9 Razões pelas quais uma pessoa adulta não deve morar com os pais

Psicologia
há 5 anos

Antes de mais nada devemos adiantar que o post de hoje não pretende condenar os pais à solidão, ou incentivar os adolescentes a saírem de casa o quanto antes. Querer sair de casa não faz de ninguém um vilão, e querer que um filho saia de casa tampouco. Queremos apenas comentar o fato de que cedo ou tarde chega o momento de que os filhos precisam bater asas e voar.

Essa passagem traz aspectos positivos e negativos tanto para pais como para filhos. Vamos ver um pouco quais os tópicos que os pesquisadores Tim Carey, da Flinders University (Austrália), e Leon F. Seltzer, da Cleveland State University (EUA), encontraram para essa questão.

O Incrível.club não tem medo de temas polêmicos. Hoje, trazemos nove argumentos em favor da exploração de novos desafios. Vamos a eles!

1. Meu território, minhas regras

O vínculo emocional com os pais e o apoio mútuo são fatores muito importantes para a convivência. Entretanto, é muito diferente viver de acordo com as regras e as necessidades das outras pessoas. Além disso, a hierarquia familiar não muda. Ao viver em um território dominado pelos pais desde antes de que nascemos, é natural que tenhamos de ceder. Isso acontece em quase todas as situações domésticas.

Por exemplo, algum objeto quebrado é considerado lixo para você, mas os seus pais acham que ele pode servir para alguma coisa algum dia. Portanto, não podemos apenas jogar fora. Para isso, precisamos encontrar outros argumentos e passar por uma série de conversas.

Para viver sob as suas regras, é importante determinar quais são elas. Reconhecer que um objeto não importa é mais fácil do que avaliar as tradições familiares. Algumas são respeitadas apenas porque sempre estiveram lá.

Cientistas recomendam procurar a diferença entre ’querer’ e ’precisar’. Até mesmo se uma família tem um bom relacionamento, os pais e os filhos adultos podem trm diferentes personalidades. Um território independente permite que os filhos identifiquem melhor os seus hábitos e as suas necessidades.

2. Um olhar sem distorções para as realidades domésticas

Você vai descobrir que o macarrão, o papel higiênico e o sal não aparecem sozinhos em casa. Uma pessoa passa a agir de uma maneira diferente quando não precisa se comportar segundo as regras de outras pessoas (os pais, por exemplo), e passa a organizar a sua vida e a cuidar dos mínimos detalhes. Alguns chamam isso de assumir responsabilidades; outros, de cuidar da própria vida.

Mas, independentemente do nome dado, a questão é que algumas aulas de finanças pessoais e orçamento doméstico (mesmo que pela Internet) sempre vão bem. Quando não dependemos dos nossos pais, entendemos melhor as diferenças entre ’bom’ e ’ruim’ quando falamos de gastos. Se antes nos jogávamos em qualquer promoção, passamos a entender que a prudência é sempre o melhor caminho. Afinal de contas, ninguém quer comprar uma peça de roupa e depois passar o mês todo passando fome.

3. Os pais também têm direito à privacidade e à tranquilidade

Os pais também têm seus próprios interesses e necessidades, e isso é normal. Portanto, têm o direito de ter tempo para eles mesmos. Nesse caso, os dois lados saem ganhando: a comunicação não é interrompida por discussões e os diálogos cansativos são menos frequentes.

Além disso, dessa forma podemos proteger os nossos pais de preocupações desnecessárias. Suponhamos que o seu chefe não tenha te dado o bônus prometido e você fique muito irritado, é realmente necessário que os seus pais notem a sua ira? Claro que você pode reclamar, mas não precisa descontar neles os seus problemas.

Se os membros da sua família sabem tudo sobre a sua vida, talvez você — e eles — precise de um descanso. Com o tempo, a situação sempre pode piorar. Muitas vezes, pais aposentados passam a ter menos vida social e a concentrar mais atenção nos filhos. Eles não procuram novos passatempos se a única fonte de ’entretenimento’ está dentro de casa. Ao final, você pode se transformar em um refém moral, vai começar a sentir vergonha de escapar de um controle excessivo (“São meus pais e querem o melhor para mim”) e pouco a pouco vai cansar de prestar contas de cada passo que der. Ao final, você não vai conseguir deixá-los sozinhos quando eles forem mais velhos.

4. Fugir de relações tóxicas

Quando os pais começam a imaginar (mesmo que instintivamente) que os filhos possuem com eles uma dívida eterna, provavelmente a família vive uma relação tóxica. Nesses casos, os pais tentam manter os filhos no ninho familiar e não permitem que ele tenha a sua própria vida. O que fazer? Comece lendo o que alguns cientistas dizem em relação a isso e como o que vem pode ser ainda pior.

