as mães: “Meu filho não recebe atenção suficiente de mim.” Para todos os problemas, o mesmo remédio. Esse mito abrange todos os buracos da psicologia popular, especialmente quando não há compreensão competente do problema e de sua solução.

O desejo das mães de hoje em dia, de dar mais atenção aos seus filhos do que receberam durante a infância, leva ao outro extremo: concentrar-se completamente na neles, cujas consequências sentiremos claramente depois de 5, 10, 15 anos. Essa atitude tornou-se uma tendência moderna de educação, quando as necessidades da criança ocupam a parte mais alta da pirâmide, muitas vezes em detrimento do resto dos membros da família.

É uma tentativa de dar tudo ao filho, protegê-lo de seus medos e sofrimentos, organizar o máximo possível de atividades de entretenimento e lazer. Não se sabe o que é pior: parentalidade baseada na crítica de nossa própria infância ou aquela de “eu estou aqui para tudo o que a criança precisar” de hoje em dia.

Esse fenômeno leva ao egoísmo, à tirania infantil, a fazer o que se quer sem levar os outros em conta, à grosseria nas respostas, à falta de respeito pelos demais e à arrogância... E, graças a isso, também aumenta a falta de interesse na vida, diminui a motivação, aumenta a passividade e a dependência e vícios. E isso apesar de os pais estarem tentando dar tudo e mais um pouco aos filhos. Mas o que se ganha sem esforço não é apreciado.

№ 5: não dá tempo para nada porque você quer muito de si mesma e da vida

Ser bonita e amamentar, estar magra e trabalhar, ser elegante e bem-sucedida. Uma lista realmente grande e que é impossível de alcançar.

Por que a mulher de hoje em dia está tão cansada?

  • Somos filhas de nossas mães, que se sacrificaram, fazendo tudo apenas pelo bem dos outros, renunciando a seus próprios interesses. E nós fazemos o mesmo!
  • Um individualismo crescente. Não sabemos o que significa viver em uma grande família. Em nossa cultura, cada mãe faz tudo sozinha.
  • Uma priorização incorreta. Achamos que seremos mais úteis se prepararmos o jantar, passarmos as roupas e fizermos a limpeza.

Agindo sob a influência dessa lógica, negamos o descanso e a renovação a nós mesmas. No entanto, para uma mulher seu estado físico e de humor, bem como energia, são a coisa mais importante.

№ 6: relacionamentos pouco saudáveis com a própria mãe intoxicam a maternidade

Muitas mulheres vivem em conflito com suas mães, sofrem, reclamam, mas não mudam nada. O problema não é que você tenha um relacionamento ruim com sua mãe, mas que tenha um mau relacionamento consigo mesma.

Você nem precisa que sua mãe esteja por perto para se sentir como uma mãe ruim. Essa insegurança em si mesma já tomou raízes profundas em seu subconsciente. E essa mesma atitude, inconscientemente, transmitimos aos nossos filhos.

№ 7: para se sentir descansada, você não precisa de mais tempo, mas saber como relaxar

Muitas vezes, o problema não é que não temos tempo para descansar, mas não podemos relaxar. Lembre-se: quando lhe sobram 10 a 15 minutos livres, você consegue relaxar, libertar-se dos pensamentos que estão galopando em sua mente? Para aprender a fazer isso completamente, é necessário dominar a arte de permanecer no aqui e agora, desenvolver a capacidade de liberar algumas coisas e desabilitar o controle sobre tudo e todos.

Aqui apresentamos algumas dicas para você relaxar:

  • Respiração. Concentre-se na respiração e esforce-se para observar como você respira: uma inspiração suave contínua com uma expiração.
  • Tensão muscular. Sente-se e observe simplesmente quais músculos estão relaxados e quais estão comprimidos. Contraia os músculos tensos e depois relaxe-os.
  • Memórias. Lembre-se dos lugares e situações em que você se sentiu verdadeiramente relaxado e agradável, recrie esses sentimentos.
  • Sons. Ouça os sons da natureza que, involuntariamente, forçam você a desacelerar e apegue-se àquilo que está ao seu redor.

