Psicoterapeuta russo questiona a validade de conceitos populares

Psicologia
há 5 anos

Falar de assuntos difíceis de maneira acessível, elegante e bem-humorada é um talento próprio do terapeuta russo da linha Gestalt Yevgueni Veritov. Com um estilo super engraçado, mas a mesmo tempo, bastante transparente e embasado, o jovem de Moscou vem conquistando um grande número de admiradores.

Incrível.club falou com Yevgueni e, com sua ajuda, reuniu algumas conclusões interessantes e muito precisas. Entendê-las não apenas facilitará sua vida, mas também ajudará você a se livrar de algumas confusões que só servem para complicar seu dia a dia.

Algumas coisas que todos deveriam entender sobre si mesmos

Apresentamos você a Yevgueni Veritov

  • Sua psique sempre ajuda você. É difícil acreditar nisso quando se está vivendo em um momento de ansiedade descontrolada, com a auto-estima prejudicada ou sob o sentimento de culpa. No entanto, todos os seus processos internos de doença têm o mesmo objetivo: permitir que você se adapte ao mundo. Desta forma, embora desconfortável, a psique luta para protegê-lo de experiências ainda mais dolorosas.
  • Achamos difícil enxergar coisas diferentes de nossas ideias sobre nós mesmos, mesmo que isso signifique uma melhora. É igualmente difícil para uma pessoa abandonar o pensamento de que é bem-sucedida ou que é fracassada.
  • O que não sabemos sobre nós mesmos nos controla mais do que o que sabemos.
  • A opinião dos outros nos preocupa muito menos do que pensamos. Ela nos afeta apenas quando entra em ressonância com a nossa própria opinião. Por exemplo, eu acho que ser tolo é ruim. Eu não quero ser assim, isto é, naturalmente tenho medo de ser tolo. Se alguém me chama de bobo, isso alimenta meu próprio medo interior e é por isso que me sinto pior.
  • Pensamento positivo é lixo. Na verdade, isso força você a ignorar seus próprios sentimentos, distraindo-o de problemas e de tarefas reais.
  • Se você ignorar seus sentimentos e suas emoções, então sua psique definitivamente tentará fazer com que pare com essa violência, às vezes muito drasticamente. Se ela ainda não fez isso, você ainda não esgotou sua paciência.

Algumas coisas que todos devem se lembrar, quando se comunicam com outras pessoas

  • Diga às pessoas o que sente. Desta forma, a longo prazo, isso fará bem a você e aos outros.
  • Quando você fala sobre seus sentimentos, use a frase “Eu me sinto ferido”, em vez de: “Você é um lixo”. Você tem mais chances de ser ouvido dessa maneira.
  • A confiança no outro é um presente importante que, em primeiro lugar, serve para você mesmo.
  • É ótimo quando respeitam seus sentimentos, valores e pensamentos, mas, em geral, ninguém (absolutamente ninguém) tem o dever de fazer isso. Se você pensa o contrário, provavelmente tem ou terá dificuldades.
  • A irritação, o descontentamento, o aborrecimento, a raiva e a agressão são emoções tão civilizadas e legais como todas as outras. Aceite isso e viva melhor.
  • A agressão é apenas um impulso usado para defender nosso espaço. E isso nem sempre requer algum tipo de perturbação: apenas franqueza e honestidade, especialmente consigo mesmo. Você nunca conseguirá defender seus interesses com firmeza e calma até admitir seus próprios sentimentos “ruins”.
  • Não se pergunte: “Uma pessoa pode realmente pensar / sentir / agir dessa maneira?” Sim, pode. Pode fazer até muito mais do que isso. Uma pessoa é uma coisa horrível. E também incrível.
  • Lembre-se: as pessoas se comportam como se comportam e fazem o que fazem não porque são mal nascidas, mas porque alguma coisa as fez ficar assim. Até mesmo o pior ser humano já percorreu algum caminho antes de se tornar o que é hoje e pode simplesmente não entender que pode agir de outra forma.
  • Essa consciência ajuda você a aceitar as pessoas, especialmente seus pais, e a deixar de lado algumas das situações da sua infância.
  • No entanto, o parágrafo anterior não o obriga em nada a aceitar aqueles de quem não gosta. A capacidade de recusar não é menos importante do que a capacidade de aceitar. Não se relacionar com pessoas que você não gosta é uma prática saudável e recompensadora.

O que deve ser considerado ao escolher um psicoterapeuta?

  • Ao escolher um especialista, é razoável se concentrar apenas em suas publicações e comentários sobre ele. Nenhum outro “indicador”, como a análise de sua foto em redes sociais, sua aparência, seu estado civil ou social tem relação direta com suas habilidades.
  • Se estão lhe prometendo alcançar resultados em X sessões, determinar a essência do problema em N minutos, ou curar algo em Z meses, vá embora sem pensar 2 vezes. Porque a terapia é um processo profundamente individual e complexo, que não dá para ser planejado. Se uma pessoa te convencer do contrário, é uma charlatã ou uma tem “síndrome de Deus”.
  • A qualidade do trabalho de um terapeuta só pode ser avaliada pelo conforto e naturalidade de sua sessão. Não é necessário que um terapeuta faça um número fixo de perguntas, registre suas respostas, siga uma lista de tópicos específicos ou te convença sobre algo.
  • Lembre-se de que um terapeuta não é obrigado a corresponder às suas ideias sobre decência e o que é ou não admissível. Ele pode cometer erros, como fumar, brigar com seus vizinhos e (oh, meu Deus!), sofrer de depressão. Isso porque ele também é uma pessoa com seus próprios gostos, caráter e problemas.
  • Ele tem responsabilidade profissional somente quando você é seu cliente. E não é necessário escolher um bom especialista que você não goste como pessoa. Nessas situações, a sensação de conforto é a indicadora.
  • Um especialista competente supervisiona o relacionamento com seu cliente. Para manter sua própria idoneidade, o psicoterapeuta em exercício visita regularmente um psicoterapeuta (supervisor). Se ele acha que não precisa de supervisão como especialista, isso pode ser um sinal muito ruim.

Pelas mesmas razões de “pureza” do trabalho com seu cliente, um terapeuta não se relaciona com ele durante seu tempo livre, nem se torna amigo, mesmo depois do fim da terapia.

Para mais informações sobre psicoterapia, consulte este site.

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Na minha humilde opinião, penso que TODOS deveríamos fazer terapia.
Todos mesmo

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