O filho que mais te enfurece é o que mais se parece com você (psicóloga garante)

Mulher
há 4 anos

É normal haver discussões e diferenças de opinião em qualquer família. Afinal de contas, como diz uma canção de Toquinho, “cada um é como é”. Contudo, talvez a pessoa com a qual uma mãe mais discuta seja justamente um de seus filhos. De acordo com um estudo intitulado “O que o incomoda no outro tem a ver com você” (e produzido por Marta Segrelles, do Colegio Oficial de Psicólogos de Cataluña, na Espanha), em vários casos, os pais não aceitam certas atitudes dos filhos ou tentam corrigi-los justamente por se enxergarem neles. E isso pode levar a brigas homéricas.

O Incrível.club compartilha com você os resultados da pesquisa que explica os motivos pelos quais certos pais podem ter uma relação mais difícil com determinado filho em comparação com os demais.

O que é a “projeção”, segundo a Psicologia

De acordo com a Psicologia, a projeção é definida como um mecanismo de defesa adotado pelos seres humanos. Ele ocorre quando uma pessoa atribui a outra pensamentos e atitudes que ela mesma não pode tolerar. Ou seja, uma situação em que alguém projeta, literalmente, no outro emoções que não consegue aceitar em si mesmo. Isso costuma acontecer porque aceitar essas emoções tiraria o indivíduo de sua zona de conforto, causando ansiedade ou estresse.

Não assumir a responsabilidade pelos aspectos negativos impede a pessoa de melhorar e superar aquilo que provoca incômodos. Porém, para alguns é mais fácil transferir os sentimentos para um fator externo e sentir raiva desse fator externo do que confrontar a realidade.

Os filhos imitam o comportamento dos pais

Segundo a já mencionada psicóloga espanhola Marta Segrelles, muitas das atitudes adotadas pelas pessoas são herdadas de seus pais. Desde a infância, as crianças observam como eles agem em diferentes situações. Particularmente durante a adolescência, quando a personalidade de cada um começa a se definir, os mais jovens passam a adotar o comportamento dos pais, desde a forma de falar até a maneira de reagir. Até mesmo o estado emocional do pai ou da mãe pode afetar o desenvolvimento psicológico dos filhos.

É normal que, ao longo da vida, as pessoas olhem para o próprio passado, não se sintam satisfeitas com a forma com que reagiram diante de uma situação difícil e desejem fazer tudo diferente. Por isso, quando essas mesmas pessoas se tornam pais ou mães e veem os filhos cometerem os mesmos erros, automaticamente sentem o desejo de corrigi-los para evitar futuros arrependimentos.

Como a situação pode ser resolvida

A psicóloga Segrelles afirma que, antes de qualquer coisa, é importante os pais procurarem resolver os próprios problemas para, só então, se voltarem para os filhos. Por outro lado, ela diz que até mesmo quem deseja deixar o passado para trás e evoluir deve entender que as crianças não são “propriedade da mamãe” nem “do papai”. Os pequenos precisam tomar suas próprias decisões e cometer seus próprios erros, como parte do processo de aprendizagem pessoal.

  • Antes de reprovar qualquer atitude, experimente enxergar o problema de maneira objetiva. Coloque-se no lugar do outro antes de julgar.
  • Avalie a forma com que você se dirige a seu filho ou sua filha, o tom de voz e as palavras utilizadas.
  • Se a criança não encara seus conselhos positivamente, faz caretas ou revira os olhos, lembre-se de que provavelmente você reagiria do mesmo jeito. Tente não deixar a raiva tomar conta.
  • Se a discussão piorar e vocês começarem a trocar palavras que podem ferir os sentimentos um do outro, é melhor parar e retomar a conversa em outro momento.
  • É importante controlar suas emoções. Quanto mais calmo estiver, mais serenidade transmitirá ao outro. Por outro lado, se estiver alterado, isso se refletirá na criança e ela tenderá a adotar a mesma postura.
  • Passe um tempo de qualidade ao lado do seu filho. É fundamental que vocês estabeleçam vínculos saudáveis e criem boas recordações.

Como aprender a aceitar aquilo que incomoda

  • Aceite que algumas coisas não podem ser mudadas. Aqueles aspectos que você não consegue melhorar devem ficar no passado. Mantenha o foco exclusivamente nas oportunidades que apresentam chance de evoluir.
  • Ninguém pode andar por aí julgando os outros. É preciso aceitar que os seres humanos não são iguais entre si e que devemos aprender a tolerar as diferenças.
  • Reflita sobre o que te incomoda no outro e os motivos pelos quais você está projetando.
  • Evite tomar qualquer decisão com base em suposições. Se não tiver certeza de algo, é melhor perguntar e tirar as dúvidas.
  • Reserve alguns minutos do dia para a meditação — alguns canais no YouTube oferecem meditações de apenas cinco minutos e que são super eficientes. A prática ajuda a diferenciar os aspectos da sua personalidade de que você gosta daqueles que podem ser melhorados.
  • Seja você mesma! Mostre ao mundo todas as suas virtudes e defeitos. Afinal, tanto o bom quanto o ruim fazem parte da essência do ser humano.

Você concorda com o estudo? Costumar discutir mais com um filho que com o outro? Comente!

Imagem de capa Young Sheldon / CBS

Comentários

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Concordo em parte, por exemplo, eu nunca fui preguiçoso então a preguiça de um filho pode me incomodar sem que isto seja uma projeção, o mesmo se aplica a ser malcriado, respondao, etc. Vc pode achar feio certas atitudes dos filhos sem necessariamente ser ou ter sido igual a ele pq ele sofre

influência externa que não tem nada a ver com seu ambiente familiar. Acho louvável qualquer estudo, porém esta definição é uma forma de os pais assumirem a responsabilidade pelo atos dos filhos e os isentar das culpas dos seus próprios erros por teimosia ou displicencia. Já que cada um é cada um, os filhos não precisam seguir os exemplos dos pais nem para o bem e nem para o mal, pois todos possuem livre arbítrio, mas os pais estão obrigados a corrigir os erros dos filhos e não se projetarem neles.

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As discussões entre eu e minha filha de 14 anos são frequentes, ela bate de frente não aceita minhas palavras... é uma relação bem complicada...

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