Filhas de mães que trabalham fora ganham mais do que as que tinham mães em tempo integral, diz estudo

Psicologia
há 4 anos

Voltar a trabalhar depois de ter um filho é uma necessidade de muitas mães. Elas precisam encontrar uma boa creche ou contratar uma pessoa para cuidar da criança enquanto estão fora. Algumas, ainda, têm a sorte de contar com as mães ou as sogras nessa tarefa. Muitas gostariam de dedicar tempo integral para cuidar dos pequenos, mas as necessidades econômicas exigem o contrário, obrigando-as a voltar ao mercado de trabalho.

Mas será que isso tem algum efeito positivo no futuro profissional de suas filhas? A ciência garante que sim.

Incrível.club compartilha com você diferentes pesquisas que mostram como o exemplo das mães tem influência na vida profissional de suas filhas. No final do post, você encontrará um bônus que trata da situação sob a ótica dos meninos.

O efeito das mães que trabalham

Um grupo de pesquisadores analisou dados coletados entre 2002 e 2013 pelo International Social Survey Programme em duas pesquisas: “Família e a mudança de papéis de gênero” e “Questionário básico sobre gerações e gênero”. A finalidade foi determinar quais eram os efeitos sobre os filhos e filhas de mães que trabalham fora. Os resultados, publicados pelo site da prestigiosa Harvard Business School, trouxeram boas notícias em termos econômicos, especialmente para as filhas. Já os garotos, segundo a pesquisa, são beneficiados sob o aspecto familiar.

Carreiras longas

As pesquisas foram aplicadas em cerca de 100 mil pessoas em 29 países diferentes. Incluíram questões relacionadas a atitudes relacionadas ao gênero, à vida familiar e à carreira. Mas houve uma pergunta, em particular, que ajudou a esclarecer como o trabalho influenciava as crianças: “sua mãe tinha um emprego depois que você nasceu e antes de completar 14 anos?”

Uma herança muito valiosa

As filhas das mães que trabalhavam fora tiveram 1,21 vez mais oportunidades de conseguir uma vaga em uma empresa e 1,29 vez mais chances de assumir cargos de supervisão, além de registrar ganhos mais elevados, uma vez que recebiam o equivalente a 7,7 mil reais a mais, em média, por ano. Depois de analisar as diversas variáveis, os pesquisadores concluíram que os homens criados nessas condições também tinham, em média, melhores níveis de educação. Ou seja, o fato de a mãe trabalhar fora revelou-se uma influência positiva para ambos os sexos — pelo menos nos aspectos mencionados.

Dedicar-se apenas aos filhos também traz benefícios

Evidentemente, isso não significa que não existam benefícios para as filhas e filhos de mães que se dedicam integralmente à sua criação e ao cuidado com o lar. Outro estudo mostrou que, em programas implementados na Noruega para apoiar pais de crianças menores de 3 anos, os irmãos mais velhos se beneficiavam de ter seus pais presentes à tarde, quando recebiam ajuda, por exemplo, com as tarefas escolares.

Adeus à culpa

Voltando às mães que trabalham fora, a principal autora do estudo, Kathleen McGinn, professora da Harvard Business School, espera aliviar a culpa das mulheres nessa situação e que, por terem de trabalhar, carregam algum tipo de frustração. Mas, como esse estudo demonstra, ocorre exatamente o oposto. Na verdade, segundo McGinn, além de não afetar as crianças, trabalhar fora pode garantir a elas melhores opções no futuro.

Notícia para as crianças do sexo masculino

E agora o bônus para os filhos homens de mulheres que trabalham fora: os pesquisadores revelaram que, embora esse fator não tivesse influência sobre sua futura carreira profissional, os meninos gastaram em média 50 minutos a mais em tarefas domésticas e cuidando de seus filhos em comparação com aqueles cujas mães não trabalhavam fora. Eles também se mostraram mais propensos a ter parceiras que, assim como suas mães, trabalhavam fora e demonstram mais atitudes ligadas à igualdade de gênero.

E você, trabalha fora ou passa seus dias cuidando de seus filhos e de sua casa? Compartilhe sua história nos comentários!

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Só lembrando que mães não voltam ao mercado de trabalho só pelas necessidades econômicas. Elas também voltam por não se anularem como mulheres e profissionais, agora com um título a mais: o de mãe. Tenho uma conhecida que depois que se tornou mãe, optou por se dedicar integralmente aos filhos e ao lar, quando as crianças cresceram e cada um tomou seu rumo, ela teve sua identidade questionada, se sentiu perdida, sem propósito na vida.

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Quis ser mãe em tempo integral por ter tido uma mãe que trabalhava fora, via as mães das minhas amigas as chamarem para almoçar, fazer lição, lanchar, jantar, tomar banho... essas coisas, e eu não tinha nada disso, prometi a mim mesma que faria totalmente diferente quando tivesse filhos. Graças a Deus e ao meu marido pude realizar este sonho, modéstia a parte, e formei uma excelente filha ☺️. Quando ela estava com dezesseis anos, eu já não era tão essencial, e pensei, um sonho já realizei ? agora partir para os próximos. Resolvi voltar para a faculdade e estou amando essa nova fase da minha vida ? minha filha e eu amamos biológicas e nosso curso gira em torno da biologia de formas diferentes, mas algumas matérias temos em comum e é nessa hora que a diversão começa ? estudamos juntas e nos ensinamos mutuamente. Muito bom. Para quem, assim como eu quis, quer ser mãe em tempo integral, eu super recomendo ?.

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