10 Cartas incríveis de amor escritas por personalidades da História

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há 5 anos

O amor pode ter muitas facetas. Às vezes pode acabar repentinamente e, em outras ocasiões, pode durar a vida toda. Mas, sem dúvida, é um sentimento que nos muda por completo... e só sabe como é esse sentimento quem já se apaixonou verdadeiramente.

Com certas personalidades da História não foi diferente: elas viveram o amor tão intensamente que suas cartas se transformaram em impressionantes preciosidades da literatura, inspirando várias gerações. Há quanto tempo você não escreve uma sincera declaração pra alguém? Pode ser que as cartas que mostraremos a seguir o inspirem.

O Incrível.club criou uma lista das cartas mais românticas da História que o deixarão de queixo caído em perceber como o amor é o sentimento mais atemporal que existe.

1. De Napoleão Bonaparte para Josefina

O famoso líder francês conheceu Rosa Tascher em 1795, mas a chamava de Josefina. Ambos tiveram uma turbulenta história de amor na qual a infidelidade, a mentira e os jogos de poder foram os protagonistas. Mas Napoleão e Josefina compartilharam correspondências muitos anos depois do divórcio, até quatro dias antes da morte da mulher — em 29 de maio de 1814.

Desperto-me cheio de ti. Teu retrato e a lembrança da noite inebriante de ontem não me permitiram que meus sentidos descansassem. Doce e incomparável Josefina, que estranho efeito você causou em meu coração! Você está com raiva? Você está triste? Está preocupada? Minha alma se rompe de dor, e vosso amigo não encontra repouso... mas, eu o encontro por acaso quando, entregando-me ao sentimento profundo que me domina, extraio de vossos lábios, de vosso coração, uma chama que me queima? Ah, como percebi ontem à noite que vosso retrato não é vós! Entretanto, mio dolce amor, receba mil beijos, mas não me dê nenhum, pois eles queimam meu sangue.

2. De Martin Heidegger para Hannah Arendt

A filósofa alemã Hannah Arendt tinha apenas 17 anos quando conheceu seu professor de filosofia. Suas cartas deixam ver a profundidade de seu amor e o idealismo que existiu entre eles, enquanto ele continuava vivendo o casamento. Em suas cartas, os dois falavam sobre poesia e filosofia, esperando o reencontro em breve. Essas correspondências se seguiram por mais de 20 anos.

Queridíssima! Obrigado por sua carta. Se eu somente pudesse dizer-te como sou feliz contigo, acompanhando-te enquanto tua vida e mundo se abrem de novo. Posso ver como entendeste e como tudo é providencial. Ninguém jamais aprecia a experimentação consigo mesmo. Por essa circunstância, todos os compromissos, técnicas, moralização, fuga e retração podem inibir e distorcer a providência de ser. Esta distorção gira em torno de como, apesar de todos nossos substitutos para a “fé”, não temos nenhuma fé genuína na existência em si mesma, e não entendemos como sustentar coisa como essa por nós mesmos. Esta fé na providência não perdoa nada, e não é uma fuga que me permitirá terminar comigo de uma maneira fácil. Somente essa fé — que como fé no outro é amor — pode realmente aceitar o “outro” totalmente. Quanto vi que minha alegria em ti é grande e em crescimento, isso significou que também tenho fé em tudo o que seja tua história. Não estou criando um ideal, menos ainda estaria tentando educar-te, ou qualquer coisa que se assemelhe a isso. Por sorte, a ti, como és e seguirás sendo, com tua história, assim é como te amo. Somente assim é o amor forte para o futuro, e não só o prazer efêmero de um momento. Somente então é o potencial do “outro” também movido e consolidado pela crise as lutas que sempre se apresentam. Mas tal fé também se encarrega de empregar mal a confiança do “outro” no amor. O efeito da mulher e seu ser é muito mais próximo das origens para nós homens, menos transparentes. Portanto, é providencial, mas mais fundamental. Temos um efeito somente enquanto somos capazes de dar. Se o “presente” é aceito sempre imediatamente ou em sua totalidade, é uma questão de pouca importância, E nós, quando muito, só temos o direito de existir se somos capazes de nos importarmos. Nós podemos dar somente o que pedimos de nós mesmos. E é a profundidade com a qual eu mesmo posso buscar meu próprio ser que determina a natureza de meu ser para com os outros. E esse amor é a herança gratificante da existência, que pode ser. E assim é que a nova paz se desprende de seu rosto, o reflexo não de uma felicidade que flutua livremente, mas sim da resolução e a bondade nas quais nas quais tu é inteiramente tu. Teu Martin.