Mas, é claro, tudo isso não funcionará se você estiver resolvendo problemas e a ansiedade invadir seu interior: você não pode perder o ritmo por um minuto, caso contrário entrará em pânico! Imagine suas preocupações na forma de ondas que a inundam. Coloque tudo em pausa e se faça a seguinte pergunta: por que me preocupo agora? Por que é tão importante para mim manter o controle?

Quando encontrar as respostas para essas perguntas, imagine que essas ondas se acalmam e a superfície da água se torna plana. Faça pelo menos duas sessões de 5 minutos por dia, dedicando-as ao verdadeiro relaxamento mental. Observe como isso modifica seu estado.

№ 8: o comportamento do seu filho incomoda mais quanto mais estressada você está

Não vale a pena proibir que as crianças extravasem suas emoções negativas. A proibição da ira, que nós mesmos experimentamos quando éramos pequenos, nos faz temer a ira infantil. O descontentamento se considerava vergonhoso, repugnante: como você pode ser rude com sua irmã? Dizer isso à sua mãe? Tirar o brinquedo do Marcelinho?

Há um mito de que a raiva prejudica as crianças, por isso a mãe não pode ficar com raiva. Não está certo. Não é a raiva em si que dói, mas a maneira como ela se expressa. Entrar em contato com a raiva dos pais é benéfico para os filhos.

A estabilidade de uma mãe depende de seu “recipiente interior”: isso é o que chamo de capacidade de suportar seus próprios sentimentos. Uma mãe com um bom “recipiente” fica zangada quando a criança faz barulho, mas resiste a esse sentimento, mantendo a gentileza em relação ao seu pequeno e as forças para redirigi-lo. Se o recipiente é do tamanho de uma caixa de fósforos, a frustração não cabe dentro e cai sobre a criança sem ter sido reciclada. Às vezes, as mães até esperam que seus filhos se tornem um “recipiente” para elas, buscando conforto neles.

№ 9: você fica brava com a criança porque não sabe como “lidar” com seus sentimentos

Na base de um balanço emocional, muitas vezes há a sensação de profunda ansiedade e culpa, desamparo e inutilidade. Aqui estão algumas dicas sobre como parar de descarregar sua energia ruim com seu filho:

  • Elabore uma lista dos seus “botões vermelhos”. Faça um inventário do que a tira do sério e a provoca.
  • Classifique sua raiva em vários níveis de intensidade: verde, “isso me incomoda um pouco, mas pode ser tolerado”; amarelo: “estou muito infeliz e vou sair do meu eixo”; vermelho, “estou furiosa, que todos saiam do meu caminho”.
  • Determine como você passa de um nível a outro. Veja o que a ajuda a ficar na zona amarela. Invente uma ação secreta para quando entrar nela: vá beber água, ligue a cafeteira, mexa as pernas. É melhor lixar as unhas do que gritar com o seu filho.
  • Pratique: quando o botão vermelho apontar no horizonte, separe os pés na largura dos ombros, inspire profundamente e expire. Olhe ao seu redor: o que vê, o que ouve, o que sente. Olhe para o seu filho, realmente olhe para ele: quantos anos ele tem? Ele entende o que está acontecendo agora? O que você está exigindo dele?
  • Se ainda assim a raiva não passar, execute uma ação secreta para destruir o piloto automático. Se, apesar disso, isso não passar, dê toques de leve na sua testa, na borda da palma da mão, nas bochechas, no peito.

№ 10: é difícil para sua família apreciar a sua contribuição para ela quando você mesma não a valoriza

A autossatisfação costuma falhar em muitas mães. Eles se dedicam completamente, mas ainda sentem que isso não é suficiente, se culpam e se submetem a uma autocrítica agonizante.

  • Celebre mentalmente a menor conquista, todo o bem que você fez para si mesma, sua família e seus filhos. Por exemplo, você está cuidando de si, da casa, dos pequenos, do marido, dos relacionamentos familiares, fazendo algo útil para o mundo e para os estranhos.
  • Assim que perceber que fez algo bom, imagine que tenha uma flor para isso. Mentalmente, adicione as flores obtidas em um só lugar. No final do dia, olhe ao redor e calcule quantas delas você recebeu. Contemple esta beleza e observe seus sentimentos.

Você concorda que os problemas de nossa própria infância nos fazem reagir emocionalmente em excesso à desobediência de uma criança?

Ilustrador Igor Polushin exclusivo para Incrível.club

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