Por que não devemos obrigar as crianças a praticar esportes ou atividades de que elas não gostam

Psicologia
há 4 anos

Todo mundo sabe que bons pais querem apenas o melhor para seus filhos. Mas o que é o “melhor”? A resposta não é simples. No afã de dar à criança ferramentas para que ela se prepare para o futuro, os pais podem acabar se deixando levar pelos próprios desejos, interesses e até por sentimentos de revanche. É comum ouvir histórias sobre pais e mães que, frustrados por não terem conseguido desempenhar determinada atividade quando jovens, fazem imposições aos filhos, como se os pequenos tivessem obrigação de realizar aquilo que os pais não realizaram.

Neste post, o Incrível.club apresenta alguns tópicos importantes que mães e pais precisam levar em consideração para não correr o risco de, ainda que involuntariamente, comprometer o desenvolvimento dos filhos.

A formação da criança

Quais são as obrigações que uma criança deve ter? Não estamos falando de aspectos ligados ao estudo, e sim de outros direitos infantis. O ensino fundamental e médio são cruciais para o desenvolvimento intelectual e cultural de qualquer indivíduo. Sem eles, a pessoa deixa de contar com conhecimentos básicos para trilhar o próprio caminho no futuro.

Contudo, muitos pais se esforçam para que a criança tenha mais que a educação básica, impondo opções que teriam a capacidade de garantir recursos para que ela aproveite mais do presente, cuide da própria saúde ou para ter sucesso profissional no futuro. E é aí, nesse último ponto, que começam os problemas.

O que precisamos levar em consideração

Para a criança, é bom desempenhar atividades fora da escola. Médicos especializados recomendam a prática de esportes, já que eles não apenas melhoram a saúde, mas também estimulam, entre outras coisas, o senso de companheirismo e de trabalho em grupo. Ademais, aulas de educação artística ou de idiomas estrangeiros permitem que os pequenos expandam horizontes e tenham uma visão mais ampla daquilo que está ao seu redor.

Contudo, na hora de escolher a atividade extraclasse, os pais precisam deixar de lado os próprios interesses ou expectativas, permitindo que os filhos decidam a que irão se dedicar. Dessa forma, os pais fornecem apoio e, ao mesmo tempo, garantem uma melhor educação às crianças. O filho, então, aproveitará a oportunidade com afinco, sem sofrer pressões, sentindo que os pais colaboram para que ele faça aquilo que realmente gera satisfação.

Os riscos da imposição

Mas nem tudo é simples assim. Às vezes, os pais têm seus próprios planos para os filhos, e isso pode ter vários motivos: ver na criança um dom ou talento especial para determinada atividade, a vontade de proporcionar oportunidades que eles mesmos não tiveram na infância, a crença de que sabem o que é melhor para o filho ou o desejo de receber, por meio da criança, aquilo que não tiveram em seus primeiros anos de vida.

São inúmeros os riscos de impor uma atividade ou outra a uma criança. Por exemplo, os esportes envolvem a competição. Logo, se o pequeno, por mais que leve jeito para jogar futebol ou tênis, não tiver interesse naquele esporte, não verá sentido em competir com os outros, já que não sente prazer naquela tarefa. Como resultado, seu filho pode passar a ver a competição e os esportes como coisas negativas, quando, na verdade, não são.

Sem falar que, caso a criança não tenha vontade de saber tocar violino ou piano, terá muito mais dificuldade em aprender. Ela até sentirá o desejo de agradar os pais (a maioria das crianças tem essa necessidade), mas não conseguirá, vendo-se obrigada a lidar com o sentimento de frustração. O pequeno sentirá que não está à altura da expectativa dos pais e que não é digno de orgulho, e isso certamente afetará sua autoestima. Situações assim fazem a criança se sentir diminuída, algo que é sempre nocivo.

As vantagens de ouvir

Quando a criança percebe que é ouvida, sente-se compreendida e amada. É preciso dizer ainda que, ao ver que tem sua opinião valorizada, o pequeno tem a chance de fortalecer a própria personalidade, tendo mais facilidade em acreditar em si mesmo. Além disso, ele saberá que poderá se negar a fazer algo que não desperte seu interesse. As pessoas que sempre concordam com os outros acabam se tornando escravas das demais, e ninguém deve querer isso para um filho.

Bons pais escutam, acompanham e ajudam os filhos a serem responsáveis por si mesmos, e não por entenderem que aquela responsabilidade é imposta. É importante que a criança aprenda idiomas, a tocar instrumentos e a praticar esportes, mas se o preço a pagar for a perda da liberdade, a frustração, o comprometimento da autoestima e o ódio às competições, é porque os pais não estão agindo corretamente. Não podemos nos esquecer disso.

Você praticou algum esporte ou realizou alguma atividade durante a infância por obrigação? Arrepende-se de não ter se dedicado a alguma área quando criança? Comente!

Comentários

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Mas isso é a coisa mais óbvia q existe e as pessoas insistem no contrário n sei pq

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Resposta

na hora de escolher a atividade extraclasse, os pais precisam deixar de lado os próprios interesses ou expectativas e isso basicamente é impossível p maioria

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