3. De Beethoven para sua Amada Imortal

Esta carta de oito páginas escritas à lápis foi dirigida a uma pessoa da qual se desconhece a identidade, já que nunca foi entregue à sua destinatária e foi encontrada no mesmo ano do enterro do famoso compositor. Segundo estudos, foi escrita em 1812.

Acabo por vagar sem rumo na distância, até que possa voar em teus braços e possa considerar-me inteiramente em casa contigo, e possa enviar minha alma abraçada por ti ao reino do espírito. Sim, infelizmente assim deve ser. Tu deves dominar-te mais ao conhecer minha fidelidade a ti, nunca pode outra possuir meu coração, nunca, nunca. Oh, Deus, por que ter de separar-se de si mesmo do que se ama tanto, e assim, minha vida em V (Viena) como é agora é uma vida miserável amor me faz o homem mais feliz e o mais infeliz ao mesmo tempo. Na minha idade deveria ter certa estável regularidade. Pode isso existir em nossa relação? Anjo, agora mesmo escuto que o correio vai todos os dias e, portanto devo terminar, de modo que tu receberás a C (carta) imediatamente. Permanece calma, só através da tranquila contemplação de nossa existência poderemos alcançar nosso objetivo de vivermos juntos Seja paciente, ama-me hoje, ontem, que dolorosa falta sinto de ti, de ti, de ti tu, meu amor, meu tudo, adeus. Oh, continue amando-me, nunca julgue mal o mais fiel coração de teu amado, amado L. Sempre teu, sempre minha, sempre nosso.

4. De Emilia Pardo Bazán para Benito Pérez Galdós

O que poderia resultar de um tórrido romance entre dois escritores? Correspondências dignas de ficarem na história! Emilia, condessa de Pardo Bazán, na Espanha, foi uma importante escritora; Benito foi um romancista. Segundo a lenda, as cartas que Emilia recebeu foram queimadas por sua filha, porque ela e Benito tinham uma relação que não era muito bem vista na época. As que ela redigiu foram encontradas em 1889, e compiladas em um livro chamado “Miquiño mío”.

Antes que você me conhecesse, quando apenas uma sonhadora amizade nos unia, já imaginava eu (com pureza absoluta, e aí está o mais saboroso da figuração) as delícias de um passeiozinho pela Alemanha. Os que havíamos dado através de Madrid me haviam encantado, e pensava eu, para mim: “Que bonito seria emigrar com este indivíduo. Tratará a mim como uma irmã, ou melhor dizendo, como um amigo de confiança inteira. Eu o ouvirei falar a todo o momento. Aprenderei dele coisas de novela, de estética e de arte. Veremos tudo com duplo interesse e duplo fruto. Parece delicado de saúde: eu o cuidarei, que sou robusta. Ele me agradecerá: cobrará muito afeto, e sempre seremos amigos. Acreditarão que somos marido e mulher, e como não seremos nada, riremos...”. Enfim, assim, um punhado de bobagens. Em outras coisas não pensava, palavra de honra. Tua aparente frieza, o respeito que te tenho, teu aspecto formal e reservado me tiraram essa ideia inteiramente.