5. Argumentos do tipo “é melhor não gastar e economizar para ter o seu apartamento” nem sempre correspondem às ações

Esses argumentos se comprovam com o tempo. Suponhamos que uma pessoa trabalhe desde os 25 anos. Aos 30 e poucos ela pode se fazer a pergunta: “Consegui economizar o suficiente para um apartamento de que tamanho?”

Se você não tiver uma conta para as suas economias, então a promessa de economizar para um apartamento se transformou em um pretexto par empurrar com a barriga a vida na casa dos pais e nunca sair de lá.

6. Falando em economia...

Existe um valioso argumento em favor da vida em conjunto: a possibilidade de reduzir os custos fixos. Por exemplo, qual é a diferença entre ligar o ar condicionado para apenas uma pessoa ou para várias? Também é igual colocar um pedaço de frango no forno ou vários, ele estará aceso da mesma maneira, os gastos são os mesmos.

Infelizmente, esse esquema nem sempre funciona. Em uma grande família, muitos produtos precisam ser comprados em grandes quantidades apenas para garantir. Imaginemos que na geladeira sobrem restos de diferentes pratos. Claro que eles podem ser divididos entre os membros da família, mas é mais complicado fazer isso quando cada prato tem um sabor, ou quando um deles parece mais apetitoso. Nesse caso, é preciso cozinhar de novo. Quem vai acabar com a sopa de ontem quando um prato fresquinho está saindo do forno?

É mais fácil para uma pessoa diminuir os gastos em muitos aspectos e a comida é um deles. Quando estamos em família, a vontade de agradar alguém com algo delicioso sempre faz com que as compras compulsivas apareçam.

7. E sobre os preguiçosos...

Infelizmente, algumas pessoas pensam que o território dos pais é livre de gastos. É importante entender que o ninho familiar é apenas onde nascemos, mas ele também conta com obrigações.

Claro que muitos filhos ajudam a arrumar a casa e dividem os gastos. Mas aqui voltamos ao ponto já mencionado sobre economia: às vezes, vale mais a pena economizar para ter o seu próprio espaço. O importante é que os filhos adultos que moram com os pais entendam que eles precisam ajudar, simples assim.

8. Como investir em si mesmo quando pagamos para viver?

Sair de casa não oferece apenas mais metros quadrados. Quais são os gastos e os benefícios?

  • Um empurrão milagroso. Se a pessoa passa a viver e a entender as dificuldades, passa a se mover de maneira mais ativa em direção aos seus sonhos. E na lista de necessidades está também o aluguel. Uma pessoa que vive sozinha sempre vive o dilema de voltar para a casa dos pais ou procurar outro trabalho para manter o mesmo estilo de vida. A segunda opção sempre pressupõe o desenvolvimento constante.
  • Experiência (leia o ponto 2).
  • Independência. Você administra o seu tempo. Não há sentimentos de culpa por brigar com seus amigos, alguns pratos sujos não matam ninguém; sempre podemos deixar para varrer a sala no dia seguinte. Claro que tudo com um limite aceitável.
  • Muito mais desenvolvimento pessoal. Talvez os seus pais fiquem tristes ao ver você cheio de malas na porta de casa. Mas em breve eles vão perceber como é importante essa fase. Eles terão mais um motivo para se orgulhar.

9. Outra vantagem de viver sozinho: começar a entender mais rapidamente os seus pais

Quando passamos a viver sozinhos começamos a entender e a tolerar algumas ações de nossos pais. Por exemplo, aos 35, mais ou menos, entendemos a importância de uma promoção no supermercado. Além disso, a ideia de guardar aquele objeto que parecia quebrado não parece mais tão absurda; afinal, talvez ele tenha um bom uso. Sim, os nossos pais tinham razão...

Claro que esses tópicos não são uma regra. Cada família é um pêndulo que pode oscilar para um ou para outro lado. O importante é que pais e filhos encontrem um equilíbrio para que todos passem a viver bem.

E você, como se relacionava com a sua família? Como é a sua relação agora?

Contepra nós nos comentários.

Ilustrador Igor Polushin exclusivo para Incrível.club

Comentários

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Esse lance de morar todo mundo junto é saudável até certo ponto. Tem pais

que manipulam, fazem chantagem para manter os filhos sob seu controle.

E tem filhos que usam os pais como caixa eletrônico, querem apenas teto, comida e empregada de graça.

De mais a mais cada um sabe onde o sapato lhe aperta,né mesmo?

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Resposta

No meu ponto de vista, morar com os pais é bom até um ceto tempo. Pra ser sincero, a maturidade de verdade só vem mesmo quando você sabe que precisa lavar sua própia roupa e fazer a sua própria comida.

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Resposta

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