5. De Salvador Dalí para Gala

Gala (na verdade, Elena Ivanovna Diakonova, uma russa 10 anos mais velha que o pintor espanhol) viveram uma história de amor que durou até o final de suas vidas — ela morreu em 1982. Mas, quando se conheceram, em 1929, Gala já era casada com o poeta impressionista Paul Éluard. Eles só se juntaram em 1934. A carta abaixo mostra um pouco da relação entre o gênio espanhol da pintura e sua amada:

Se você soubesse como desejo ver-te, quanto gostaria de ter você comigo. Sei muito bem que não posso reter-te, que a abominação da vida em comum não é para nós, mas sinto como se fizesse anos que não te tenho. E perdi o gosto pela vida, pelos passeios, o Sol, as mulheres. Somente conservei o sabor amargo e terrível do amor. Se pudesse estreitar-te entre meus braços, voltaria a ser o que fui para ti em alguns momentos. Te adoro, somente tu existes desde toda a eternidade. Minha pequena Gala, linda, querida minha, maia dorogaia, minha pequena, meu amor, morro se fico sem ti.

6. De Jean-Paul Sartre para Simone de Beauvoir

Simone foi esposa de Sartre por mais de 50 anos. Ambos filósofos, foram um casal muito liberal para seu tempo. Ambos tinham relações extraconjugais, mas o laço que compartilhavam era inquebrável.

Minha querida menininha: Por muito tempo quis escrever-te pela tarde, logo após essas saídas com amigos que rapidamente estarei descrevendo em “A Defeat”, do tipo onde o mundo é nosso. Quis trazer-te minhas alegrias de conquistador e colocá-las aos seus pés, como faziam na Era do rei Sol. E logo, esgotado pela gritaria, e ia simplesmente para a cama. Hoje eu o faço para sentir o prazer que tu ainda não conheces, de virar abruptamente de amizade a amor, de força a ternura. Esta noite, te amo de uma maneira de ainda não conheces de mim: não me encontro nem esgotado pelas viagens nem envolto pelo desejo de tua presença. Estou dominando meu amor por ti e levando-o até meu interior como elemento constitutivo de mim mesmo. Isto ocorre muito mais frequentemente do que eu admito frente a ti, mas dificilmente quando te escrevo. Tente entender-me: te amo enquanto tu prestas atenção em coisas externas. Em Toulouse, simplesmente te amava. Esta noite te amo em uma tarde de primavera. Te amo com a janela aberta. És minha, e as coisas são minhas, e meu amor altera as coisas ao meu redor e as coisas a meu redor alteram meu amor.

7. De Frida Kahlo para Diego Rivera

Diego e Frida se casaram em 1929, para depois descobrir que Diego não era um cônjuge fiel. Assim, eles não podiam estar juntos, mas tampouco separados. Por isso, decidiram ter uma relação aberta, o que para Frida resultou em uma grande depressão que a levou a uma obsessão por Diego.

Meu amor, hoje lembrei-me de ti, mesmo que tu não mereças. Tenho que reconhecer que te amo. Como esquecer aquele dia quando te perguntei sobre meus quadros pela primeira vez. Eu, moça ingênua, tu, grande senhor com seu olhar luxurioso me deste a resposta para minha satisfação por me ver feliz, sem conhecer-me sequer, me animaste, a seguir adiante. Meu Diego da alma, lembre que sempre te amarei, mesmo que não estejas ao meu lado. Eu, em minha solidão te digo, amar não é pecado a Deus. Amor, ainda te digo, se quiseres volte, que sempre estarei te esperando. Tua ausência me mata, fazes de tua recordação uma virtude. Tu és o Deus inexistente a cada vez que tua imagem me é relevada. Pergunto ao meu coração por que tu e não algum outro.

8. De Pablo Neruda para Albertina Rosa

Albertina foi a inspiração por trás de Vinte poemas de amor e uma canção desesperada. Conheceu o poeta chileno enquanto estudava francês, e teve um romance oculto com ele até que Neruda lhe propôs matrimônio e a ameaçou casar-se com outra pessoa ela não aceitasse. Depois disso, Albertina deixou de escrever-lhe.

Pequena, ontem deves haver recebido um jornal e, nele, um poema da ausente (tu és a ausente). Tu gostaste, pequena? Estás convencida de que eu lembro de ti? Em troca, tu, em 10 dias, uma carta. Eu, estendido no pasto único, nas tardes penso em tua boina cinza, em teus olhos que amo, em ti. Saio às cinco a vagar pelas ruas vazias, pelos campos vizinhos. Somente um amigo me acompanha, às vezes. Já briguei com numerosas namoradas que antes tinha, por isso, que estou como nunca, e estaria como nunca feliz se tu estivesse comigo. Dia 8 plantei no pátio de minha casa uma árvore, um álamo. Além disso, trouxe das quintas, pensando em você, um narciso branco, magnífico. Além disso, elevarei amanhã, em tua homenagem, uma pipa de quatro cores e a deixarei percorrer o céu de Lota Alto. Receberás, querida, uma destas noites, uma longa mensagem na hora em que a Cruz do Sul passar pela minha janela. Às vezes, hoje, me dá uma angústia de que não estejas comigo. De que não possas estar comigo, sempre. Longos beijos de teu Pablo.

9. De Yoko Ono para John Lennon

Passados 27 anos de seu falecimento, Yoko escreveu uma carta para aquele que foi seu companheiro por tantos anos. Na carta, descreveu momentos de sua vida cotidiana e quanto sente sua falta, convidando o leitor a valorizar seus entes queridos enquanto os tem.

Eu sinto sua falta, John. Já se passaram 27 anos e, no entanto, desejo poder voltar a tempo até aquele verão de 1980. Lembro tudo, compartilhando nosso café matutino, caminhando juntos no parque em um lindo dia, e ver tua mão pegando a minha, que me assegurava que não deveria me preocupar com nada porque nossa vida era boa. Não tinha ideia de que a vida estava a ponto de mostrar-me a lição mais dura de todas. Aprendi a intensa dor de perder um ser amado de repente, sem aviso prévio, e sem ter tempo para um último abraço e a oportunidade de dizer “te amo” pela última vez. A dor e a comoção de perder-te tão de repente está comigo a cada momento de cada dia. Quando toquei o lado de John em nossa cama na noite de 8 de dezembro de 1980, percebi que seguia morno. A partir desse momento ficou comigo nos últimos 27 anos, e seguirá comigo para sempre. Ainda mais difícil para mim foi observar o que foi tirado de nosso lindo filho, Sean. Ele vive em silêncio a ira de não ter seu papai, a quem amava tanto, e com quem compartilhava sua vida. Sei que não estamos sozinhos. Nossa dor é compartilhada com muitas outras famílias que sofrem como vítimas de uma violência sem sentido. Essa dor precisa parar. Não deixemos que desperdicem as vidas daqueles que perdemos. Que juntos façamos do mundo um lugar de amor e alegria, e não um lugar de medo e raiva. Nesse dia que se comemora o falecimento de John, fica cada vez mais e mais importante para muita gente ao redor do mundo como um dia para recordar sua mensagem de paz e amor, e fazer o que cada um de nós possa sanar este Planeta que nos acolhe. Pensem em paz, ajam em paz e estendam a paz. John trabalhou por ela toda sua vida. Ele costumava dizer “Não há problemas, somente soluções”. Lembrem, estamos todos juntos. Podemos fazê-lo, devemos fazê-lo. Te amo!

10. De Julio Cortázar para Edith

Muitos acreditam que Edith inspirou “A Maga” personagem do livro “O Jogo da Amarelinha”, escrito pelo autor argentino. Eles se encontraram por acaso em Paris, antes de terem uma relação. Julio voltou à Argentina e, depois de um tempo, decidiu voltar para a França para estabelecer-se por lá. Foi nesse momento que escreveu a carta.

Querida Edith: Não sei se lembra do alto, fraco, feio e chato companheiro que você aceitou para passear muitas vezes por Paris, para ir escutar Bach na Sala do Conservatório, para ver um eclipse lunar no adro de Notre Dame, para lançar ao Sena um barquinho de papel, para emprestar-lhe um suéter verde (que ainda guarda seu perfume, mesmo que os sentidos não o percebam). Eu sou outra vez esse, o homem que lhe disse, ao desperdir-se de você diante do Flore, que voltaria a Paris em dois anos. Voltarei antes, estarei lá em novembro deste ano. E desde agora penso, Edith, no gosto de voltar a encontrá-la e, ao mesmo tempo tenho, um pouco de medo de que você esteja já muito mudada, sendo uma parisiense completa, falando a linguagem da cidade, e os hábitos da cidade, e tudo isso que eu terei de ir aprendendo pouco a pouco, com tanto trabalho. Tenho, além disso, medo de que você não se anime com a possibilidade de me ver, que, ao contrário, lhe incomode esta lembrança de Buenos Aires, já que eu sou um pouco Buenos Aires, isso que você deixou para trás. Por isso, peço-lhe desde agora, e peço por escrito porque é me mais fácil, que não vá criar problemas de “boa educação” quando eu a busque em Paris. Se você já está em uma ordem satisfatória de coisas, peço-lhe que me diga sem rodeios. Por que não? Seria muito pior dissimular o tédio. Se lhe choca este tom um pouco veemente, peço-lhe perdão. Sobretudo, quando nunca lhe escrevi uma só linha, nem fiz nada por comunicar-me com você. A verdade é que desejava voltar, não escrever; arrumar minhas coisas para voltar a Paris e lá, um bom dia, encontrá-la, e seguir sendo bons camaradas como antes. A você não lhe reprovo que não me haja escrito. Parece-me perfeitamente natural. Muito intensamente estará vivendo para dedicar-se às pálidas tarefas epistolares. Mas gostaria que alguma vez lembre-se de mim, como eu me lembrei muito aqui, cada vez que eu lembro daquele tempo que me voltava como um ar fresco. Creio que estarei em Paris na primeira semana de novembro, Ganhei uma das bolsas do governo francês e, provavelmente, irei ficar na Cité universitaire. Portanto, estou agarrando o futuro, e tenho firme intenção de ficar em Paris. Alguns amigos que tenho buscam para mim algum trabalho para completar meus ganhos (as bolsas são miseráveis e não cobrem nada); espero que eu consiga ir me ajeitando. (...) Querida Edith, não se aborreça por esta carta, ou, se se aborrecer, que seja um aborrecimento bonito e que passe rapidamente. Gostaria que você gostasse dela (veja como repito as palavras, e isso que minha professora de quinto grau se matava corrigindo-me o vocabulário e ensinando-me sinônimos), me agradaria que algum dos meus contos lhe agradassem. Se você já não está no endereço para onde mando minha carta e, se mesmo assim a façam chegar até você, será boa e me mandará seu endereço para que eu, uma tarde cheio de alegria, possa...?(Suspense! O que eu quero dizer é que não gostaria de encontrar a casa vazia, ou que você se mudou para Burdeos, ou para Lyon, ou que vive na região de d’Olivier de Clisson, que tanto me encanta)... Promete que vai me mandar seu endereço, se você mudou-se? Edith, até breve, com muito afeto de...

É claro que as linguagens das cartas que selecionamos estão de acordo com o contexto da época em que foram escritas, o que dá mais vida e originalidade à elas. Considerando essas particularidades, de qual carta você gostou mais? Comente!

Imagem de capa AP/East News

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